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Em sentença histórica, EUA «obrigado» a compensar Cuba por bloqueio

Colectivo de juízes decreta em Bruxelas que Estados Unidos violam leis de inúmeros tratados internacionais com bloqueio a Cuba.

O Tribunal Internacional contra o Bloqueio a Cuba decorreu nas instalações do Parlamento Europeu, em Bruxelas, entre 16 e 17 de Novembro de 2023
Créditos / Parlamento Europeu

O grupo de cinco juízes que presidiu ao Tribunal Internacional contra o Bloqueio, que decorreu em Bruxelas, decretou uma sentença histórica: o bloqueio dos EUA a Cuba viola, de facto, inúmeros artigos «sobre protecção de soberania, auto-determinação e proibição de intervenção» da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal de Direitos Humanos, e do Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais, bem como «disposições sobre a protecção à liberdade de comércio» da Organização Mundial do Comércio, e «inúmeros princípios» do Tratado de Maastricht, da União Europeia.

O Tribunal concluiu que «as provas recolhidas de testemunhos, vídeos e documentos dão a impressão de um ataque concentrado às estruturas básicas da sociedade cubana, aos seus meios de subsistência e capacidades de desenvolvimento, que é único e sem precedentes na história, na sua duração e alcance». E decretou que «dado que as numerosas sanções e as leis dos EUA em que se baseia o bloqueio são ilegais, devem ser abolidas» e os «EUA devem pagar uma indemnização pelos danos causados ao Estado cubano, às suas empresas e aos seus cidadãos».

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Tribunal Internacional contra o Bloqueio a Cuba denuncia guerra económica

Centenas de partidos e associações de juristas, empresários, científicos e de solidariedade são as testemunhas arroladas deste Tribunal para denunciar as consequências do bloqueio dos EUA contra Cuba.

Créditos / Rita Janeiro

A condenação é, por enquanto, simbólica, mas a acusação é efectiva: do Tribunal Internacional contra o Bloqueio a Cuba, que hoje começou no Parlamento Europeu, em Bruxelas, sairá uma denúncia inequívoca dos Estados Unidos e do bloqueio que impôs a Cuba há mais de 61 anos.

Um colectivo internacional de seis juízes e três procuradores está a reunir testemunhos e provas que demonstrem cabalmente como as medidas norte-americanas afectam o povo cubano e a soberania do seu governo, mas também empresas e cidadãos europeus que com Cuba queiram relacionar-se.

As testemunhas arroladas são várias centenas de partidos políticos, associações de juristas, empresários, científicos, culturais e de solidariedade, europeias e norte-americanas, que estão em Bruxelas a dar conta do recrudescimento do cerco económico, financeiro e comercial imposto por Washington e denunciar, diante da opinião pública internacional, os efeitos nefastos do bloqueio ao povo cubano e a países terceiros.

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Deputados europeus reafirmam oposição ao bloqueio imposto a Cuba

Homero Acosta, secretário da Assembleia Nacional de Cuba, dialogou em Bruxelas com vários deputados ao PE, que reafirmaram a condenação do bloqueio e defenderam o acordo alcançado em 2016 entre a UE e a Ilha.

Homero Acosta com vários deputados ao Parlamento Europeu, a 14 de Novembro de 2023 
Créditos / Prensa Latina

No encontro desta terça-feira entre Acosta e a deputada portuguesa Sandra Pereira, os parlamentares espanhóis Mónica Silvana, Ana Miranda e Antoni Comín, e os italianos Maximiliano Smeriglio, Andrea Cozzolino, Pietro Bartolo e Dino Giarrusso, os anfitriões fizeram questão de deixar expressa a sua oposição à inclusão de Cuba na lista unilateral, elaborada por Washington, de países patrocinadores do terrorismo.

Smeriglio (Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas) agradeceu a ajuda médica cubana durante a pandemia de Covid-19, bem como as «lições morais» que a maior ilha das Antilhas dá, refere a Prensa Latina.

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Tribunal em Bruxelas denunciará esta semana o bloqueio a Cuba

A associação francesa Cuba Linda entende que o tribunal internacional contra o bloqueio à Ilha, uma iniciativa simbólica que terá lugar em Bruxelas, é um instrumento para denunciar e divulgar o cerco.

O tribunal internacional contra o bloqueio a Cuba terá lugar, em Bruxelas, a 16 e 17 de Novembro de 2023 
Créditos / Prensa Latina

Representantes da organização criada em 1998 para promover os laços entre França e Cuba confirmaram à agência Prensa Latina a sua participação no tribunal, com sede no Parlamento Europeu, nas próximas quinta e sexta-feira, e mostraram expectativas quanto a esse espaço de denúncia da ilegalidade do cerco económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA há mais de 60 anos.

«O objectivo é, ao mesmo tempo, simbólico e mediático. Este tribunal reunirá juristas internacionais, personalidades e organizações europeias solidárias com Cuba, mas também norte-americanas e de outros continentes», afirmaram.

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Sindicatos britânicos louvam exemplo de Cuba e condenam cerco dos Estados Unidos

Num evento à margem do encontro nacional do Congresso dos Sindicatos (TUC), em Liverpool, os delegados sindicais reafirmaram a condenação das tentativas dos EUA de intimidar o povo e o governo de Cuba.

A Ilha recebeu a solidariedade dos sindicatos britânicos, em Liverpool 
Créditos / Morning Star

Na reunião, celebrada paralelamente ao congresso do TUC, que decorreu em Liverpool entre 10 e 13 de Setembro, os delegados sindicais reconheceram o avanço de Cuba nos sectores da Educação e da Saúde, e destacaram os programas que Havana promove com vista à formação de milhares de médicos em África e na Ásia.

«São um exemplo de que [Washington] não quer que tenhamos noção», disse esta segunda-feira Kevin Courtney, recentemente designado presidente da Cuban Solidarity Campaign (campanha de solidariedade com Cuba), durante o encontro de representantes sindicais.

Courtney, refere o periódico Morning Star, criticou ainda a reintegração de Havana na lista unilateral de estados alegadamente patrocinadores do terrorismo, criada pelo Pentágono, depois de ter recebido os membros do Exército de Libertação Nacional (ELN) que iam participar em conversações de paz com o governo da Colômbia. Para o presidente da Campanha solidária, trata-se de algo «kafkiano».

Por seu lado, Gawain Little, secretário-geral da Federação Geral dos Sindicatos (GFTU), enalteceu o sistema de educação cubano, tendo afirmado que, durante uma viagem solidária ao país caribenho, «vimos um currículo escolar a que qualquer uma das nossas crianças teria sorte em aceder, apesar do impacto do desumano bloqueio» no país.

Para Little, «o exemplo inspirador de Cuba representa uma ameaça para os Estados Unidos e o Reino Unido». «Não como ameaça militar ou política, mas como ameaça de que as pessoas começassem a pensar de forma diferente», disse.

A embaixadora cubana em Londres, Bárbara Montalvo Álvarez, também participou no encontro solidário das organizações sindicais em Liverpool, tendo agradecido aos presentes pela solidariedade. Na ocasião, afirmou: «Não deixaremos de trabalhar para alcançar o nosso sonho de uma sociedade mais justa e igual.»

Na mesa, com Montalvo Álvarez, estiveram Alex Gordon (presidente do sindicato de transportes RMT), Lisa Osborne (da organização Thompsons Law), Gawain Little (dirigente da GFTU), Sarah Woolley (secretária-geral do sindicato da indústria alimentar BFAWU) e Simon Dubbins (responsável da secção internacional do sindicato Unite).

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No entender da associação, o fórum permitirá mostrar que o bloqueio viola o direito, ferindo os princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas, e as normas do comércio internacional.

«O tribunal deverá evidenciar o carácter ilegal desta política criminosa extraterritorial de Washington, que executa em detrimento das pessoas físicas e jurídicas, e da soberania de terceiros estados, em particular europeus», apontou a Cuba Linda.

Em simultâneo, destacou o potencial do tribunal internacional para combater a guerra mediática contra a maior ilha das Antilhas, a que os Estados Unidos recorrem para tentar justificar o bloqueio, rejeitado as 31 resoluções da Assembleia Geral da ONU desde 1992, a mais recente das quais aprovada no início deste mês, com o apoio de 187 países, a oposição de dois (EUA e Israel) e a abstenção de um (Ucrânia).

«Este tribunal denunciará em voz alta as mentiras divulgadas para justificar o cerco e divulgará as consequências das sanções imperialistas contra os povos», afirmou ainda a associação francesa, que defende o direito inalienável dos cubanos a escolher o seu próprio futuro.

Tribunal internacional para denunciar o carácter extraterritorial do bloqueio

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«Graças a Fidel, Cuba brilha como exemplo de solidariedade e humanismo»

Damasco, Moscovo, Roma e os Alpes foram alguns dos locais que, pelo mundo fora, acolheram tributos ao líder histórico da Revolução cubana, nos quais se exigiu o fim do bloqueio imposto pelos EUA.

Membros da Associação Nacional de Amizade Itália-Cuba (Anaic) no Pico Fidel, assim baptizado em homenagem ao revolcionário cubano e localizado no Monte Arpone, nos Alpes / PL 
Créditos

Na capital da Síria, cubanos e sírios uniram-se para homenagear o histórico líder revolucionário num acto organizado este domingo pela Embaixada de Cuba, por ocasião do 97.º aniversário do nascimento de Fidel Castro.

