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Altice: Convocada greve contra despedimento colectivo

Os sindicatos da Frente Sindical e a comissão de trabalhadores da Meo, concentrados sexta-feira junto à sede da empresa, em Lisboa, anunciaram uma greve para 21 de Julho contra o despedimento colectivo.

Representantes dos sindicatos que compõem a Frente Sindical (SINTTAV, STPT; SNTCT, STT; Federação dos Engenheiros e SINQUADROS) e da comissão de trabalhadores da MEO concentraram-se em frente à sede da Altice Portugal, em Lisboa, a 25 de Junho de 2021, unidos contra o despedimento colectivo de cerca de 300 trabalhadores anunciado pela administração do grupo
CréditosRodrigo Antunes / Agência Lusa

«Marcámos uma greve para 21 de Julho com concentração em Picoas [onde está a sede da Altice Portugal], mantendo todas as normas sanitárias e de distanciamento, devido à pandemia da Covid-19, para protestarmos contra o despedimento colectivo de 300 trabalhadores do grupo», disse à Lusa o sindicalista Manuel Gonçalves do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav/CGTP-IN), que integra a Frente Sindical.

«Faz quatro anos que derrotámos o projecto de transição de estabelecimento», que tinha a ver com o facto de os trabalhadores «deixarem de pertencer à Meo e passarem pertencer à Sudtel, Tnord e à Improvid», prosseguiu.

Dezenas de activistas sindicais dos sindicatos que compõem a Frente Sindical e a comissão de trabalhadores (CT) da Meo concentraram-se, sexta-feira passada, junto à sede da Altice Portugal, em Lisboa, para darem a conhecer as formas de luta que estão previstas pelos trabalhadores e seus representantes no mês de Julho e que visam travar o despedimento colectivo anunciado pela administração.

Na terça-feira, a Altice Portugal confirmou que iria dar início, «nas próximas semanas», a um processo de rescisões de contratos de trabalho através de despedimento colectivo, no âmbito do Plano Integrado de Reorganização, que abrange cerca de 300 pessoas.

O presidente do Sindicato do Trabalhadores da Altice Portugal (STPT), Jorge Félix, por sua vez, classificou o despedimento dos 300 trabalhadores, de «despedimento político», e disse que espera que o Governo diga de «forma inequívoca e clara» que está contra.

O sindicalista explicou à Lusa que já foi enviada uma carta ao gabinete do primeiro-ministro, António Costa, e feito um pedido de reunião de urgência, para que este, em nome do Governo, diga «alguma coisa» sobre o despedimento.

«Esperamos que [o primeiro-ministro] diga de uma forma inequívoca e clara que está contra estes despedimentos e que muito menos aceitará que qualquer despedimento colectivo que viesse a ser feito na empresa fosse da responsabilidade do Governo», disse.

E prosseguiu: «Ao usar esta argumentação e ao decidir que tem de haver despedimentos colectivos, o que a empresa está a fazer é usar os trabalhadores como arma de arremesso contra o Governo e contra os reguladores para obter os seus objectivos».

Em comunicado, a CT da Meo disse também que os trabalhadores «não podem ser "armas de arremesso" da gestão», na sequência do despedimento colectivo anunciado.

Esta é a primeira vez que a Altice Portugal avança para um despedimento colectivo. As saídas voluntárias no âmbito do Programa Pessoa totalizaram as 1100 este ano.


Com agência Lusa

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