A mobilização (padayatra) promovida pelo Centro dos Sindicatos Indianos (CITU) começou a 20 de Maio em sete pontos de Tamil Nadu (Sul da Índia) e convergiu na cidade de Tiruchirappalli (Trichy) na terça-feira à noite.
Uma concentração e um acto público em Puthur, na cidade do centro do estado tâmil, puseram fim à iniciativa, em que trabalhadores e activistas sindicais percorreram cerca de 2100 quilómetros e 35 distritos.
Era objectivo da central sindical denunciar as «políticas neoliberais opressivas do governo central» e defender a legislação laboral favorável aos trabalhadores; exigir o controlo «do aumento exorbitante dos preços»; reclamar um salário mínimo no valor de 26 mil rupias (cerca de 295 euros), explica o portal Newsclick.
Ao intervir na sessão pública em Trichy, A. Soundararajan, presidente do CITU no estado de Tamil Nadu, disse: «Esta manifestação massiva enviou uma mensagem aos governos central e estadual para que não brinquem com os direitos e as emoções dos trabalhadores. É como brincar com o fogo.»
O dirigente sindical referiu-se também à viagem recente do ministro-chefe do estado, M. K. Stalin, a Singapura e ao Japão, para dar as «boas-vindas ao capital internacional».
«Traz investimento, faz o emprego crescer e aumenta as oportunidades», disse Soundararajan, que perguntou de seguida, referindo-se aos japoneses: «Mas algum desses capitalistas seguiu a legislação indiana? Eles permitem o direito legal à sindicalização?»
O dirigente do CITU afirmou que 26 mil rupias «é o salário mínimo para que uma família não passe fome», mas perguntou se isso era aplicado «nalgum lugar».
«Os governantes, que têm de fazer cumprir a lei, ficam indiferentes e apoiam indirectamente os capitalistas», denunciou, referindo-se à tentativa recente do governo estadual de Tamil Nadu de aumentar a jornada de trabalho de oito horas.
Também abordou a situação das trabalhadoras, das mulheres comuns que trabalham. «Quantos problemas, torturas e traumas têm de enfrentar. Não ir trabalhar não é uma opção. O fogo na cozinha não arde», sublinhou.
Presente na concentração, o vice-presidente do CITU, A. K. Padmanaban, disse: «Nós não acreditamos na unidade pela unidade, mas na unidade na luta e pela defesa dos direitos dos trabalhadores.»
Destacou ainda que «o dever de protestar pela mudança histórica recai na classe trabalhadora» e que «a tarefa de unir os trabalhadores para lutarem pela mudança é assegurada pelo CITU».
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