«Fidel é um homem de todos os tempos e é exemplo de coragem, dignidade e solidariedade que continua vivo entre os cubanos e sírios e todas as pessoas dignas no mundo», afirmou-se durante a iniciativa, que serviu para recordar a «sólida amizade entre Fidel e o ex-presidente sírio Hafez al-Assad, bem como a histórica visita do líder da Revolução Cubana à Síria em 2001», refere o correspondente da Prensa Latina no país árabe, Fady Marouf.

Sírios e cubanos juntaram-se na Embaixada de Cuba em Damasco para recordar Fidel Castro e o seu legado / PL

Esses dois governantes «estabeleceram as bases destas relações, a que os actuais presidentes, Miguel Díaz Canel e Bashar Al-Assad, deram continuidade e reforçaram», afirmou-se no acto, em que se condenou o «bloqueio ilegal e criminoso» imposto pelos Estados Unidos a ambos os países e se exigiu que os seus nomes sejam retirados da «falsa lista de países patrocinadores do terrorismo».

«Graças a Fidel e ao seu legado, Cuba continuará a brilhar como exemplo de solidariedade, humanismo, socialismo e da luta por um mundo melhor, afirmaram os presentes, que, no final da iniciativa, puderam assistir a um documentário sobre a vida e a obra do líder da Revolução cubana.

Fidel nasceu há 97 anos e Moscovo não esquece o seu legado

Numa cerimónia que teve lugar na Praça Fidel Castro da capital russa, juntaram-se este domingo amigos da Ilha e representantes do país caribenho, para recordar Fidel, a 97 anos do seu nascimento, e evocar o seu legado.

O Herói da República de Cuba Antonio Guerrero esteve presente no acto, tendo dito à Prensa Latina que é um orgulho para todos poder recordar, perante o monumento erguido em Moscovo, «quem nos entregou a Revolução e as melhores lições de solidariedade e humanismo».

Amigos da Ilha e cubanos junto ao monumento a Fidel no distrito de Sokol (Moscovo), a 13 de Agosto de 2023 / PL

«Nós, em Cuba, não temos um monumento a Fidel porque ele está de forma constante no povo cubano, mas é uma honra enorme contar com a presença de Fidel nesta praça, nesta escultura que mostra o Fidel rebelde, o Fidel vitorioso», disse também Guerrero, acrescentando que Fidel «foi alguém que desempenhou um papel importante na luta pela liberdade dos Cinco Heróis e por mostrar a injustiça que se tinha cometido».

Num dia em que o monumento a Fidel Castro, inaugurado o ano passado por Díaz-Canel e Vladimir Putin no distrito moscovita de Sokol, se encheu de flores e bandeiras, o encarregado de negócios da Embaixada de Cuba na Rússia, Marcos Lazo, disse que, «para os revolucionários cubanos e de todo o mundo, é uma data importante, porque se recorda o homem que nos entregou a dignidade, a soberania e nos ensinou a lutar contra as adversidades e sair vitoriosos».

Tributo a Fidel no Coliseu de Roma e nos Alpes piemonteses

O Coliseu, em Roma, foi palco de uma homenagem a Fidel Castro, no âmbito das actividades desenvolvidas pela Associação Nacional de Amizade Itália-Cuba (Anaic) no 97.º aniversário do nascimento do dirigente revolucionário.

Marco Papacci, presidente da Anaic, disse à Prensa Latina que duas grandes faixas – uma com a imagem de Fidel e outra com o lema «¡Patria o Muerte, Venceremos!» – foram colocadas em vários locais próximos do icónico monumento no centro da capital italiana.

Papacci destacou que a iniciativa do círculo romano da Anaic – com mais de 4500 membros em todo o país – representou «uma demonstração do respeito e da profunda gratidão do povo italiano amigo de Cuba ao Comandante Fidel».

Tributo a Fidel Castro junto ao Coliseu em Roma, a 13 de Agosto de 2023 / PL

Também no contexto dos tributos italianos a Fidel, no sábado, membros da Anaic subiram 1600 metros para chegar ao Pico Fidel, assim baptizado em honra do líder cubano e localizado no Monte Arpone, nos Alpes piemonteses.

Ali, os participantes realizaram uma oferenda floral, colocaram uma bandeira de Cuba e uma mensagem evocativa, com as palavras de ordem «¡Hasta la victoria siempre!» e «¡No al bloqueo contra Cuba!».

Fidel foi «como um capitão que dirige um pequeno barco no meio da mais furiosa tempestade», afirma-se num documento divulgado pela associação solidária, que faz a defesa de Cuba e do seu exemplo «para todos os que continuam a acreditar na solidariedade, no socialismo e num mundo melhor».

Os tributos e as cerimónias de homenagem a Fidel Castro sucederam-se pelo mundo fora, nos últimos dias, em particular este domingo, com diversas expressões em países como China, Cuba, El Salvador, Equador, França, Guatemala, Honduras, Índia, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela.

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O tribunal internacional que irá julgar de forma simbólica o bloqueio imposto a Cuba foi convocado em Julho deste ano por diversas organizações participantes na Cimeira dos Povos, em Bruxelas.

Na quinta-feira passada, representantes do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) confirmaram, em conferência de imprensa, que o conclave terá lugar na capital belga e sede da União Europeia, contando com a participação de «prestigiados juristas» de ambos os lados do Atlântico e o apoio de organizações jurídicas de Espanha, Alemanha, Itália, Grécia, Bélgica e EUA.

Fernando González Llort, presidente do ICAP, destacou a importância da iniciativa, pois, embora se trate de um tribunal de carácter político e não juridicamente vinculativo, o dossiê com as denúncias, previamente documentadas, e o parecer final serão posteriormente divulgados a figuras políticas europeias e das Nações Unidas.

Na ocasião, em Havana, foi ainda afirmado que, ao longo dos dois dias, assumirão o estatuto de testemunhas representantes de organizações solidárias com Cuba, empresários, personalidades e emigrantes cubanos na Europa.

Representantes do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP) falam, em Havana, a 9 de Novembro de 2023, sobre a importância do tribunal em Bruxelas, apesar do seu carácter simbólico e não vinculativo / @cubavsbloqueo

O presidente da associação Cuba Coopération France (CubaCoop), Víctor Fernández, será uma dessas testemunhas, em nome também do Movimento Estatal de Solidariedade com Cuba em Espanha, comparecendo no tribunal para expor exemplos concretos das consequências do bloqueio.

A título de exemplo, Fernández explicou à Prensa Latina que o carácter extraterritorial da política imposta por Washington implica que empresas se recusem a vender produtos que seriam enviados à Ilha, provoca aumentos nos preços de aquisição, dificultando a capacidade das associações de executar projectos e, de forma extrema, o despacho de mercadorias.

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Por seu lado, a espanhola Silvana González, deputada do PSOE e também membro da Aliança Progressista, destacou os contributos de Cuba para a cooperação Sul-Sul.

O apoio ao Acordo de Diálogo Político e de Cooperação entre a União Europeia (UE) e Cuba, firmado em 2016, e a sua importância para os signatários foram temas que dominaram o encontro dos eurodeputados com Acosta, indica a agência cubana.

Nesse sentido, os participantes abordaram as potencialidades das relações entre a Ilha e o bloco, em áreas como saúde, educação, alimentar e científico-técnica.

Aos presentes, Acosta fez uma actualização da situação de Cuba, os processos em curso de âmbito parlamentar e o impacto do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de 60 anos, tendo apontado os danos humanos e os prejuízos económicos desta política.

O encontro de Homero Acosta com deputados solidários com Cuba (nas imagens) precedeu uma reunião com o vice-presidente do PE, Marc Angel / PE  

No encontro participaram também Sandra Pereira (deputada do PCP e membro do Grupo da Esquerda), Ana Miranda (deputada galega do BNG e membro do Grupo dos Verdes), Pietro Bartolo (do Partido Democrático e membro da Aliança Progressista de Socialistas e Democratas), assim como o italiano Andrea Cozzolino (Partido Democrático), o catalão Antoni Comín (Junts) e o italiano Dino Giarrusso (Movimento Cinco Estrelas), que não estão inscritos em qualquer grupo político do Parlamento Europeu (PE).

Tiveram ainda oportunidade de ouvir o secretário da Assembleia Nacional de Cuba falar sobre as possibilidades de investimento que Cuba representa para a UE, algo que o alcance extraterritorial do bloqueio dificulta.

Também presente no encontro, a embaixadora cubana na Bélgica e junto da UE, Yaira Jiménez, destacou a importância do Acordo de Diálogo Político e de Cooperação, que «é fruto do respeito e da autodeterminação como instrumento para conversar ao mesmo nível sobre os valores partilhados e as diferenças».

Posteriormente, indica a agência, Homero Acosta reuniu-se com o vice-presidente do PE, o luxemburguês Marc Angel.

A defesa do multilateralismo e da coesão social foram alguns dos temas analisados na reunião, na qual o dirigente político cubano expôs as consequências da agressividade dos Estados Unidos.

Acosta reconheceu ainda o apoio da UE à condenação mundial do bloqueio e à presença da Ilha na lista unilateral de países patrocinadores do terrorismo – sendo que esto último aspecto funciona como «uma severa limitação no acesso ao sistema financeiro internacional».

