Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, informou esta semana que, até ao momento, a administração norte-americana não respondeu a uma comunicação diplomática em que o país latino-americano pede esclarecimentos sobre o financiamento a uma organização presidida pelo empresário conservador Claudio X. González – um dos grandes opositores e detractores do chefe de Estado.
Trata-se da Mexicanos contra la Corrupción y la Impunidad, que estará a receber pagamentos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), através da Embaixada dos EUA no México – um tipo de acção que o presidente mexicano qualifica como «política» e «intervencionista».
Ao ser questionado sobre o tema – já passaram 15 meses desde que o executivo mexicano enviou a nota diplomática à administração de Biden –, López Obrador afirmou de forma clara que não houve resposta alguma da parte de Washington e que «tudo indica» que a Casa Branca continua a financiar o grupo referido, indica o La Jornada.
«É algo em que não concordamos com o governo dos Estados Unidos», disse Obrador. Apesar de «termos muito boas relações, há práticas políticas que consideramos inadequadas» e «consideramos que são actos intervencionistas», frisou.
O presidente mexicano destacou que «nenhum governo tem o direito de intervir nos assuntos de outros países, não existe um governo mundial. Cada país tem o seu governo, que deve ser livre, independente e soberano».
«Nós não estamos de acordo que nenhum governo estrangeiro intervenha nos assuntos que apenas dizem respeito aos mexicanos», seja dos Estados Unidos, da Rússia ou China, disse.
«Não aceitamos este intervencionismo, que é parte de uma política colonialista»
«Não aceitamos este intervencionismo, que é parte de uma política colonialista, muito atrasada, anacrónica, que não tem a ver com os novos tempos», acrescentou, frisando que «implica uma acção desrespeitosa para com os outros povos, é contrária às boas relações internacionais e à boa vizinhança».
Segundo revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros, o governo mexicano vai dar seguimento ao processo já instaurado, em Boston, contra diversas empresas que fabricam e vendem armas nos EUA. Numa conferência conjunta com Santiago Cafiero, o seu homólogo argentino, o responsável da diplomacia mexicana disse esta quinta-feira, a propósito do tiroteio recente numa escola primária no estado norte-americano do Texas, que o seu país vai prosseguir com a acção já apresentada contra vários fabricantes de armas. Marcelo Ebrard confirmou o facto, na Cidade do México, depois de se referir ao tiroteio no Texas como uma «tragédia imensa» e de afirmar que «vender uma arma de assalto a um jovem de 18 anos conduz a esse tipo de tragédia», indica a TeleSur. Um grupo de pessoas manifestou-se, esta segunda-feira, na sede da empresa de armamento norte-americana Raytheon Technologies, em Cambridge, Massachusetts, contra o negócio da guerra. No cimo da sede da Raytheon, cinco pessoas penduraram panos em que pediam o fim de todos os conflitos bélicos e denunciavam que a empresa em causa, um dos gigantes da indústria do armamento, lucra com a morte no Iémen, na Palestina e na Ucrânia [vídeo]. Outras, mais abaixo, mostraram faixas em que denunciavam o lucro da empresa com o «genocídio» e que os seus «mísseis matam civis». De acordo com a informação divulgada na conta de Twitter da organização Resist and Abolish the Military Industrial Complex (RAM INC), a Polícia deteve as pessoas envolvidas na acção de protesto – que foram mais tarde libertadas. Por um protesto realizado o ano passado à entrada das instalações da Raytheon em Portsmouth, no estado norte-americano de Rhode Island, a organização enfrenta uma multa de 3000 dólares, segundo informa na mesma rede social. A Raytheon, que o ano passado anunciou vendas no valor de 64,4 mil milhões de dólares, tem entre os seus clientes a Arábia Saudita, o Catar e os Emirados Árabes Unidos. «Reclusos que ganham centavos fabricam armas multimilionárias», revela o MintPress News. As maiores empresas de armas dos EUA encontram novas formas de tirar proveito do complexo industrial das prisões. Um estudo do MintPress News indica que, «em muitos casos, as armas de guerra são fabricadas directamente com recurso a trabalho penitenciário sob coacção». Centrada nas cem maiores empresas privadas contratadas pelo Departamento da Defesa norte-americano, a investigação mostra que 37% também lucram com norte-americanos reclusos, tanto em prisões como nos campos do Serviço de Imigração e Controlo de Fronteiras (ICE). Entre os 25 maiores fabricantes