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MAIS Sindicato (UGT) recusa-se a atribuir o SAMS aos próprios trabalhadores

O SAMS é o maior subsistema privado de saúde do País, gerido pelo MAIS Sindicato (UGT). Em negociações com o CESP/CGTP, o sindicato rejeitou, uma vez mais, a possibilidade de lá integrar os próprios trabalhadores.

Parte do piquete de greve à porta do Hospital do SAMS, em Lisboa
Créditos / CESP

No final do mês de Maio, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) retomou as negociações com representantes do MAIS Sindicato, da UGT, para discutir a implementação do Caderno Reivindicativo aprovado pelos trabalhadores dessa estrutura e do SAMS, o maior subsistema privado de saúde do País.

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Enquanto a UGT paga salários de miséria, CESP mobiliza trabalhadores

Os trabalhadores do Bloco Operatório do Hospital dos SAMS, entidade gerida pelo MAIS Sindicato (UGT) vão realizar uma greve de 24 horas, amanhã, 14 de Fevereiro, com piquete de greve a partir das 8h.

Parte do piquete de greve à porta do Hospital do SAMS, em Lisboa
Créditos / CESP

O SAMS é o maior subsistema privado de saúde do País, uma entidade gerida pelo Sindicato da Banca, Seguros e Tecnologias – MAIS Sindicato (UGT). O SAMS administra um hospital, o Centro Clínico de Lisboa, 17 clínicas em Portugal e um lar de idosos.

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Novos acordos laborais no SAMS apagam direitos

Depois de ter conseguido a caducidade dos acordos colectivos, a entidade patronal dos SAMS impôs agora um novo acordo que prevê menos direitos e mais horas de trabalho.

CréditosJoão Relvas / LUSA

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), entidade patronal dos SAMS Sul e Ilhas, após ter conseguido a caducidade dos acordos de empresa em Junho de 2020, com a cumplicidade do Ministério do Trabalho, iniciou negociações para novas convenções.

No entanto, os sindicatos representativos dos trabalhadores do SAMS afirmam, em comunicado, que a direcção apresentou propostas «minimalistas» e não deu espaço à negociação porque, a coberto do novo confimanento geral, encerrou o processo negocial esta quinta-feira, bastando-lhe o acordo dos sindicatos da UGT.

Estes novos acordos de empresa determinam a sobrecarga e desregulação dos horários de trabalho e o desaparecimento de direitos sociais consagrados há mais de 40 anos, como é o caso dos Complementos de Reforma/Fundos de Pensões.

O acordo prevê ainda que os trabalhadores passem a ter horários de 60 horas semanais em banco de horas, em vez das actuais 35 horas semanais, assim como a obrigatoriedade e disponibilidade total para a realização das mesmas, através de regime de prevenção.

Para os representantes dos trabalhadores, que não subscrevem os novos acordos, esta atitude da direcção do SBSI/Mais Sindicato é «inadmissível e inaceitável».

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No entanto, mesmo sendo uma entidade criada por um sindicato, a UGT permitiu que esses trabalhadores, na sua instituição, «que tanta dedicação têm dado ao SAMS», fossem confrontados em Janeiro com um salário base igual ao salário mínimo nacional, lamenta o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).

São muitos os trabalhadores com 15, 20 e 30 anos de casa, «que contribuíram de forma decisiva para o crescimento do SAMS», e que hoje «são tratados pela direcção do MAIS Sindicato como se nunca tivessem contribuído para o bom nome do SAMS». «É uma vergonha haver um "sindicato" que maltrata e desvaloriza a carreira dos seus trabalhadores e que paga salários de miséria».

Estes trabalhadores, relegados para o salário mínimo, «exigem um aumento salarial mínimo de 100 euros», em linha com a inflação, o «reconhecimento da categoria profissional de auxiliar especializado do bloco operatório», a valorização da carreira profissional (com garantia de «diferenciação salarial mínima de 50 euros entre níveis da tabela»), «diuturnidades por cada 5 anos de trabalho, até ao máximo de cinco, no valor de 50 euros» e o acesso de todos os trabalhadores aos serviços do SAMS.

Os Trabalhadores do MAIS Sindicato a desempenhar funções no Bloco Operatório do Hospital dos SAMS, em Lisboa, vão realizar uma greve de 24 horas, amanhã, dia 14 de Fevereiro, com piquete de greve a partir das 8h.

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Durante as negociações, o CESP advertiu, uma vez mais, «para a situação difícil que os trabalhadores estão a viver face à inflação e ao aumento brutal do custo de vida, agravada pelos baixos salários praticados na empresa». Face a esta realidade, considera o sindicato da CGTP, era indispensável ter realizada o processo negocial com maior antecedência, «de modo a ter permitido que os trabalhadores recebessem os aumentos salariais e restantes matérias pecuniárias atempadamente».

«Os trabalhadores não podem continuar a sofrer e a empobrecer por quem gere e quem é culpado pela gestão do SAMS – a direcção do Mais Sindicato». Embora o sindicato da UGT se tenha comprometido a aumentar os salários (em linha com os aumentos aprovados pela Associação Portuguesa de Bancos: 4%), com retroactivos a Janeiro, é certo que os salários «vão continuar a ser muito baixos, insuficientes para as necessidades dos trabalhadores».

O MAIS Sindicato aceitou, após as várias acções de luta que se realizaram este anos, a aumentar «o valor do subsídio de refeição conforme proposto pelo CESP». Não obstante, o sindicato da UGT continua a recusar-se a atribuir o SAMS aos próprios trabalhadores que exercem ali exercem funções, a aplicar diuturnidades, valorizar a carreira profissional e a reconhecer a carreira de profissional de auxiliar especializado do bloco operatório.

O CESP, em comunicado, garante que irá continuar a realizar plenários de trabalhadores do SAMS/MAIS Sindicato, «para, com os trabalhadores, tomar todas as medidas que estes pretendam tomar» para concretizar as exigências que o sindicato da UGT insiste em negar.

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