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O Tribunal pretende demonstrar como o bloqueio impacta todos os sectores da sociedade cubana. Homero Acosta Álvarez, um dos cinco representantes da Assembleia do Poder Popular de Cuba, presentes na sessão de abertura do Tribunal no Parlamento Europeu explicou, precisamente, que «por detrás dos milhares de milhões de dólares de consequências desta política ilícita e injusta estão os danos à vida quotidiana do povo cubano». «Não há um único sector da vida cubana que não seja afectado: geração de electricidade, saúde, transportes, educação, e o bem-estar geral da população», continuou.

O objectivo dos EUA é, portanto, «derrocar e subverter um projecto humanista e de justiça social, construído democrática e soberanamente por um povo» que é a Revolução Cubana. Citando as palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez, na ONU, Homero Acosta Álvarez disse que «o bloqueio é um acto de guerra económica em tempos de paz, dirigido a anular a capacidade do governo de atender às necessidades da população, criar uma situação de ingovernabilidade e destruir a ordem constitucional» de Cuba.

Também por isso o bloqueio a Cuba é a «jóia da coroa da hipocrisia americana», um exemplo de uma «ordem internacional baseada em regras, um cliché inventado pelos Estados Unidos e a política ocidental que pretende condicionar a lei internacional», disse Clare Daly, deputada irlandesa ao Parlamento Europeu, pelo partido Independents for Change.

«Podemos ver em Cuba o que realmente significa quando uma comunidade se junta e emancipa», disse Clare Daly, que dá o exemplo da pandemia da Covid-19 e a forma como Cuba e a sociedade cubana se organizaram para esse combate, inclusive na solidariedade com o resto do mundo: «Quando todas as sociedades estavam a sofrer com a pandemia, e o ocidente lutava por direitos de propriedade intelectual de farmacêuticas e dividia entre si os lucros, Cuba estava a desenvolver cinco vacinas. Se é isso que Cuba consegue com as mãos atadas, imagine-se o que poderia fazer sem o bloqueio. Na verdade, o bloqueio impede o desenvolvimento do mundo inteiro: é um ataque à classe trabalhadora e aos movimentos sociais em todo o mundo.»

A responsabilidade de Portugal e da UE

Os países europeus têm liberdade para colaborar com Cuba como entenderem. No entanto, escudam-se demasiadas vezes nas medidas extra-territoriais impostas pelo bloqueio norte-americano para impedirem empresas e cidadãos europeus de estabelecerem relações económicas ou financeiras com Cuba, condicionando assim a sua soberania à vontade de Washington.

Apesar de Portugal votar nas Nações Unidas a favor da eliminação do bloqueio, assim como a maioria dos países do mundo – com a excepção dos EUA e Israel, que têm votado sistematicamente contra desde a primeira resolução na ONU, em 1992 –, Portugal pode fazer mais, disse, na sessão de abertura do Tribunal, a eurodeputada pelo PCP ao Parlamento Europeu, Sandra Pereira: «O Governo português precisa de ser coerente com essa posição, precisa de passar das palavras aos actos. Temos exigido que assuma uma atitude clara de condenação da política de ingerência e agressão dos EUA contra Cuba e que desenvolva efectivas e consequentes iniciativas no âmbito das suas relações com Cuba e no âmbito dos fóruns internacionais em que participa que contribuam para pôr fim a essa política.»

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ONU: rejeição do bloqueio a Cuba deixa EUA, Israel e Ucrânia isolados

Pelo 31.º ano consecutivo, a Assembleia Geral das Nações Unidas defendeu o fim imediato do bloqueio a Cuba. Os votos contra de Israel e EUA (com a abstenção da Ucrânia) constrastam com a posição dos restantes 187 países.

Várias organizações promoveram um acto de solidariedade com Cuba e pelo fim ao criminoso bloqueio dos EUA a este país, em frente à embaixada cubana em Lisboa, a 15 de Julho de 2021
CréditosPaulo António

«Cuba está impedida de comprar equipamentos, tecnologias, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos a empresas norte-americanas e às suas filiais em países terceiros, sendo por isso obrigada a adquiri-los a preços exorbitantes através de intermediários ou a substituí-los por medicamentos genéricos menos eficazes», referiu Bruno Rodríguez Parrilla, ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, na sessão de hoje da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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Cuba «me­rece e pre­cisa da nossa so­li­da­ri­e­dade»

A declaração dá o mote à iniciativa «Juntos por Cuba!», que A Voz do Operário acolhe este sábado, aproveitando a visita ofi­cial do Pre­si­dente da Re­pú­blica de Cuba, Mi­guel Díaz-Canel, a Por­tugal.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
Créditos / Celag

Inúmeras organizações de várias áreas de intervenção, como as associações Água Pública, Ami­zade Por­tugal-Cuba, Conquistas da Revolução, In­ter­venção De­mo­crá­tica e de Juristas Democratas realizam amanhã um «grande acto de solidariedade com Cuba», país que conquistou a liberdade há mais de 60 anos, mas que desde então se encontra sujeito a um «ilegal e injusto» bloqueio económico, comercial e financeiro, imposto pelos EUA. 

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Ligar Cuba a organizações terroristas «é uma desfaçatez»

Penélope Alsina, da coordenação do Movimiento Nacional de Amistad y Solidaridad Mutua Venezuela-Cuba, considera «uma desfaçatez» incluir a Ilha na lista negra criado pelo Departamento de Estado dos EUA.

Créditos / Prensa Latina

Em conversa com Juan Carlos Díaz Guerrero, correspondente da Prensa Latina, Alsina sublinhou o cinismo que representa «o império mais letal alguma vez conhecido pela humanidade» pretender assinalar alguns países, nas listas criadas pelo seu Departamento de Estado, por estarem alegadamente ligados a organizações terroristas.

A comunicadora social destacou que Cuba é mundialmente reconhecida pelo papel de mediação em conflitos, para os conduzir a processos de paz, como no caso da Colômbia, e que alertou oportunamente para atentados terroristas contra figuras norte-americanas e aviões.

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Cuba é «o maior inimigo dos EUA porque se atreve a ser soberana»

Centenas de pessoas, representantes de várias organizações norte-americanas, mobilizaram-se este domingo em Washington, exigindo o fim do bloqueio e a retirada de Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo.

Manifestação anti-imperialista e solidária com Cuba em Washington, a 25 de Junho de 2023 
Créditos / @NNOCuba

Membros de organizações anti-imperialistas e pessoas solidárias com Cuba juntaram-se, este domingo, frente à Casa Branca, em resposta ao apelo de mobilização realizado pela National Network on Cuba, para afirmar que «Cuba não é um Estado terrorista» e exigir o «fim do terrorismo norte-americano contra Cuba».

A manifestação, que culminou uma semana nacional de solidariedade com a Ilha, durante a qual se pediu ao presidente Joe Biden que acabe com a actual política hostil, serviu também para dar visibilidade às moções que têm sido aprovadas em múltiplos municípios norte-americanos a exigir que se retire o país caribenho da lista, criada pelos EUA, de estados patrocinadores do terrorismo.

Ao longo do fim-de-semana, noutros pontos do país, também houve mobilizações enquadradas no âmbito da campanha «Take Cuba off the List of State sponsors of terror», mas a marcha de Washington, que partiu do Monumento ao libertador José de San Martín e terminou frente à Casa Branca, tinha carácter nacional.

@NNOCuba

«Estamos aqui para dizer a Joe Biden que retire Cuba da lista de estados patrocinadores do terrorismo e que o bloqueio tem de acabar», disse um dos oradores, citado pela Prensa Latina.

Carlos Lazo, coordenador do movimento Puentes de Amor, viajou de Seattle para estar presente na capital, tendo destacado a importância da mobilização.

Por seu lado, Elena Freyre, presidente de la Coalición Alianza Martiana, que viajou de Miami, defendeu que o presidente deve «cumprir as suas promessas», tendo recordado como, durante a campanha eleitoral, afirmou que, se fosse eleito, acabaria com as sanções a Cuba.

Já Rosemarie Mealy, que viajou de Nova Iorque, destacou que os mais de 60 anos de bloqueio provocaram demasiado sofrimento ao povo cubano.

Cuba, «um farol de esperança»

Na sua conta de Twitter, a International Peoples' Assembly afirma que a mobilização de Washington teve lugar «em solidariedade com Cuba e o seu projecto socialista – um farol de esperança e resistência contra a agressão do imperialismo norte-americano».

«Lutamos contra o imperialismo em casa e continuamos a construir a solidariedade internacional com Cuba e a sua luta contínua pela soberania», afirma.

@NNOCuba

No local, Lillian House, da organização Answer Coalition, perguntou «porque é que Cuba é o maior inimigo dos EUA». «Porque se atreve a dizer que são um povo soberano. Porque Cuba se atreveu a correr com as empresas norte-americanas», sublinhou.

«Muitos norte-americanos estiveram em Cuba e viram em primeira mão que [ali] dirigem tudo o que têm, por mais limitado que seja, para as necessidades do povo», declarou.

«Cuba, mesmo sendo tão pequena, faz tanto pelo seu povo e é por isso que é o maior inimigo dos EUA. Não é porque que Cuba seja terrorista ou um Estado patrocinador do terrorismo, mas porque inflige terror nos corações dos imperialistas – com medo de que os oprimidos e os explorados vejam o seu exemplo e se revoltem e digam: "Recusamo-nos a ser subjugados!"», clamou.

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Alsina, que é também coordenadora nacional da Cátedra Livre da Mulher «María León», disse que não há base possível, tendo em conta o direito internacional, para submeter o povo cubano às consequências da inclusão arbitrária na lista referida.

