Esta quarta-feira, o país europeu funcionou em ritmo lento, com a greve geral de 24 horas a ter grande impacto nos transportes.
Federação Geral do Trabalho da Bélgica (FGTB/ABVV), Confederação de Sindicatos Cristãos (CSC/ACV), Sindicato Liberal (CGSLB/ACLVB), entre outras organizações, uniram-se na convocatória, para exigir aumentos salariais face à inflação crescente e em defesa do poder de compra.
A CSC denunciou que «o preço da electricidade, do gás e dos alimentos disparou no último ano, devido à guerra mas também porque as empresas aproveitaram a oportunidade para aumentar os seus lucros ainda mais».
Já os salários «não aumentam há anos. Isto tem de acabar. É necessário um limite para o preço do gás e da electricidade», afirmou ainda a CSC, citada pela TeleSur.
Por seu lado, a FGTB, destacando a muito boa adesão nos «quatro cantos» do país, afirmou, na sua página de Twitter, que «a mensagem ao mundo patronal e político é clara: basta!». «É preciso aumentar os salários acima da indexação e congelar os preços da energia. Queremos viver, não sobreviver!»
Em declarações à imprensa, o presidente da central sindical, Thierry Bodson, lembrou que em Junho mais de 100 mil pessoas se manifestaram em Bruxelas e que nem os patrões, nem o governo quiseram ouvir o sinal dado nas ruas. Sem respostas desde então, «planeámos a greve geral de 9 de Novembro», disse.
Congelar os preços, não os salários
Houve piquetes de greve em múltiplos locais. Um deles foi nas instalações da Total Chemicals Feluy. Daniel Deschamps, delegado da FGTB, disse à imprensa que o acesso ao local estava bloqueado, estando no entanto garantida passagem de funcionários que asseguravam a segurança.
Em seu entender, é fundamental travar o aumento das facturas de energia. «O povo vai-se revoltar», afirmou, citado pelo portal lavenir.net. Empresas como a «Total, GSK, Engie Electrabel lucram milhares de milhões. As pessoas não vão compreender», sublinhou, ao mesmo tempo que defendeu o controlo dos preços e o aumento dos salários.
No campus de Solbosch da Universidade Livre de Bruxelas, professores, pessoal admnistrativo e estudantes também realizaram um piquete de greve, denunciando o grave impacto dos custos da energia.
Por seu lado, o patronato manifestou incompreensão pela greve geral, afirmando que não se chamam «os bombeiros para apagar um incêndio com gasolina», em alusão à realização da paralisação no actual contexto económico.
Já o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, afirmou que o seu executivo «tomou uma série de medidas excepcionais».
Raul Hedebouw, presidente do Partido do Trabalho da Bélgica (PTB/PVDA), não se mostrou muito convencido e, no contexto da greve geral, sublinhou a necessidade de «congelar os preços, não os salários», ao mesmo tempo que denunciou a «ganância» do patronato.
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