de armas, 16 beneficiam do trabalho dos reclusos. A lista completa das 37 empresas que lucram com o «encarceramento massivo» pode ser consultada aqui (apresentada por ordem do valor dos contratos recebidos do Departamento da Defesa). A lista, explica o jornalista Alan MacLeod, foi criada com base na recolha de dados do portal da administração norte-americana usaspending.gov. Os dados relativos às cem maiores empresas militares privadas contratadas no último ano fiscal completo foram comparados com uma base de dados de agentes do sector privado da indústria prisional, organizada pelo grupo Worth Rises, que defende o desmantelamento da indústria das prisões e o fim da exploração que ela implica. «"historicamente, o governo federal atribuiu subsídios para testar nas prisões a tecnologia que está a ser desenvolvida para a luta contra o terrorismo"» Chris Hedges, jornalista e professor no sistema prisional a quem foi pedido um comentário, não ficou chocado com o facto de quase dois terços dos maiores agentes da indústria da defesa estarem bastante envolvidos no negócio das prisões. «O tecido da indústria da defesa, o Estado carcerário, a indústria da inteligência, está tudo interligado. E acho que estas descobertas o provam», disse. O MintPress falou igualmente com a fundadora e directora executiva da Worth Rises, Bianca Tylek, que também não se mostrou surpreendida. «Há uma sobreposição considerável entre as duas indústrias, o que não é surpreendente; são indústrias controversas. As empresas que operam numa indústria controversa não temem participar noutra. Onde vemos uma sobreposição particular é na tecnologia de segurança e vigilância. Na verdade, historicamente, o governo federal atribuiu subsídios para testar nas prisões a tecnologia que está a ser desenvolvida para a luta contra o terrorismo», disse. Uma dessas empresas «controversas» é a Raytheon, que o ano passado anunciou vendas no valor de 64,4 mil milhões de dólares e que também recorre à vasta população prisional dos Estados Unidos como mão-de-obra barata quase infinita para fabricar alguns dos seus produtos mais caros. Os reclusos, refere o texto, são obrigados a trabalhar por apenas 23 centavos por hora (menos impostos e outras taxas) para empresas subcontratadas que fabricam peças para mísseis Patriot que custam até 5,9 milhões de dólares (cada um), o que significa que um preso teria de trabalhar quase 3000 anos, 24 horas por dia, para ser capaz de pagar o que está a fazer. «As armas da Raytheon têm sido cruciais para os bombardeamentos levados a cabo pela coligação liderada pelos sauditas no Iémen» A administração norte-americana autoriza a Raytheon e outros a venderem os seus produtos a alguns dos governos que mais violam os direitos humanos, afirma o MintPress News, incluindo nessa lista os da Arábia Saudita, do Catar e dos Emirados Árabes Unidos. As armas da Raytheon têm sido cruciais para os bombardeamentos levados a cabo pela coligação liderada pelos sauditas no Iémen, criando aquilo que as Nações Unidas classificam como «a pior crise humanitária do mundo». Desde o início da guerra de agressão, a Raytheon vendeu a Riade equipamento pelo menos no valor de 3,3 mil milhões de dólares. Em 2018, a aviação saudita usou um míssil fabricado pela Raytheon para fazer explodir um autocarro cheio de crianças iemenitas, provocando a morte a 51 pessoas. «Se esta história foi notícia, há seguramente muitos outros casos semelhantes que nunca chegam ao público ocidental», frisa o portal. Reclusos nos EUA fabricam equipamentos electrónicos, ópticos e arneses para a BAE Systems, incluindo para o seu veículo de combate Bradley, um pilar do Exército norte-americano. Por este trabalho, os presos recebem cerca de 100 dólares por mês, segundo informação divulgada. Várias subsidiárias da BAE Systems – incluindo o fabricante de equipamentos militares e policiais Armor Holdings (que fabrica a maioria das mochilas do Exército dos EUA) e a empresa de tecnologia de câmaras, segurança e espionagem Fairchild Imaging – também aparecem na lista de empresas que vendem para a indústria prisional, elaborada pela Worth Rises. «Há diversas grandes empresas contratadas pela Defesa que também operam na indústria prisional.» BAE Systems, General Dynamics e Lockheed Martin estão entre as empresas que mais lucram com o trabalho prisional, segundo a Worth Rises, que as marca com «nota máxima» no índice de danos. Há diversas grandes empresas contratadas pela Defesa que também operam na indústria prisional. Um dos exemplos apontados pelo MintPress News é o da General Electric e das suas