Apontou, a título de exemplo, as restrições às exportações, a eliminação de determinados benefícios comerciais, impedimentos à obtenção de créditos em instituições financeiras internacionais e limitações à atribuição de ajudas económicas.

Como efeito dessa decisão, denunciou que o governo cubano «vê limitada» a possibilidade de continuar a produção de medicamentos, o que se repercute na «efectiva garantia de cuidados de saúde».

Neste sentido, sublinhou que se trata de um impacto doloroso para as famílias cubanas que procuram desesperadamente salvar a vida de uma pessoa querida e ficam impossibilitadas de encontrar o tratamento requerido.

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Díaz-Canel: «A alternativa de Cuba nunca será render-se»

O presidente cubano participou numa das comissões do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o Anti-Imperialismo, a 200 anos da Doutrina Monroe, que reuniu mais de 1200 delegados em Havana.

Delegados presentes no Palácio das Convenções, em Havana, a 2 de Maio de 2023 
Créditos / @PartidoPCC

«Os desafios de Cuba são grandes, mas a alternativa nunca será rendermo-nos», afirmou Miguel Díaz-Canel, ao participar numa das comissões do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o Anti-Imperialismo, a 200 anos da Doutrina Monroe.

O Palácio das Convenções, em Havana, tornou-se esta terça-feira o centro da solidariedade mundial com a Ilha, acolhendo mais de mil delegados provenientes dos cinco continentes e outros 200 nacionais.

Os participantes na comissão n.º 1, dedicada à Unidade Anti-Imperialista vs. Doutrina Monroe, proferiram intervenções sobre essa unidade, o socialismo a construir, a forma de enfrentar a colonização cultural, a situação difícil do povo cubano, a guerra mediática, o papel dos jovens na mudança social ou a decadência do imperialismo, refere o diário Granma.

Delegados no Palácio das Convenções, em Havana / @PartidoPCC

Depois de ouvir oradores de vários pontos do mundo, o presidente cubano enalteceu os valores que engrandecem o seu povo, que dia após dia dá lições de criatividade, resistência, dignidade e heroísmo.

A lógica imperialista aplica-se ao mundo para impor hegemonia e dominação, e esse não é o mundo que queremos, explicou Díaz-Canel, que deu grande ênfase ao plano de colonização cultural executado pelo imperialismo, que visa «acabar com a história e a identidade nacional».

Sobre a Doutrina Monroe – fundada há dois séculos incluindo o lema «América para os americanos» –, o presidente de Cuba disse que é uma das argumentações ainda latentes nas estratégias do imperialismo na actualidade.

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Mais de 150 jovens norte-americanos em Cuba, a unir os povos

Cerca de centena e meia de jovens dos EUA estão na Ilha para participar nas celebrações do Primeiro de Maio e contactar com sindicatos, organizações juvenis, artistas e autoridades cubanas.

Os jovens com a diplomata Johana Tablada, em Havana 
Créditos / @CubaMINREX

Ontem à tarde, a Brigada Primeiro de Maio (May Day Brigade) visitou a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), um projecto de formação de médicos criado pela Revolução Cubana, de onde saíram mais de 30 mil profissionais da saúde de todo o mundo.

Manolo de los Santos, co-director executivo de The People’s Forum, e Kate Gonzales, coordenadora editorial da 1804 Books, explicam que esta brigada é a maior a dirigir-se a Cuba em décadas e que representa «uma intervenção nas tentativas incessantes dos Estados Unidos para silenciar e estrangular os êxitos do projecto socialista cubano».

Dizem ainda que a iniciativa partiu da International Peoples’ Assembly, que convidou jovens militantes de base da diversidade de lutas nos EUA a participar num «intercâmbio crucial em Cuba, uma experiência de que eles e a sua geração foram privados por 60 anos de bloqueio».

O grupo visitou a ELAM // @ldejesusreyes

Com uma agenda intensa e apertada, já participaram num encontro-debate sobre direitos humanos, no Centro Cultural Yoruba, em que se abordaram questões como igualdade de género, direito à habitação ou luta contra o racismo.

Zuleica Romay, directora do programa de Estudos Afro-Americanos na Casa das Américas, lembrou que «Cuba também é uma vítima do seu êxito». Por seu lado, o presidente da instituição, Abel Prieto, afirmou que a administração norte-americana nunca entendeu que em Cuba foi plantada uma coisa, «o princípio da justiça social, da democracia popular, da igualdade, da participação popular no processo político», e que isso «nunca foi enfraquecido».

Na quarta-feira, os jovens norte-americanos, que representam diversos movimentos e organizações sociais, dialogaram com representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo sido recebidos por Johana Tablada, subdirectora para os Estados Unidos do ministério.

Tablada agradeceu aos presentes a sua empatia e amizade, que reforçam a esperança de melhoria das relações entre Cuba e o vizinho a norte, «compensando a dor causada pelo bloqueio». «A vossa amizade é uma prenda para Cuba», destacou a diplomata.

Tablada aproveitou a ocasião para falar aos jovens sobre a história das relações bilaterais e da luta permanente do povo cubano pela soberania e dignidade face à agressão do imperialismo.

Jovem durante o encontro com Johana Tablada, no Ministério dos Negócios Estrangeiros // @PeoplesForumNYC

A delegação de jovens norte-americanos, que se encontra na Ilha desde 24 de Abril, foi saudada pelo chefe de Estado, Díaz-Canel, que lhe deu as boas-vindas na sua conta de Twitter.

«Acreditamos no povo norte-americano, diverso e solidário, que nos respeita e entende; é o que vocês representam. Vemo-nos no Primeiro de Maio», escreveu o presidente.

De acordo com o programa previsto, a comitiva deve permanecer em Cuba até 3 de Maio, conhecendo bairros em transformação em Havana, instituições científicas e o Centro Fidel Castro, dedicado a preservar o legado do líder histórico da Revolução.

Também está prevista uma visita à cidade de Santa Clara, onde os jovens norte-americanos vão manter um encontro com jovens cubanos e prestar homenagem a Ernesto Che Guevara e aos seus companheiros de luta, no mausoléu.

Segundo indica a Prensa Latina, o grupo participará, em Havana, nos festejos populares do Dia Internacional do Trabalhador, e, a 2 de Maio, fará parte do encontro de solidariedade com Cuba que terá lugar no Palácio das Convenções.

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Referiu-se a tal política como uma expressão de prepotência, de desprezo pelos povos. «Essa Doutrina não é solidária porque não se trata de partilhar experiências para o desenvolvimento igualitário de todos os países, mas de saquear os recursos naturais e extrair as riquezas aos países do Sul», disse, aludindo à natureza agressiva, expansionista e predadora da Doutrina Monroe.

Nas outras quatro comissões debateram-se os direitos dos jovens trabalhadores e a integração mundial em defesa da paz e da soberania; mulheres do mundo pela paz e a solidariedade entre os povos; desafios dos trabalhadores no mundo contemporâneo, e lutas dos movimentos de solidariedade, sociais e populares.

O mundo poderá contar sempre com Cuba

«A comunidade internacional poderá contar com a luta permanente de Cuba face à injustiça, às desigualdades, ao subdesenvolvimento e pela criação de uma ordem internacional mais justa e equitativa, no centro da qual esteja o ser humano, a sua dignidade e bem-estar», afirmou Ulises Guilarte de Nacimiento, secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC).

Na sessão de abertura do encontro, organizado pela CTC e o Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), o dirigente sindical disse que, «sem deixar de reconhecer insuficiências na gestão administrativa, a causa fundamental dos nossos problemas resulta da persistência de um bloqueio desapiedado e unilateral, económico, comercial e financeiro».

Sessão de abertura do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o Anti-Imperialismo / @PartidoPCC

Ao dar as boas-vindas aos delegados no Palácio das Convenções, agradeceu a presença de tantos amigos em Havana, desafiando precisamente o bloqueio imposto pelos EUA ao povo cubano há mais de 60 anos.

Também na sessão de abertura, interveio a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Anayansi Rodríguez Camejo, para dar a conhecer aos presentes o modo como o bloqueio afecta o país e o seu povo, e sublinhar que, apesar das dificuldades criadas por essa política, «Cuba não se rende nem se verga».

«O nosso povo resiste e avança, e continuaremos a distribuir solidariedade ao mundo e a apoiar as causas justas», disse Rodríguez, que vincou a solidariedade do seu país com a causa palestiniana.

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«É inaceitável e, por isso, condenamos e exigimos que se retire Cuba dessa lista, porque não têm fundamentação e provocam danos irreversíveis», alertou.

A decisão de Washington afecta uma população que, com dignidade, «mostrou aquilo de que é capaz e provou em mais de seis décadas, ao fazer frente a um bloqueio genocida e a uma guerra multidimensional», defendeu, reafirmando a «condenação categórica à forma de actuar do imperialismo norte-americano».

Cuba, «o farol do mundo», deve ser integrada na lista de países que andam a salvar vidas

Militante do movimento feminista venezuelano, Penélope Alsina disse ainda que estão em ligação com as mulheres cubanas, que existe uma troca de saberes e experiências, e que «pensam juntas».

Questionada sobre as linhas de actuação para a denúncia, a dirigente do movimento feminista e solidário afirmou que «a denúncia é permanente», tendo referido que existe uma organização para partilhar formas de enfrentar as consequências que, de alguma forma, «nos calhou viver a nós, venezuelanas, em primeira mão, nos últimos anos».

