|Serviço de Urgência Básica

Sindicato denuncia intimidações no Hospital Amadora-Sintra

Mesmo após a demissão das chefias do serviço de urgência, a administração exige manter uma gestão contrária às «boas práticas médicas», sem garantir «a mínima segurança, qualidade e dignidade dos cuidados».

Serviço de urgências do Hospital Amadora-Sintra, que serve quase 500 mil pessoas, o dobro da sua capacidade 
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

No dia 29 de Novembro, os chefes e subchefes de equipa do serviço de urgência do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, mais conhecido pelo nome Amadora-Sintra, demitiram-se dos seus cargos, denunciando a «falta de condições de trabalho e de condições mínimas de segurança para os doentes», aponta, em comunicado, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), que integra a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

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Falta de médicos encerra urgência pediátrica de Setúbal

Segundo fonte hospitalar, a Urgência Pediátrica do Hospital de São Bernardo encerrou esta manhã, devido à falta de médicos, e só deverá reabrir às 9h de segunda-feira da próxima semana. 

Centro Hospitalar de Setúbal 
CréditosAlex Gaspar

Segundo outras fontes contactadas pela agência Lusa, o Centro de Atendimento de Doentes Urgentes (CODU) também já alertou as companhias de bombeiros para comunicarem os dados clínicos dos doentes que deveriam ser atendidos naquele serviço, para os referenciar para outras unidades hospitalares, durante o mesmo período, de 6 a 12 de Dezembro.

Durante o último domingo, o Serviço de Urgência Geral do Hospital de São Bernardo esteve sujeito a constrangimentos, tendo o CODU procedido ao encaminhamento de doentes da área de influência do Hospital de São Bernardo – Setúbal, Palmela e Sesimbra e Litoral Alentejano – para outras unidades hospitalares.

Nos últimos dias, o Serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital de São Bernardo também registou dificuldades no atendimento de doentes, mas no último domingo aquele serviço já estava a funcionar normalmente.

A semana passada, a Câmara de Setúbal, que manifesta preocupação com a degradação progressiva da prestação de cuidados de saúde à população do concelho, pediu uma reunião ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal, que, segundo a autarquia sadina, já está marcada para a próxima sexta-feira.

Em declarações à RTP, esta terça-feira, o vereador Pedro Pina admitiu tratar-se de uma situação de «enorme preocupação», reiterando que o Município está empenhado «e na linha da frente para procurar, junto das entidades competentes, soluções que ultrapassem esta situação».

«É muito preocupante que as nossas crianças fiquem sem esta resposta e, acima de tudo, quando sabemos que as respostas complementares, nomeadamente de outros centros hospitalares, também sofrem de enormes constrangimentos». Segundo o autarca, esta é uma situação que «se tem vindo a arrastar», com constrangimentos permanentes ao nível das urgências hospitalares. 

No início de Novembro, o ministro da Saúde, admitiu a falta de médicos, mas soluções só «nos próximos dois, três anos», «com sacrifício dos próprios profissionais semana após semana», disse Manuel Pizarro.


Com agência Lusa

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A equipa médica de urgência não se limita a prestar cuidados de saúde a mais de 500 doentes, diariamente, mas acompanha igualmente todos os doentes que permanecem nas urgências a aguardar cama nos serviços de internamento: 87 camas, totalmente ocupadas. 

O que já era incomportável tem vindo a agravar-se, sem qualquer resposta da administração do Governo PS, com o acrescentar das macas «no corredor». No total, são mais de 100 doentes que permanecem «internados», sem solução viável, nos serviços de urgência, ao longo de vários dias. «Uma situação gravíssima», alerta o sindicato, que exigia «uma imediata intervenção do Ministério da Saúde».

Face à «falta de condições mínimas para a prestação de cuidados aos utentes», os médicos que exercem no serviço de urgências do Amadora-Sintra «têm apresentando declarações de escusa de responsabilidade».

Ao invés de apresentar medidas para solucionar a falta de condições no Hospital, a administração aptou por assumir uma «atitude intimidatória», exigindo que os médicos aceitem as responsabilidades profissionais de exercer a sua profissão sem que estejam reunidas as condições necessárias, denuncia o SMZS.

No comunicado, o sindicato declara-se totalmente solidário com os chefes e subchefes e com todos os colegas que trabalho nas urgências do Amadora-Sinta, exigindo a resolução imediata da falta de condições, tanto para os profissionais como para utentes, bem como a intervenção urgente do Ministério da Saúde. O SMZS já pediu uma reunião à administração do hospital.

As chuvas da madrugada de hoje, 13 de Dezembro, forçou o Amadora-Sintra a pedir o reencaminhamento de pacientes para outros hospitais, face à incapacidade para dar resposta à situação.

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