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Produção parada na Euroresinas por 50 cêntimos

Os trabalhadores desta empresa do grupo Sonae cumprem hoje o primeiro de dez dias de greve por aumentos salariais. Rejeitam a proposta da administração, de 83 cêntimos por dia, e exigem, no mínimo, 1,30€. 

Euroresinas - Indústrias Químicas, S.A., do Grupo Sonae Arauco, tem sede na Plataforma Industrial De Sines 
Créditos / fiequimetal

Esta é a segunda greve no espaço de poucos meses, porque na Euroresinas «nada se alcança sem lutar», afiança Jorge Magrinho, trabalhador há 20 anos da Euroresinas – Indústrias Químicas, em Sines, em declarações ao AbrilAbril.

«Em Novembro, queixaram-se que a greve tinha gerado milhares de prejuízos. Então, preferem ter prejuízos a acrescentar 50 cêntimos ao aumento dos salários?», indaga o também dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN). 

A Euroresinas, dos herdeiros de Belmiro de Azevedo, propõe um aumento de 25 euros mensais, ou seja, 83 cêntimos por dia. Os trabalhadores, que têm vindo a perder poder de compra, não aceitam menos de 40 euros de aumento, que é o valor da subida do salário mínimo nacional, ou seja, cerca de mais 1,30 euro diário.

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Travado lay-off com cortes salariais na Euroresinas

A direcção da Euroresinas, em Sines, não renovou o lay-off e aceitou negociar o pagamento na íntegra dos salários de Maio e a reposição dos dias de férias roubados, anunciou o SITE Sul.

Num plenário, realizado dia 4 de Junho, os trabalhadores decidiram não avançar para a greve, devido ao recuo da empresa do grupo Sonae Arauco relativamente ao prolongamento do lay-off com cortes salariais.

Na negociação do caderno reivindicativo, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE Sul/CGTP-IN) vai apresentar propostas para encontrar uma solução no que respeita ao corte dos salários que aconteceu no mês de Maio.

Os dias de férias retirados com a promessa de que não haveria lay-off também serão discutidos nas negociações do caderno reivindicativo, refere o sindicato, para além de ser proposto o pleno gozo dos dias de férias.

O SITE Sul lembrou que a unidade dos trabalhadores da Euroresinas tornou este recuo possível, designadamente a decisão de avançar para a greve caso a empresa renovasse o lay-off com cortes nos rendimentos.

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«A empresa tem todas as condições para o fazer», admite Jorge Magrinho. «Então, se as pequenas e médias empresas suportam um aumento de 40 euros, a Euroresinas, que movimenta milhões e milhões de euros, não consegue?», reforça. 

Entre as matérias que constam do caderno reivindicativo, encabeçado pela exigência do aumento dos salários em 90 euros, está a redução do horário de trabalho, de 38 para 35 horas, o aumento do subsídio de transporte e o fim da discriminação no seguro de saúde, em que o dos trabalhadores é inferior ao das chefias.  

A greve que hoje se iniciou, paralisando a produção, decorre até 13 de Janeiro. Se as reivindicações dos trabalhadores não forem atendidas, Jorge Magrinho afirma que o remédio é avançar com outras formas de luta, seguindo a tradição das duas últimas décadas. «Nós não queremos fazer greve, mas a empresa força-nos a isso», regista o dirigente sindical, lembrando conquistas alcançadas, como a lavagem da roupa contaminada na lavandaria da empresa, ou, mais recentemente, o fim do trabalho com vínculos precários. 

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