«Também explicamos sem descanso como operam os inimigos históricos e reforçamos a nossa ética socialista, para não sermos permeados por quem pretende fazer-nos andar para trás», explicou.

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Venezuela reafirma solidariedade com Cuba - «Cuba não está sozinha»

O Presidente da República Bolivariana da Venezuela condecorou ontem os 43 bombeiros e especialistas da Petróleos da Venezuela enviados para Cuba para ajudar no combate ao incêncio na base de superpetroleiros em Matanzas e aproveitou a ocasião para reafirmar a solidariedade com o povo cubano.

CréditosMadelein Garcia / TeleSur

Foi na passada semana que deflagrou um incêndio de grandes proporções em Cuba num depósito de petróleo que se encontra na cidade de Matanzas. A causa do incêndio é um relâmpago que atingiu um depósito gerando várias explosões. Até ao momento sabe-se que há um morto, 121 feridos e 17 bombeiros desaparecidos.

Como prova de solidariedade, Cuba recebeu ajudas materiais do México, Rússia e Chile, sendo que a Venezuela enviou também 20 toneladas de mantimentos, espumas e pós químicos para atender a contingência a par de 43 bombeiros e especialistas da Petróleos da Venezuela (PDVSA) para ajudar no combate ao incêndio que segundo o Presidente Cubano, Diaz Canel «não há precedentes».

Na cerimónia de condecoração dos enviados para Cuba, Nicolas Maduro destacou a total disponibilidade para ajudar a reconstruir e reparar os danos em Matanzas, relembrando que os doiS paises estão unidos na raiz do libertador Simón Bolivar e do apostolo José Martí.

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Solidariedade com Cuba em nova jornada mundial contra o bloqueio

Nos últimos dias, muitas vozes uniram-se em torno da solidariedade com Cuba e da mensagem contra o bloqueio que lhe é imposto pelos EUA. Em Portugal, estão agendadas iniciativas para dias 14 e 18.

Solidariedade com Cuba em Dominica 
Créditos / @CubaMINREX

Na sua conta de Twitter, a diplomata cubana Anayansi Rodríguez Camejo, vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, destacou a solidariedade recebida no âmbito de mais uma jornada mundial contra o bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos, considerado um dos principais factores que impedem o desenvolvimento do país caribenho.

«Este fim-de-semana outra jornada mundial de solidariedade com Cuba, todos #JuntosXCuba em diversas latitudes reclamando #EliminaElBloqueo», escreveu a representante governamental.

Figuras públicas, activistas, personalidades, associações de cubanos residentes no estrangeiro e amigos da Ilha transmitiram, de diversas formas, o seu apoio à Revolução, condenaram o bloqueio, bem como as tentativas de subverter a ordem constitucional, quando passa um ano sobre os distúrbios de 11 de Julho de 2021, instigados e financiados pelos EUA, segundo denunciaram as autoridades cubanas.

Cartaz da iniciativa solidária com Cuba em Portugal 

Em países como México, Bolívia, Itália, Argentina, Equador, França, Estados Unidos, Dominica, Nicarágua, Espanha, Suíça, Austrália, Guatemala, Alemanha e Canadá houve iniciativas solidárias e mensagens a sublinhar que «Cuba não está sozinha».

Em Portugal, a Associação de Amizade Portugal-Cuba, em conjunto com outras organizações, promove acções solidárias com Cuba e contra o bloqueio nos próximos dias 14, em Lisboa (Rossio, 18h), e 18, no Porto (Universidade Popular do Porto, 18h), com o lema «Fim ao bloqueio! Solidariedade com Cuba! América Latina livre e soberana!».

Díaz-Canel: a 11 de Julho, Cuba celebra uma vitória da Revolução

Ao participar, este domingo, numa jornada de produção com a juventude na província de Artemisa, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse que o verdadeiro significado do 11 de Julho de 2021 foi uma vitória da Revolução e outra derrota para o império.

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Autoridades cubanas alertam para pressões dos EUA no seu guião contra a Ilha

A administração dos EUA está a fazer pressão e chantagem sobre terceiros países para que se pronunciem contra Cuba, no âmbito da sua agenda de desestabilização, segundo denunciam as autoridades da Ilha.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A utilização de «fake news», o recurso às redes sociais para manipular e alimentar campanhas para desacreditar o governo cubano e a revolução têm sido destacados pelas autoridades cubanas, que sublinham o sofrimento causado pelo bloqueio norte-americano no país Créditos / Celag

O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, divulgou na véspera uma «declaração conjunta» de condenação a Havana, tendo responsabilizado o Departamento de Estado norte-americano pela sua redacção, com o intuito de a promover entre membros da Organização de Estados Americanos (OEA).

Rodríguez desafiou o secretário de Estado, Antony Blinken, a reconhecer ou desmentir as pressões que está a exercer sobre outros países, «forçando-os a aderir a esta declaração ou a emitir uma semelhante».

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Díaz-Canel apela à defesa da revolução nas ruas

«Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, apoiem o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos», desafiou o presidente.

CréditosYander Zamora / Epa/Lusa

Este domingo foi marcado pela ocorrência de protestos, aos quais se seguiu a ocupação das ruas por milhares de cubanos em defesa da revolução, lado a lado com o próprio presidente, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que também saiu è rua e alertou para a tentativa de desestabilização do país a partir do exterior.

Entretanto, num discurso ao povo cubano proferido este domingo, o presidente sublinhou que, já em 2019, se tinham começado a intensificar, a partir do estrangeiro, um conjunto de medidas restritivas, nomeadamente um endurecimento do bloqueio e «perseguições financeiras contra o sector energético», com o objectivo de «sufocar» a economia cubana e provocar a «desejada eclosão social massiva», com o objectivo de justificar uma interferência externa.

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população,[...] que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas.[...] Que estranha ditadura»

Díaz-canel

O contexto da pandemia de Covid-19, com o agravamento vivido nas últimas semanas e a multiplicação das estirpes, veio piorar a situação, segundo o presidente cubano, que fala também na forma «cobarde» e «perversa» como algumas das situações complicadas são exploradas por muitos daqueles que sempre apoiaram o bloqueio.

«Querem reforçar a ideia de que o governo cubano não é capaz de sair desta situação, como se estivessem realmente interessados em resolver os problemas de saúde de nosso povo», afirmou Díaz-Canel, que lançou ainda o desafio: «Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, [apoiem] o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos».

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população, que busca o bem-estar de todos, que no meio desta situação é capaz de ter programas e políticas públicas para todos, que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas e que nem sequer tínhamos dinheiro para ir ao mercado internacional comprar vacinas. Que estranha ditadura», ironizou.

Alertando para a existência de «manipuladores» ao serviço de campanhas internacionais de desestabilização, Diáz-Canel deixou o apelo a todos os revolucionários para defenderem a revolução nas ruas, acusando o governo de Joe Biden de intensificar as medidas de bloqueio contra Cuba, nomeadamente no que se refere à compra de combustíveis e de componentes necessários ao sistema electroenergético.

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«Tal documento prova a coacção sistemática e com pouco êxito, que os leva ao desespero», referiu por seu lado o responsável pela América Latina do Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano, Eugenio Martínez, na rede social Facebook.

Martínez apontou os EUA como actor fundamental na criação das condições, instigação e financiamento dos distúrbios que ocorreram na Ilha no passado dia 11 de Julho.

«Trabalhando na penumbra com coacção e poucos resultados, os Estados Unidos procuram juntar países à sua cruzada anticubana, para criar desestabilização», disse, citado pela Prensa Latina.

«No entanto, 19 países na América Latina e Caraíbas em cinco dias reclamaram o fim do bloqueio contra o país antilhano», recordou.

«Manobra calculada de desestabilização» explicada no Vietname

Orlando Hernández Guillén, embaixador de Cuba no Vietname, afirmou esta quarta-feira que os protestos recentes no seu país resultam de uma «perversa e calculada manobra de desestabilização» com evidente participação dos Estados Unidos.

Falando para os principais meios comunicação vietnamitas, o diplomata explicou que, antes das manifestações de 11 de Julho, foi desencadeada nas redes sociais uma campanha para desacreditar o governo cubano.

«De forma oportunista, foram aproveitadas as dificuldades materiais a que o nosso povo está sujeito por causa do bloqueio norte-americano e a situação resultante da pandemia de Covid-19 para apresentar Cuba como um país no caos», disse, acrescentando que «a tentativa de subverter a ordem interna em Cuba fracassou».

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Grito de solidariedade com Cuba

Face à campanha de desestabilização desencadeada contra a ilha caribenha, várias organizações promoveram, em Lisboa, uma acção de solidariedade com a revolução e o povo cubano.

Várias organizações promoveram um acto de solidariedade com Cuba e pelo fim ao criminoso bloqueio dos EUA a este país, em frente à embaixada cubana em Lisboa, a 15 de Julho de 2021
CréditosPaulo António

«Como poderia estar só um povo e uma Revolução que tanto deram e dão aos povos do mundo? Como poderia estar só quem durante as últimas seis décadas fez da solidariedade, da amizade e da cooperação o dia-a-dia da sua política externa?», perguntou Gustavo Carneiro do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), um dos promotores desta acção de solidariedade que reuniu largas centenas de pessoas, esta quinta-feira, junto à embaixada de Cuba, em Lisboa.

