O presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, já tinha avisado que, depois de um programa de 1100 saídas por mútuo acordo, a próxima fase de «reorganização» com vista à redução de custos e manutenção dos lucros da empresa poderia passar por despedimentos.
No entanto, em Março deste ano, a empresa tinha divulgado que, em 2020, as receitas cresceram 0,5% para 2,12 mil milhões de euros, e explicava que o controlo dos custos e o «contínuo aumento da base de clientes e de serviços» em ano pandémico permitira aumentar os proveitos. Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (EBITDA) fixaram-se nos 833,6 milhões de euros, o que se traduziu numa ligeira subida homóloga de 0,2%.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da dona da Meo explicou que, «decorrente da circunstância de, apesar do balanço positivo do Programa Pessoa, o Plano Integrado de Reorganização da Altice Portugal estar ainda aquém do efeito pretendido, é agora o momento» de se iniciar «uma nova etapa» no âmbito da transformação da empresa, «com vista à reorganização, reestruturação e racionalização de algumas das áreas da Altice».
Para evitar as responsabilidades da administração na saída forçada dos trabalhadores, a empresa advoga que esta opção laboral é da responsabilidade do «ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do País, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G, bem como a má gestão deste dossier, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor».
Actualmente, a Altice conta com 17 mil trabalhadores, muitos dos quais sem vínculo directo à empresa e, portanto, sem usufruirem das mesmas condições de trabalho.
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