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Plenário na Amarsul exige resposta patronal até dia 20

Depois da greve de há uma semana, os trabalhadores definiram cinco pontos para um acordo, e ficam a aguardar por uma resposta da empresa, até 20 de Dezembro.

Reunidos no Ecoparque de Palmela, os trabalhadores estabeleceram um conjunto de cinco pontos que deverão ter resposta positiva da empresa num prazo certo 
Créditos / Fiequimetal

No plenário que realizaram esta quinta-feira no Ecoparque de Palmela, onde fica a sede da Amarsul (empresa do Grupo EGF, detido maioritariamente pela Mota-Engil), os trabalhadores definiram cinco pontos para um acordo, aprovando uma resolução que foi entregue em mão no edifício da administração.

No texto aprovado no final da discussão, os trabalhadores exigem uma «resposta positiva e urgente da administração ao Caderno Reivindicativo» e o respeito integral pelo Acordo de Empresa em vigor, informa a Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN).

É igualmente contemplada a revindicação da atribuição de um subsídio de risco extraordinário, no contexto da Covid-19, e do aumento imediato dos salários e de outras prestações pecuniárias (como os subsídios de refeição e de transporte), num valor que reponha o poder de compra perdido nos últimos anos.

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Greve na Amarsul arranca com «adesão total»

A greve começou às 0h desta segunda-feira e vai prolongar-se até às 24h de dia 3 de Dezembro. Segundo o SITE Sul, os ecoparques de Palmela e do Seixal estão paralisados.

Créditos / SITE SUL

Os trabalhadores exigem que a administração da Amarsul – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, privatizada pelo governo do PSD e do CDS-PP, responda a um conjunto de reivindicações, nomeadamente ao aumento geral dos salários, bem como dos subsídios de refeição e de transporte. 

A paralisação de cinco dias, decidida pelos trabalhadores, arrancou com «adesão total», segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul), que convocou a greve juntamente com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), ambos afectos à CGTP-IN. 

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Descanso dos trabalhadores no fim-de-semana em risco

Amarsul quer horários de segunda a sábado

A denúncia partiu da União dos Sindicatos de Setúbal, que acusa a empresa de reciclagem de pretender horários de segunda a sábado, uma proposta que irá «unicamente desregular a vida dos trabalhadores».

A Amarsul é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos dos nove municípios da Península de Setúbal (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal)
Créditos / Cibersul

Numa nota divulgada ontem, a União dos Sindicatos de Setúbal (CGTP-IN) repudiou a intenção da Amarsul, detida pela Mota-Engil, de aplicar horários aos trabalhadores que vão de segunda a sábado.

Um acto que «está unicamente a desregular a vida dos trabalhadores», afirma a União, pois não é pela alteração do horário que vai aumentar a recolha, esta só se torna mais eficaz se a empresa «contratar mais trabalhadores e adquirir mais meios».​

Invés disso o que existe é a penalização dos trabalhadores, salienta a nota, que perdem o direito fundamental ao descanso e ao tempo com a família no fim de semana.

Por este motivo, é urgente que estes dois dias sejam preservados como descanso efectivo da maioria dos trabalhadores, considerando que «a excepção do trabalho ao fim de semana tem de ser mesmo isso, uma excepção».

Além disso, afirma a nota, «a presente alteração de horário, não é mais nem menos, que uma ofensiva conjunta de várias entidades patronais no distrito, visando destruir o descanso ao fim de semana com dois dias seguidos, ofensiva essa a que o grupo Mota-Engil, accionista maioritário da Amarsul, também se associou».

Privatização é prejudicial ao interesse público

Em Julho de 2015, a partir do processo de privatização levado a cabo pelo governo do PSD e do CDS-PP, o grupo Mota-Engil adquiriu a Empresa Geral de Fomento (EGF), detentora da maioria da Amarsul e da Valorsul.

Desde a privatização, o número de críticas à gestão privada deste sector tem crescido. Estas apontam que a empresa não contribuí para a valorização da reciclagem e do meio ambiente, nem do próprio serviço público de recolha do lixo. O grande beneficiário são os accionistas, que retiram elevados dividendos a partir dos lucros da empresa.

Na nota, a União dos Sindicatos de Setúbal também frisou que a privatização da Amarsul «foi e é prejudicial para os trabalhadores e para o serviço público de qualidade», e relembra a «necessidade de tal serviço voltar à esfera pública».

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Está também marcada uma greve a todo o trabalho suplementar, das 0h de 27 de Novembro às 24h de 4 de Dezembro. Segundo as estruturas sindicais, os trabalhadores desta empresa do grupo EGF (Mota Engil), dedicada à gestão dos resíduos sólidos urbanos dos municípios da Península de Setúbal lutam também pela reversão imediata dos cortes efectuados no subsídio de turno e pela passagem ao quadro de todos os trabalhadores com vínculo precário a ocupar postos que correspondem a necessidades permanentes da empresa.

Tal como afirmou recentemente ao AbrilAbril o dirigente do SITE Sul, José Lourenço, dos cerca de 400 trabalhadores da Amarsul, mais de 100 têm vínculos precários ou contratos a prazo, apesar de ocuparem postos de trabalho permanentes. 

Entre as reivindicações que motivam a paralisação está também a redução do período normal de trabalho, o regresso do direito ao dia de Carnaval como feriado obrigatório e o direito a um período mínimo de férias de 25 dias úteis, bem como a criação de um subsídio de insalubridade, penosidade e risco. 

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Os trabalhadores reclamam ainda «o fim dos vínculos precários, garantindo que a cada posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efectivo».

Organizados no Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN) e no Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL/CGTP-IN), os trabalhadores da Amarsul reuniram-se ao ar livre no Ecoparque palmelense para analisarem a forma como decorreu a greve que levaram a cabo entre entre 29 de Novembro e 3 de Dezembro, bem como para definirem novos passos a dar nos próximos dias, tendo em conta as posições da administração.

No caso de o prazo estabelecido findar sem resposta, os trabalhadores mandataram a Comissão Intersindical para «prosseguir, desenvolver e ampliar todas as formas de luta, incluindo a greve, que se mostrem necessárias para a satisfação das suas justas reivindicações», informa ainda a Fiequimetal no seu portal.

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