«Não ao Bloqueio dos EUA! Cuba Vencerá» foi o mote para a concentração, cuja convocatória lembrava o bloqueio «reiteradamente condenado pela esmagadora maioria dos países com assento na Assembleia Geral das Nações Unidas» e que «atenta gravemente contra os direitos do povo cubano e o desenvolvimento do seu país».

Lembrando os «elevados índices de desenvolvimento humano, de fazer corar de vergonha muitos países ditos desenvolvidos», o dirigente sublinhou que, ao contrário da maioria dos países da América Latina e das Caraíbas, em Cuba «ninguém dorme na rua, não há crianças a catar lixo para sobreviver, a saúde é para todos, a educação é generalizada, a infância e a velhice são protegidas».

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Díaz-Canel apela à defesa da revolução nas ruas

«Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, apoiem o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos», desafiou o presidente.

CréditosYander Zamora / Epa/Lusa

Este domingo foi marcado pela ocorrência de protestos, aos quais se seguiu a ocupação das ruas por milhares de cubanos em defesa da revolução, lado a lado com o próprio presidente, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que também saiu è rua e alertou para a tentativa de desestabilização do país a partir do exterior.

Entretanto, num discurso ao povo cubano proferido este domingo, o presidente sublinhou que, já em 2019, se tinham começado a intensificar, a partir do estrangeiro, um conjunto de medidas restritivas, nomeadamente um endurecimento do bloqueio e «perseguições financeiras contra o sector energético», com o objectivo de «sufocar» a economia cubana e provocar a «desejada eclosão social massiva», com o objectivo de justificar uma interferência externa.

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O contexto da pandemia de Covid-19, com o agravamento vivido nas últimas semanas e a multiplicação das estirpes, veio piorar a situação, segundo o presidente cubano, que fala também na forma «cobarde» e «perversa» como algumas das situações complicadas são exploradas por muitos daqueles que sempre apoiaram o bloqueio.

«Querem reforçar a ideia de que o governo cubano não é capaz de sair desta situação, como se estivessem realmente interessados em resolver os problemas de saúde de nosso povo», afirmou Díaz-Canel, que lançou ainda o desafio: «Se querem ter um gesto verdadeiro para com Cuba, se querem preocupar-se com o povo, [apoiem] o levantamento do bloqueio e veremos como jogamos».

«Dizem que somos uma ditadura, uma ditadura que se preocupa em dar saúde a toda a sua população, que busca o bem-estar de todos, que no meio desta situação é capaz de ter programas e políticas públicas para todos, que almeja vacinar todos com uma vacina cubana. Porque sabíamos que ninguém nos venderia vacinas e que nem sequer tínhamos dinheiro para ir ao mercado internacional comprar vacinas. Que estranha ditadura», ironizou.

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Não pretendendo ocultar «as dificuldades e as carências, provocadas por um bloqueio económico, comercial e financeiro – ilegal, imoral e criminoso que dura há 60 anos – a que acrescem os efeitos da pandemia», Gustavo Carneiro fez referência ao agravamento das restrições que não foi atenuado pela nova administração norte-americana, que insiste naquilo a que chama de uma «falsa ajuda humanitária e libertadora», que condenou países como o Iraque e a Líbia à «pobreza e miséria».

O dirigente assinalou ainda o contexto local, uma vez que, para os EUA, a América Latina é o seu «pátio das traseiras», no qual vem interferindo sistemáticamente, como recentemente no Paraguai, na Bolívia, no Brasil, nas Honduras, na Venezuela, e na Nicarágua.

Para além do CPPC, intervieram representantes de outras organizações promotoras desta iniciativa, entre as quais a Associação de Amizade Portugal-Cuba, o projecto Ruído e a CGTP-IN, que  sublinharam a exigência de denunciar a hipocrisia dos que, através de um bloqueio que dura há 60 anos, tentam asfixiar a economia de Cuba e impor dificuldades ao seu povo.

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Hernández Guillén garantiu que o Estado e o governo têm pleno controlo da situação e que as instituições funcionam normalmente, dentro das condições que a emergência sanitária impõe.

Em tempo recorde e com recursos próprios, mesmo com o recrudescimento do bloqueio – referiu –, Cuba produziu uma vacina contra a Covid-19, tem uma candidata a vacina cuja terceira fase já terminou e mais três em ensaios clínicos.

O diplomata, informa a Prensa Latina, disse que, tanto na luta contra a pandemia como nos protestos manipulados, a Ilha recebeu inúmeras expressões de solidariedade internacional, tendo destacado o apoio do Vietname, que exigiu o fim do bloqueio imposto pelos EUA, considerando-o a principal causa das dificuldades que os cubanos enfrentam.

«Há pouco dias apresentei as minhas credenciais como embaixador e, nos dias seguintes, fui recebido por numerosos dirigentes vietnamitas. Todos me disseram que o Vietname está agora e estará sempre ao lado de Cuba», referiu.

O diplomata agradeceu ao Clube de ex-Estudantes Vietnamitas em Cuba, à Associação de Amizade Vietname-Cuba e a vários cidadãos deste país pelas suas declarações e gestos de apoio.

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Em declarações à imprensa, o chefe de Estado afirmou que, se há alguma coisa que celebrar, é a vitória do povo face às tentativas de levar a cabo um «golpe suave».

«Houve acontecimentos desagradáveis, ocorreram acções de vandalismo com uma crueldade e vulgaridade tremendas, mas o povo veio para as ruas defender a Revolução e em menos de 24 horas já não havia distúrbios», acrescentou, citado pela Prensa Latina.

Disse ainda que, agora, sobretudo a partir de Miami (EUA), se procura assinalar a data apelando a rupturas com base em posicionamentos violentos, atentando contra a tranquilidade dos cidadãos, com uma linguagem de ódio e violência, como aconteceu ao longo de todo o último ano.

«A Revolução tem estado sempre a revolucionar-se a si mesma, mas num contexto de constante cerco económico, político, mediático, com um bloqueio reforçado, do qual o povo vai sair revolucionando e mostrando cada vez mais a resistência criativa», afirmou Díaz-Canel.

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Nicolas Maduro exortou o ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, e o presidente da PDVSA, Asdrúbal Chávez, a estabelecerem comunicação com as autoridades cubanas para iniciar a reconstrução do estaleiro do superpetroleiro. “Cuba sabe que conta com nosso apoio científico, técnico, de engenharia e operário; (...) entre em contato com as autoridades petrolíferas e energéticas de Cuba para iniciar o projeto de reconstrução do estaleiro de superpetroleiros em Matanzas”, disse o Presidente da Venezuela.

Ante a complexa situação em que Cuba se encontra face ao criminoso bloqueio que sofre por via dos EUA, o Presidente da Venezuela reiterou que o povo cubano contará com "o apoio dos povos do mundo e de governos sensíveis, corajosos e humanistas".

No dia anterior, Diaz Canel na sua conta oficial do Twitter afirmou: "Nunca esqueceremos o heroísmo e a irmandade dos mexicanos e venezuelanos que vieram apoiar-nos na luta contra o incêndio".

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Neste contexto, destacou ainda que a ênfase colocada na denúncia pública é feita de diferentes formas no âmbito comunicacional, incluindo as redes sociais, os meios de comunicação e as trocas presenciais.

Questionada sobre a mensagem solidária que enviaria da Venezuela aos cubanos, quando se intensifica o cerco económico dos EUA, disse: «Saibam que os irmãos venezuelanos estão sempre com vocês», lembrando que «assistiram na primeira fila» ao encontro de «dois líderes mundiais sem precedentes, os comandantes Fidel Castro e Hugo Chávez».

Aquilo que eles sonharam para a região e para o mundo inteiro «só o tornaremos realidade unidos», defendeu.

Em seu entender, os cubanos «continuam a ser o farol do mundo». Por isso, Alsina propôs que se continue a fazer frente ao pensamento hegemónico, aos que «pretendem enganar e acusar sem qualquer argumentação válida».

«A única lista em que Cuba deve ser integrada é a dos países que andam pelo mundo a salvar vidas», frisou.

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Apesar disso, lembram os promotores no apelo, a ilha caribenha «nunca desistiu» do direito à saúde, educação, habitação, cultura e igualdade, tal como «nunca falhou com a solidariedade a outros povos», designadamente com apoios na área da saúde. Entre vários exemplos, recorde-se que, em Março de 2020, Cuba enviou 53 médicos e enfermeiros para a Lombardia, uma das regiões italianas mais afectadas pelo surto do novo coronavírus, para ajudar a combater a epidemia. 

Estes já seriam motivos bastantes para a acção que estruturas como a As­so­ci­ação de Es­tu­dantes da Fa­cul­dade de Ci­ên­cias So­ciais e Hu­manas da Uni­ver­si­dade Nova de Lisboa, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) ou a Interjovem (CGTP-IN) realizam amanhã, a partir das 16h30, n' A Voz do Operário, em Lisboa. Entretanto, os promotores frisam ainda que, ao longo destes mais de 60 anos de caminho de «soberania, independência, progresso e emancipação», Cuba «nunca agrediu ou ameaçou nenhum outro país». 

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Conselho Mundial da Paz rejeita bloqueio imposto pelos EUA a Cuba

A presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, denunciou o impacto do bloqueio norte-americano contra Cuba há mais de seis décadas e destacou o exemplo da ilha caribenha na luta pela soberania.