subsidiárias, envolvidas na construção e no equipamento das prisões, no fornecimento de alimentos e na supervisão dos cuidados de saúde. Porventura, o agente mais importante na ligação da indústria prisional à militar é empresa estatal Unicor (também conhecida como Federal Prison Industries). Empregando 16 mil reclusos a nível nacional em 2021, a Unicor anunciou receitas de 528 milhões de dólares o ano passado. Fabricando de tudo – desde têxteis até equipamentos de escritório e electrónicos –, a empresa presta um serviço vital ao complexo industrial militar, fornecendo-lhe um fluxo quase interminável de mão-de-obra cativa e praticamente gratuita para explorar, destaca o portal. Ao contrário da Raytheon e da Lockheed Martin, que mantêm em silêncio a ligação a esta fonte controversa de trabalho, a Unicor parece orgulhar-se dela, ostentando-a na sua página de Internet. Muitas das 37 empresas listadas são conhecidas como fabricantes de armas, mas outras poderão não ser associadas à indústria das armas. A CACI International, por exemplo, está longe de ser um nome familiar, apesar de empregar mais de 22 mil pessoas em todo o mundo. O principal cliente da CACI é o governo dos EUA, a quem fornece uma vasta gama de serviços profissionais e de tecnologias da informação. Localizada no Norte da Virgínia, é uma das muitas empresas que se banqueteiam com os contratos de guerra do Iraque e do Afeganistão. «O ano passado, o director executivo da CACI, John Mengucci, referiu-se à retirada do Afeganistão como má para o negócio.» A CACI promove-se a si mesma como um «empregador progressista», e o seu portal está cheio de conversa sobre «diversidade» e «inclusividade», além de se vangloriar de estar na lista da Forbes do «top mais» das empresas «amigas das mulheres». Mas esta conversa «progressista» dura até que o dinheiro fale. Em 2016, revela o MintPress, a CACI lançou uma oferta e ganhou um contrato de 93 milhões de dólares com o Serviço de Imigração e Controlo de Fronteiras para fazer a manutenção dos seus centros de detenção – edifícios que foram amplamente descritos como campos de concentração. O ano passado, o director executivo da CACI, John Mengucci, referiu-se à retirada do Afeganistão como má para o negócio. E tinha razão: em 2019, a CACI assegurou um contrato de 907 milhões de dólares, por um período de cinco anos, para «fornecer operações de inteligência e apoio analítico» às forças dos EUA no Afeganistão. Além disso, em 2021, o Supremo Tribunal dos EUA rejeitou o recurso da CACI relativo ao processo instaurado por um grupo de iraquianos pelo alegado envolvimento da empresa em tortura e agressão sexual, na célebre prisão de Abu Ghraib. As condições prisionais nos Estados Unidos estão entre as piores do mundo desenvolvido, denuncia o MintPress News. A maior parte dos estados exige que os reclusos recebam uma compensação financeira pelo seu trabalho, mas os salários podem ser embargados para pagamento de pensões de alimentos, restituições à vítima e até alojamento e alimentação. Em cinco estados – Texas, Arkansas, Alabama, Geórgia e Florida – os reclusos são obrigados a trabalhar sem qualquer pagamento. «Isto é trabalho em condições de servidão; não se pode organizar; não pode fazer greve; não pode protestar pelas más condições. O pagamento está muito abaixo do salário mínimo», disse Hedges ao MintPress. Assim, a enorme população prisional satisfaz as necessidades das empresas norte-americanas de duas formas: primeiro, fornece uma gigantesca reserva de mão-de-obra barata e disciplinada para explorar, ajudando-as a competir com «fábricas de miséria» na Ásia; em segundo lugar, actua como uma ferramenta disciplinadora do «trabalho livre», ajudando a acabar com os sindicatos e a reduzir os salários e as condições de trabalho em todo o país. A Worth Rises faz parte de um conjunto de organizações que consideram que parte do trabalho prisional se assemelha à escravidão, pelo que tem feito campanha para alterar a 13.