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Relatório da ONU revela racismo estrutural na polícia e no sistema judicial dos EUA

O relatório publicado pelo Mecanismo Internacional Independente de Peritos das Nações Unidas confirma a existência de racismo estrutural contra as pessoas de ascendência africana nas forças policiais e no sistema de justiça criminal dos EUA.

CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

Após auscultação de 133 pessoas afectadas, visitados cinco centros de detenção e realizadas reuniões com grupos da sociedade civil e várias autoridades governamentais e policiais no Distrito de Columbia, Atlanta, Los Angeles, Chicago, Minneapolis e Nova Iorque, a ONU não tem dúvidas: existe racismo estrutural contra as pessoas de ascendência africana nas forças policiais e no sistema de justiça criminal dos EUA.

O relatório publicado pelo Mecanismo Internacional Independente de Peritos das Nações Unidas diz que este fenómeno é consequência  da escravatura, do tráfico de escravos e dos cem anos de apartheid legalizado que se seguiram à abolição da escravatura, ago que continua a existir atualmente sob a forma de perfis raciais, assassinatos pela polícia e muitas outras violações dos direitos humanos.

A sustentação de tais afirmações é assente em dados e a ONU indica assim que nos Estados Unidos, os negros têm três vezes mais probabilidades de serem mortos pela polícia do que os brancos e 4,5 vezes mais probabilidades de serem encarcerados. O relatório refere ainda que, dos mais de 1.000 casos de homicídios cometidos pela polícia todos os anos, apenas 1% resulta em acusação dos agentes.

As Nações Unidas encaram ainda com preocupação, no seu relatório, a profunda preocupação com casos de crianças de ascendência africana condenadas a prisão perpétua, mulheres grávidas acorrentadas durante o parto e pessoas mantidas em confinamento solitário durante 10 anos.

A isto acresce ainda o facto de algumas pessoas de ascendência africana serem impedidas de votar anos depois de completarem as suas sentenças e a forma como algumas são sujeitas a trabalhos forçados em prisões, o que constitui uma forma contemporânea de escravatura.
 

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