Créditos / TeleSur

«O bloqueio mata, é criminoso, é unilateral e deve acabar. Os Estados Unidos devem deixar Cuba viver em paz», destacou a activista brasileira ao intervir pelo canal russo do YouTube Europa para Cuba, durante a maratona mediática em solidariedade com o país das Antilhas.

Indicou que para os militantes que lutam pela paz no mundo é muito importante defender as garantias dos direitos de Cuba.

Assinalou que Cuba decidiu defender-se como país determinado a ser independente e senhor do seu destino, e que fez uma Revolução assente nos direitos e necessidades dos mais humildes e oprimidos.

«Rompeu com a domínio do colonialismo e do imperialismo norte-americano e conquistou a sua soberania, fruto da grande unidade do seu povo, que tenta construir uma sociedade justa, soberana, humanista, solidária e internacionalista no seu caminho de construção socialista», disse Gomes, citada pela Prensa Latina.

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Novas vozes juntam-se à maratona mediática contra o bloqueio a Cuba

Órgãos de comunicação, partidos políticos e outras organizações da América, Ásia e Europa confirmaram a participação na maratona mediática contra o bloqueio imposto à Ilha pelos EUA.

Cartaz em Cuba contra o bloqueio imposto ao país pelos EUA
Créditos / RT

A iniciativa, lançada a 23 de Janeiro último pelo canal Europa por Cuba, envolve dezenas de vozes dispostas a denunciar o cerco económico, comercial e financeiro imposto a Cuba, prevendo-se que a denúncia seja levada a efeito ininterruptamente, durante 24 horas, entre os dias 2 e 3 de Abril, nas redes sociais, na rádio, na televisão e na imprensa escrita.

«Estamos satisfeitos com a resposta à convocatória em muitos países, mas ainda faltam duas semanas, em que vamos juntar mais participantes», comentaram, em declarações à Prensa Latina, os coordenadores do canal e da maratona José Antonio Toledo, Haydeline Díaz e Patricia Pérez.

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O mundo disse outra vez «não» ao bloqueio

A Assembleia Geral da ONU aprovou, com o apoio de 184 dos seus estados-membros, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana reclamou para o seu país o «direito de viver em paz».

A Assembleia Geral da ONU voltou a mostar uma oposição esmagadora ao cerco imposto pelos EUA a Cuba 
Créditos / Twitter

A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quarta-feira, com 187 votos a favor. Apenas os EUA e Israel se opuseram ao levantamento do bloqueio. Registaram-se as abstenções da Colômbia, da Ucrânia e do Brasil.

É a 29.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas.

Mais de 15 países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados, o Grupo dos 77 mais China (G77+China) e a Comunidade das Caraíbas, pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação.

Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercivas unilaterais impostas pela administração dos Estados Unidos a Cuba no contexto da pandemia de Covid-19, informa a Prensa Latina.

Foi precisamente por causa da crise sanitária que a apresentação do projecto de resolução não se pôde realizar na Assembleia Geral o ano passado e foi adiada para esta data.

Em Novembro de 2019, uma resolução de teor semelhante foi igualmente aprovada de forma esmagadora, então com 187 votos a favor, três contra (EUA, Israel e Brasil) e duas abstenções (Colômbia e Ucrânia).

«O bloqueio asfixia e mata, e deve acabar»

Bruno Rodríguez, ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, que classificou como uma grande vitória do povo da Ilha a votação registada na Assembleia Geral da ONU contra o bloqueio, afirmou, ao apresentar o projecto de resolução, que aquilo que Cuba pede «é que a deixem viver em paz», sublinhando que a política de cerco acabou por desacreditar e isolar os seus promotores.

«É inaceitável privar um povo inteiro do direito à paz, ao desenvolvimento, ao bem-estar e ao progresso humano», frisou Rodríguez, acrescentando: «Como o vírus que causa a Covid-19, o bloqueio asfixia e mata, e deve acabar.»

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Presidente de Cuba agradece a solidariedade do mundo contra o bloqueio

Díaz-Canel agradeceu a «onda de solidariedade» que, em 50 cidades, exigiu o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA à Ilha. Quarta-feira há concentração solidária em Lisboa.

Meia centena de cidades acolheram, este fim-de-semana, iniciativas solidárias com Cuba, que vão continuar nos próximos dias 
Créditos / @BrunoRguezP

Na sua conta oficial de Twitter, o chefe de Estado destacou, este domingo, a realização, ao longo do fim-de-semana, da IV Caravana Mundial de repúdio pela política aplicada há quase seis décadas e considerada pelas autoridades cubanas o principal obstáculo ao desenvolvimento do país caribenho.

As caravanas de automóveis e outras iniciativas promovidas a nível internacional, nas ruas e nas redes sociais, foram acompanhadas, em Cuba, por uma regata na província de Matanzas e uma caravana de motorizadas e ciclistas na de Holguín, com mensagens contra o cerco imposto ao país.

Lisboa acolhe, dia 23, uma concentração solidária com Cuba e o povo cubano / CPPC

Díaz-Canel agradeceu a solidariedade que chegou à Ilha «em milhares de vozes contra o bloqueio a partir de 50 cidades do mundo» e disse que em Matanzas e Holguín «mandaram um abraço de volta».

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, recorreu ao Twitter para assinalar que o mundo «acompanha o povo cubano na sua luta contra as políticas criminosas» e afirmar que a solidariedade dos povos irmãos estará com a Ilha no próximo dia 23 na Assembleia Geral das Nações Unidas, quando terá lugar a votação do relatório «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba».

Concentração em Lisboa, dia 23

De acordo com o Instituto Cubano de Amizade com os Povos, hoje, amanhã e quarta-feira, os grupos de solidariedade, amigos e pessoas de boa vontade em vários países têm agendadas acções para acompanhar a Ilha na sua exigência.

Em Portugal, para o dia da votação da resolução sobre o bloqueio, 23 de Junho, está marcada uma concentração em Lisboa, na Praça Luís de Camões, às 18h, em solidariedade com Cuba e o povo cubano. A iniciativa é promovida pela Associação de Amizade Portugal-Cuba, pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, e pela CGTP-IN.

O bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba é considerado pelas autoridades da Ilha como o principal obstáculo ao desenvolvimento do país e uma «violação massiva dos direitos humanos de todos um povo».

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Na sua intervenção, o diplomata cubano fez questão de agradecer a solidariedade internacional, as múltiplas acções organizadas em diferentes latitudes para exigir o fim do bloqueio imposto à Ilha pelos Estados Unidos.

Bruno Rodríguez explicou também de forma detalhada os danos e prejuízos causados pelo cerco, tendo informado que, nas quase seis décadas de aplicação desta política, os prejuízos ascendem a 147 853 000 000 de dólares, refere a Prensa Latina.

«Os danos humanos, os sofrimentos e as carências provocados às famílias cubanas são incalculáveis», denunciou.

Disse ainda que o ex-presidente norte-americano Donald Trump aplicou durante o seu mandato 243 novas medidas e sanções contra a Ilha, tendo aproveitado de «forma oportunista» a pandemia de Covid-19 para elevar o bloqueio a «níveis extremos».

«Até à data, a administração de Joe Biden aplica na íntegra na mesma política», acrescentou.

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Neste sentido, indicaram que a condenação do bloqueio e a exigência do seu fim vão ter eco em canais de televisão, rádios, imprensa escrita, influencers e programas nas redes sociais, bem como em associações de solidariedade, partidos políticos e sindicatos.

«Todos os que aceitaram o convite para acompanhar Cuba nesta luta recebem o mesmo acolhimento, independentemente de serem organizações grandes ou pequenas, mais ou menos conhecidas», destacaram os promotores.

Uma adesão a crescer

Cadeias como Telesur, HispanTV, Al Mayadeen e Cubavisión Internacional, as agências noticiosas Prensa Latina e Sputnik, e a Radio del Sur, Radio Patagonia, Radio Rebelde e Radio Habana Cuba, entre outras, confirmaram o apoio à iniciativa.

Também deram apoio à maratona a Federação Sindical Mundial, a Rede Continental Latino-americana e Caribenha de Solidariedade com Cuba, associações de apoio à Ilha e de cubanos residentes no estrangeiro, bem como partidos comunistas de países como Argentina, Espanha, França, Israel, Itália, México e Rússia, entre outros.

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O bloqueio imposto a Cuba é «criminoso, ilegal e ilegítimo»

Realiza-se esta segunda-feira, às 18h, junto à Embaixada de Cuba em Portugal, um acto público de solidariedade com o país caribenho e o seu povo, para reafirmar a exigência do fim do bloqueio.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA a Cuba Créditos / Celag

Sob o lema «Fim ao bloqueio dos EUA! Cuba vencerá!», a iniciativa tem lugar na Rua Pero da Covilhã, em Lisboa, e visa também reclamar às autoridades portuguesas «uma acção determinada» em prol da soberania e do direito do povo cubano ao desenvolvimento.

Deste modo, as organizações promotoras e todos aqueles que se associarem ao evento irão demonstrar mais uma vez que «Cuba e o seu povo não estão sós» – destaca o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) na nota de divulgação do acto solidário.

«O bloqueio económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América é criminoso, ilegal e ilegítimo», sublinha o texto, lembrando que o cerco, imposto há mais de 60 anos e por diversas vezes agravado, «procura atingir directamente as condições de vida do povo cubano e direitos tão fundamentais como a saúde, a alimentação ou o desenvolvimento».