ª Emenda, que permite que a escravidão seja usada como forma de punição de um crime. «Pessoas nas ruas de Detroit, Newark ou no Leste de Nova Iorque não valem nada aos olhos do Estado corporativo. Mas, se forem fechadas numa gaiola, têm capacidade para gerar 50 ou 60 mil dólares por ano para essas empresas.» Tendo em conta que a economia foi esvaziada e os empregos foram transferidos para o estrangeiro, grande parte da população trabalhadora do país tornou-se, aos olhos das empresas norte-americanas, excedentária em relação às necessidades económicas, afirma o MintPress News. Já não são necessários para trabalhar nas fábricas e são efectivamente inúteis para gerar lucros para outros. Hedges encara a ascensão do complexo industrial prisional como uma resposta a isto. «Pessoas nas ruas de Detroit, Newark ou no Leste de Nova Iorque não valem nada aos olhos do Estado corporativo. Mas, se forem fechadas numa gaiola, têm capacidade para gerar 50 ou 60 mil dólares por ano para essas empresas. Então, nesse sentido, é um continuum completo [desde a escravidão]», disse. Com quase 2,3 milhões de pessoas atrás das grades numa rede de mais de 7000 instalações, os Estados Unidos têm de longe a taxa mais elevada de encarceramento do mundo, encarcerando os seus cidadãos a uma taxa dez vezes superior à de países europeus como a Suécia ou a Dinamarca e 17 vezes mais elevada que a do Japão. A explosão da população prisional dos EUA reflecte de perto a ascensão do neoliberalismo como a ideologia dominante, afirma o portal, precisando que, antes da administração Reagan, os números das prisões norte-americanas eram comparáveis aos da Europa. No entanto, entre 1984 e 2005, uma nova cadeia foi construída, em média, a cada 8,5 dias, atingindo o pico em 2009. Tylek, da Worth Rises, criticou fortemente o custo e o desperdício do empreendimento. «Em muitos lugares, as populações prisionais caíram nos últimos anos. E, no entanto, os orçamentos dessas agências continuam a aumentar. Nada o justifica», disse. A indústria prisional «para lá dos limites» tornou-se tão normalizada que é objecto de entretenimento ligeiro. Em 2020, um novo jogo, chamado «Prison Empire Tycoon», tornou-se viral, convertendo-se no jogo de estratégia número um na App Store da Apple. O objectivo do jogo é supervisionar e administrar uma prisão com fins lucrativos. Durante o tutorial, no início, um guarda empunhando um bastão instrui os jogadores, dizendo-lhes que «o Estado paga bom dinheiro» para lidar com os «criminosos». Uma forma de gerar mais lucro, tanto no jogo como na realidade, é transferir os custos para os próprios reclusos. As pessoas encarceradas agora têm de pagar regularmente artigos essenciais como sabão, pasta de dentes e champô, bem como chamadas para os seus entes queridos. A outros exigem-lhes co-pagamentos para consultar um médico ou para despesas de alojamento, a serem descontadas dos salários ganhos. «Corporações financeiras como a JPay e a JP Morgan Chase fazem parcerias com instituições penitenciárias para garantir o melhor negócio para eles – e o pior negócio para os presos.» Muitas vezes, apenas o facto de se ser enviado para um estabelecimento prisional implica uma «taxa de processamento» de 100 dólares, que os reclusos têm de pagar, enquanto aos visitantes são cobradas regularmente quantias por verificações de antecedentes. Amigos e familiares dos presos transferem 1,8 mil milhões de dólares para estabelecimentos prisionais todos os anos. Sem outra opção, são forçados a aceitar taxas de transferência de dinheiro até 45%. Corporações financeiras como a JPay e a JP Morgan Chase fazem parcerias com instituições penitenciárias para garantir o melhor negócio para eles – e o pior negócio para os presos. Tylek disse ao MintPress: «Estar preso é muito caro. É tão caro que endivida muitas famílias que apoiam pessoas que estão encarceradas.» Hedges, que passou muito tempo a ensinar no sistema penitenciário de New Jersey, também observou as semelhanças entre as prisões e os militares, comentando que os guardas são frequentemente recrutados nas Forças Armadas ou na Guarda Nacional. Cada vez mais, os guardas parecem-se com as equipas SWAT, com armas letais de alta tecnologia. «Tudo é militarizado», disse Hedges. E acrescentou: «Dirigem-se a ti pelo teu número, não pelo teu nome. És obrigado a andar em fila indiana pelos corredores. Qualquer infracção […] pode fazer com que acabes por ser espancado ou atirado para a solitária e despojado dos poucos privilégios que tens. É o microcosmo perfeito do Estado totalitário.» «À medida que os impérios decaem (...), muitas vezes trazem de volta a repressão que infligem no estrangeiro» Por seu lado, Tylek disse que, «em muitos casos, o governo está a reagir ao crime a nível nacional da mesma forma que responde à guerra internacional. E isto deve-se ao facto de que muitos dos mesmos fornecedores estão a facultar equipamento tecnológico para esses dois ambientes». À medida que os impérios decaem – argumentou Hedges –, muitas vezes trazem de volta a repressão que infligem no estrangeiro, usando na população nacional tácticas aprimoradas para reprimir a dissidência estrangeira. Hoje, as comunidades pobres nos EUA estão a ser governadas de uma forma cada