Num último esforço para encontrar soluções de modo a evitar as greves na Transtejo e na Soflusa, os sindicatos reuniram-se esta segunda-feira com a administração das duas empresas, tendo flexibilizado a sua posição. No entanto, critica a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), através de comunicado, «encontraram do outro lado o bloqueio imposto pelo Governo do PS, que aposta no congelamento dos salários de quem trabalha».
A estrutura sindical defende que os transtornos causados à população «são da responsabilidade das opções do Governo», que «não responde aos problemas» da Transtejo e Soflusa. A par da valorização dos trabalhadores, os sindicatos realçam a necessidade de recuperar a frota, que «cada vez tem mais navios imobilizados».
A greve parcial dos trabalhadores da Transtejo/Soflusa, empresas que asseguram a ligação fluvial entre Lisboa e a margem sul do Tejo, verificava, esta manhã, uma adesão de 100%. Os trabalhadores da Transtejo e da Soflusa cumprem hoje e quinta-feira uma greve parcial, de três horas por turno, para reivindicar uma actualização salarial. «Até cerca das 9h, a adesão ao nível da operacionalidade é de 100% nas duas empresas. Não há navios a circular», disse Carlos Costa, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN). Os trabalhadores decidiram realizar esta greve depois de uma reunião a 30 de Junho com a administração que gere as duas empresas e que consideraram «inconclusiva». «Colocamos novamente a questão à empresa de qual era a disponibilidade para negociar e a resposta que deu foi exactamente a que já tinha dado antes. Ou seja, não tem nada a dizer aos sindicatos. Portanto, tudo ficou na mesma», justificou na altura Paulo Lopes, da Fectrans. Nos dias 16 e 17 de Junho, os trabalhadores da Transtejo/Soflusa já tinha realizado uma greve parcial, de três e duas horas por turno, por a empresa manter a sua posição de «aumento zero» nas negociações salariais, depois de uma primeira luta a 20 de Maio. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Transtejo/Soflusa: trabalhadores não se conformam com «aumento zero»
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«Sem trabalhadores e navios não há transporte fluvial», constata a Fectrans, que caracteriza a «posição de bloqueio» do Governo como uma chantagem sobre trabalhadores e utentes, «na óptica de aproveitamento do actual momento de eleições no País».
A greve parcial dos trabalhadores da Transtejo e da Soflusa decorre entre hoje e a próxima quinta-feira. A Federação reitera a «disponibilidade dos sindicatos para soluções que possam evitar mais uma greve que os trabalhadores não desejam, mas que não deixarão de fazer perante uma posição do ministro do Ambiente, que ouve as reivindicações e as possíveis soluções, mas que depois nada responde».
Os trabalhadores das duas empresas estiveram em greve no passado mês de Maio voltando a paralisar parcialmente em Junho e Julho.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
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