Num manifesto divulgado esta quinta-feira, os candidatos da coligação PCP-PEV às câmaras e assembleias municipais do distrito de Leiria lembram que, fruto da luta das populações, foi possível inverter a situação na Linha do Oeste. Para tal contribuiu a aprovação de um plano de modernização e electrificação, cuja concretização está em marcha, «ainda que com atrasos que precisam de ser urgentemente recuperados e indefinições que precisam de ser clarificadas», defendem.
Apesar das «erradas opções de desvalorização» do transporte ferroviário no nosso país, levadas a cabo pelo sucessivos governos, a Linha do Oeste é há muito considerada um eixo fundamental para o desenvolvimento económico e social dos concelhos do distrito de Leiria. Seja pelas potencialidades que apresenta para o transporte eficaz de passageiros e mercadorias, ou pela ligação entre os mesmos, e entre estes e as regiões de Lisboa e de Coimbra.
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste defende que, sem electrificação e um número suficiente de composições para garantir novos horários, a modernização deste eixo ferroviário está posta em causa. Para a Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste (CPDLO) é «preocupante» que os prazos de abertura do concurso para a obra de execução do Plano de Modernização sejam «sucessivamente adiados». «Agora, de acordo com informação da Secretaria de Estado das Infraestruturas, este mesmo concurso será dividido em dois», lê-se num comunicado, esclarecendo que um, para o troço Meleças – Torres Vedras, seria aberto em Julho e, o outro, correspondente ao troço Torres Vedras – Caldas da Rainha, tem abertura prevista para Setembro ou Outubro. O cenário traz preocupações aos utentes relativamente à possibilidade de regressarem as supressões de horários e os autocarros para substituir os comboios, com a CPDLO a defender que ambas as medidas contribuem para afastar passageiros deste eixo ferroviário. «Só na semana de 24 a 30 de Junho, foram suprimidas 14 ligações por falta de material avariado que não foi reparado a tempo pela CP», alerta-se no comunicado, sendo os horários do início da manhã e os de fim da tarde, no troço entre Caldas da Rainha e Leiria, «os mais atingidos». A comissão aproveita ainda para salientar que a medida anunciada pelo Governo na semana passada, referente à admissão de 120 novos trabalhadores para a CP e de 67 para a EMEF, «sendo um passo em frente», representa apenas «uma pequena parte» do que se perdeu nos últimos 15 anos – 1224 na CP e 522 na EMEF. A par do reforço de pessoal, e tendo em conta a morosidade associada à aquisição de novo material circulante, «incompatível com as necessidades urgentes [...] designadamente na Linha do Oeste», os utentes insistem na importância da recuperação do material imobilizado através das oficinas da CP, também para reduzir a dependência de outros países. «A reabertura da oficina de Guifões alarga a capacidade de intervenção da EMEF e cria mais postos de trabalho», ilustra-se no texto. A CPDLO exige ainda que o anúncio da integração da EMEF na CP não passe de «mera promessa» eleitoral. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
«Sem electrificação, não há modernização da Linha do Oeste»
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A renovação completa da Linha do Oeste e a definição de um sistema de transporte público que supra as «inúmeras carências» nesta área em muitos municípios é uma exigência dos candidatos.
No imediato, alertam para a necessidade de lançar a obra relativa ao troço entre Torres Vedras e Caldas da Rainha e a aprovação e lançamento do concurso para a modernização do lanço entre Caldas da Rainha e Louriçal.
Advertem, no entanto, que, para que a Linha do Oeste assuma a importância estratégica que tem no plano da Rede Ferroviária Nacional e no âmbito do desenvolvimento de um verdadeiro sistema de transportes públicos na região, «impõe-se a definição no traçado da sua natureza simultânea de linha suburbana, regional e inter-regional».
Para que tal aconteça, registam, «é preciso que se defina a ligação à Linha do Norte, para além da já existente a partir de Verride, e a retoma da ligação a Lisboa, designadamente à zona oriental».
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