vez mais militarizada, nota o MintPress News, enquanto os oprimidos pelo complexo industrial prisional no país são coagidos a fornecer o seu trabalho para reforçar o complexo industrial militar no estrangeiro. E, a cada passo, as empresas norte-americanas continuam a lucrar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As suas armas têm sido fundamentais para os bombardeamentos levados a cabo pela coligação liderada pelos sauditas no Iémen, ajudando a criar aquilo que as Nações Unidas classificam como «a pior crise humanitária do mundo». Desde o início da guerra de agressão, a Raytheon vendeu a Riade equipamento pelo menos no valor de 3,3 mil milhões de dólares, segundo refere o MintPress News. Em 2018, a aviação saudita usou um míssil fabricado pela Raytheon para fazer explodir um autocarro cheio de crianças iemenitas, provocando a morte a 51 pessoas. A indústria de armamento dos EUA também tem lucrado bastante com a actual situação na Ucrânia, tendo como base os contratos celebrados com países ocidentais que estão a aumentar as suas despesas na área da defesa. Segundo revelou o diário The Hill na semana passada, o valor das acções da Lockheed Martin disparou quase 25% desde o início do ano, enquanto o de outras empresas do sector como Raytheon, General Dynamics e Northrop Grumman subiu cerca de 12%, cada qual. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em seu entender, existe uma «uma negligência óbvia» por parte de todo este negócio de armas, que inclusive recorre a jovens para efeitos de propaganda e publicidade, e que levou, entre outros factores, a que tenham sido perpetrados 214 tiroteios em massa só este ano nos EUA, segundo dados ontem divulgados pela organização The Gun Violence Archive. Em Agosto do ano passado, o governo de López Obrador anunciou uma acção contra 11 empresas que fabricam e vendem armas nos Estados Unidos, acusando-as de «negligência» por facilitarem o tráfico ilegal e, assim, potenciarem a violência e a morte no México. Com o processo, apresentado num tribunal federal de Boston (estado de Massachusetts), o governo do México quer que empresas como Smith & Wesson, Colt's, Barrett Firearms, Beretta Holding, Ruger & Co e Glock compensem o país por «práticas negligentes» e «danos causados», informa a EFE. Na semana passada, o Ministério de Segurança Pública revelou que, durante a governação de López Obrador, as autoridades mexicanas apreenderam 29 680 armas de fogo – mais 67,1% por comparação com igual período da administração de Peña Nieto. No entanto, o México é um dos países com mais armas por registar, e estimativas oficiais apontam para mais de meio milhão de armas traficadas por ano a partir dos EUA. Entre 70 e 90% das armas encontradas em cenas de crime no país azteca «têm como origem» os Estados Unidos, afirmaram as autoridades mexicanas em Abril último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
México vai prosseguir com acção contra fabricantes de armas nos EUA
Internacional|
Activistas norte-americanos protestam contra o negócio da guerra
Internacional|
Empresas de armamento lucram com o trabalho dos reclusos nos EUA
Não é uma indústria artesanal
Exemplos de «promiscuidade» entre Defesa e sistema prisional
Conversa progressista até falar o dinheiro
Neoliberalismo e exploração nos cárceres
A pagar a dívida?
Trazer as guerras para casa
Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
López Obrador lamentou que não tenha havido uma resposta à nota diplomática sobre o financiamento a organizações «para que ataquem o nosso governo», e considerou que essa posição não convém a ninguém, incluindo os Estados Unidos.
«Perdem autoridade moral e política ao agir assim», disse, acrescentando que este e outros grupos financiados com o dinheiro entregue pelos Estados Unidos alimentam campanhas contra um governo democrática e legitimamente constituído.
O presidente mexicano considera necessário que haja uma transformação, uma mudança, e lembrou que, no passado, o «intervencionismo» norte-americano se traduziu em golpes de Estado, intervenções militares ou no «tira e põe» de governos a seu gosto.
O México também foi vítima dessa política, disse, tendo dado como exemplo a operação «Rápido e Furioso», durante o governo do ex-presidente Felipe Calderón.
Com o aval do governo mexicano, esta consistiu em introduzir milhares de armas de fogo no país, que ficaram em poder do crime organizado, agravando de forma extrema a situação de violência que persiste até hoje. «Foi uma violação flagrante da nossa soberania», denunciou.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui