Milhares de pessoas, vindas de diversos pontos de Itália, juntaram-se esta quinta-feira em Coltano, na província toscana de Pisa, para dizer «não» aos planos do executivo italiano de construir uma base militar no interior do parque regional de San Rossore, para a qual prevê utilizar 190 milhões de euros.
Os manifestantes – dez mil, segundo os organizadores – exigem que a proposta seja retirada, opõem-se a qualquer instalação militar na província de Pisa (que já possui diversas bases e campos militares italianos e norte-americanos) e dizem «não» às bases «em Coltano ou em qualquer outro lugar».
Promovida pelo Movimento Base Não e pelo Comité permanente pela defesa de Coltano, a mobilização reuniu o apoio do Potere al Popolo, do Partido da Refundação Comunista e do Partido Comunista Italiano; da Federação da Juventude Comunista e da Federação Juvenil Comunista Italiana; dos sindicatos USB e Si Cobas, bem como de um amplo espectro de organizações de defesa da paz, do ambiente e dos direitos das mulheres, entre outras.
Numa nota subsequente à manifestação contra a base onde Draghi quer instalar um grupo especial dos Carabinieri, o comité pela defesa de Coltano caracterizou-a como «extraordinária» e agradeceu «aos vários milhares de pessoas e todas as associações (políticas, sindicais, sociais, ambientais) que lhe deram vida», refere o portal iltirreno.gelocal.it.
Contra «desertos sociais e culturais», a defesa do futuro
Numa conferência de imprensa anterior à marcha, frente aos portões do aeroporto militar de Pisa, os organizadores sublinharam que Coltano não se quer tornar um centro logístico da guerra e, referindo-se aos planos de construir a nova base num parque, afirmaram que há a tendência para «pensar que os parques e as áreas cultivadas onde não há construção são não-lugares», quando são «locais de vida que dão esperança de vida futura às próximas gerações», indica o portal ilfattoquotidiano.it.
Movimento Base Não e Comité permanente pela defesa de Coltano afirmaram que «os recursos públicos que são investidos neste momento na guerra devem ser investidos na produção de alimentos, na salvaguarda da natureza e da biodiversidade».
«A crise associada à Covid, da qual ainda não saímos, mostrou toda a carência das estruturas públicas, das escolas à saúde, e em vez disso decide-se usar o Fundo de Coesão Social para fazer a guerra», denunciaram.
O investimento que o governo italiano quer fazer «constrói um deserto social e cultural» e «não dá qualquer perspectiva de amanhã», sublinharam, mostrando-se determinados a recuperar os espaços em causa.
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