Só entre Abril e Dezembro do ano passado – precisa a nota publicada na página de Facebook do CPPC –, o bloqueio provocou prejuízos superiores a 3,5 mil milhões de dólares à economia cubana, tendo ainda, no contexto da pandemia, dificultado o acesso do povo cubano a medicamentos e equipamentos médicos.

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Vice-presidente da AR condena bloqueio a Cuba

António Filipe, um dos vice-presidentes da Assembleia da República, condenou o bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba, que tem sido intensificado apesar da Covid-19.

António Filipe, deputado do PCP e um dos vice-presidentes da AR 
Créditos / Prensa Latina

Numa entrevista concedida ao jornalista Frank González, da Prensa Latina, António Filipe disse que, num momento em que «todos deviam estar unidos no combate à pandemia», Washington intensificou as medidas coercivas unilaterais contra a Ilha e «prejudicou muito gravemente o esforço comum que é preciso realizar sobre este assunto».

O jurista e professor universitário de 58 anos, deputado eleito pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1989, enalteceu a ajuda internacional prestada pelo país caribenho durante a emergência sanitária, algo que, disse, não só mostrou ao mundo a medicina cubana, mas também o trabalho solidário de Cuba para com muitos países.

«Ao nível dos profissionais da saúde, vimos que há situações de calamidade em países que necessitam de apoio médico e Cuba está na primeira linha, não apenas em países subdesenvolvidos, mas também em países europeus, como é o caso de Itália», referiu.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo», disse António Filipe ao referir-se ao recrudescimento do acosso ao país antilhano por parte dos últimos governos norte-americanos.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo»

Na conversa que manteve com a agência cubana na Assembleia da República, o deputado, que preside ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cuba, afirmou que a agressividade do imperialismo com todos os países não alinhados com o seu domínio é imensa, e reclamou da União Europeia (UE) uma maior desvinculação relativamente à política dos Estados Unidos.

Recordou que os países-membros da UE votam contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas e que empresas europeias mantêm relações económicas e comerciais com Cuba.

No entanto, insistiu, a UE deve ter uma maior autonomia política relativamente aos interesses norte-americanos na América Latina, o que favoreceria «um melhor desenvolvimento das relações de amizade e cooperação» com essa região.

No que respeita aos laços entre Portugal e Cuba, disse que o país europeu manteve uma política de abertura e cooperação em relação à Ilha, à margem de divergências políticas, e destacou como «um passo importante» a visita realizada a Havana pelo Presidente da República em 2017.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal»

Sublinhou, além disso, o bom estado das relações entre os parlamentos dos dois países, o que reflecte a relação de amizade existente entre os diferentes partidos políticos portugueses e Cuba, não apenas do PCP, apesar da diversidade de opiniões sobre o país caribenho e a sua vida política.

António Filipe enviou «um forte abraço de solidariedade e amizade para Cuba», que, no meio de «um cruel bloqueio», continua a ser uma grande referência para os progressistas de todo o planeta, que aspiram a um mundo mais justo e fraterno.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal, onde tem amigos que farão todo o possível para continuar a lutar contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos», frisou.

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O bloqueio, denunciam as organizações promotoras, é um instrumento que os EUA utilizam na sua política de imposição de uma "mudança de regime" em Cuba».

Essa política, «ilegal à luz do direito internacional», passa igualmente pela sistemática ingerência e campanha de desinformação, por tentativas de desestabilização, de impedir a acção das brigadas médicas internacionais cubanas ou de limitar a solidariedade internacional a Cuba, explica a nota.

«O bloqueio é uma forma particularmente cruel de agressão a que urge pôr cobro», defendem os promotores da iniciativa solidária que amanhã se realiza em Lisboa.

Nesse sentido, lembram que essa «justa exigência» tem vindo a ser afirmada há três décadas pela grande maioria dos países em sucessivas votações na Assembleia Geral das Nações Unidas. Na mais recente, este ano, 184 países votaram a favor do levantamento do bloqueio, EUA e Israel votaram contra e apenas três países se abstiveram.

«Cuba, sempre solidária, necessita da nossa solidariedade», afirmam os promotores, que, por isso, clamam: «Não faltaremos!»

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Sobre a programação, Toledo, Pérez e Díaz adiantaram que a Europa por Cuba irá transmitir conteúdos durante 24 horas pelo seu canal de YouTube, contando com vários convidados que vão explicar o que é o bloqueio, como se aplica há mais de seis décadas e quais são as suas consequências.

«Durante a maratona de 2 e 3 de Abril, faremos ligações a meios participantes, exibiremos vídeos e daremos informações sobre a agressiva política norte-americana», disseram.

Em declarações à Prensa Latina no final de Janeiro, José Antonio Toledo e Patricia Pérez explicaram que a iniciativa tem como objectivos contribuir para o conhecimento do bloqueio norte-americano e do seu impacto, e também dar mais um passo em direcção à unidade de acção daqueles que se posicionam contra o bloqueio em todo o mundo.

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Alertou que ao longo de 60 anos a Ilha teve de enfrentar os Estados Unidos, «a potência mais cruel e perversa, e o seu governo fora da lei», que continua a tentar sufocar a população cubana, para que o desespero leve o povo a rebelar-se contra as autoridades revolucionárias.

«É a sua maneira de tentar fazer com que Cuba se curve perante os desígnios egoístas de dominação hegemónica. É a mesma coisa que o imperialismo norte-americano tenta fazer em todo o mundo», enfatizou.

A dirigente latino-americana afirmou que esta política norte-americana se mantém apesar das resoluções aprovadas pelas Nações Unidas há 29 anos com o apoio da maioria dos países do mundo.

«O carácter extraterritorial das medidas do bloqueio permite a Washington sancionar empresas, bancos e instituições que negociam com Cuba e levá-los perante tribunais norte-americanos. Qual é o objectivo? Vergar e derrotar a Revolução Cubana», denunciou.

Mais educação, mais saúde, mais internacionalismo

Comentou que este bloqueio, o mais longo e cruel da história moderna, foi acompanhado pela invasão mercenária da Baía dos Porcos, além de anos de ataques, sabotagem e guerra mediática. «No entanto, a resposta de Cuba foi mais educação, mais saúde, mais revolução, mais internacionalismo», frisou.

Gomes destacou que a crueldade da política norte-americana foi exposta nos últimos anos, quando, no meio da crise associada à pandemia de Covid-19, proibiu a venda de medicamentos e alimentos a Cuba.

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O mundo disse outra vez «não» ao bloqueio

A Assembleia Geral da ONU aprovou, com o apoio de 184 dos seus estados-membros, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana reclamou para o seu país o «direito de viver em paz».

A Assembleia Geral da ONU voltou a mostar uma oposição esmagadora ao cerco imposto pelos EUA a Cuba 
Créditos / Twitter

A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quarta-feira, com 187 votos a favor. Apenas os EUA e Israel se opuseram ao levantamento do bloqueio. Registaram-se as abstenções da Colômbia, da Ucrânia e do Brasil.

É a 29.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas.

Mais de 15 países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados, o Grupo dos 77 mais China (G77+China) e a Comunidade das Caraíbas, pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação.

Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercivas unilaterais impostas pela administração dos Estados Unidos a Cuba no contexto da pandemia de Covid-19, informa a Prensa Latina.

Foi precisamente por causa da crise sanitária que a apresentação do projecto de resolução não se pôde realizar na Assembleia Geral o ano passado e foi adiada para esta data.

Em Novembro de 2019, uma resolução de teor semelhante foi igualmente aprovada de forma esmagadora, então com 187 votos a favor, três contra (EUA, Israel e Brasil) e duas abstenções (Colômbia e Ucrânia).

«O bloqueio asfixia e mata, e deve acabar»

Bruno Rodríguez, ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, que classificou como uma grande vitória do povo da Ilha a votação registada na Assembleia Geral da ONU contra o bloqueio, afirmou, ao apresentar o projecto de resolução, que aquilo que Cuba pede «é que a deixem viver em paz», sublinhando que a política de cerco acabou por desacreditar e isolar os seus promotores.

«É inaceitável privar um povo inteiro do direito à paz, ao desenvolvimento, ao bem-estar e ao progresso humano», frisou Rodríguez, acrescentando: «Como o vírus que causa a Covid-19, o bloqueio asfixia e mata, e deve acabar.»

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Presidente de Cuba agradece a solidariedade do mundo contra o bloqueio

Díaz-Canel agradeceu a «onda de solidariedade» que, em 50 cidades, exigiu o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA à Ilha. Quarta-feira há concentração solidária em Lisboa.

Meia centena de cidades acolheram, este fim-de-semana, iniciativas solidárias com Cuba, que vão continuar nos próximos dias 
Créditos / @BrunoRguezP

Na sua conta oficial de Twitter, o chefe de Estado destacou, este domingo, a realização, ao longo do fim-de-semana, da IV Caravana Mundial de repúdio pela política aplicada há quase seis décadas e considerada pelas autoridades cubanas o principal obstáculo ao desenvolvimento do país caribenho.

As caravanas de automóveis e outras iniciativas promovidas a nível internacional, nas ruas e nas redes sociais, foram acompanhadas, em Cuba, por uma regata na província de Matanzas e uma caravana de motorizadas e ciclistas na de Holguín, com mensagens contra o cerco imposto ao país.

Lisboa acolhe, dia 23, uma concentração solidária com Cuba e o povo cubano / CPPC

Díaz-Canel agradeceu a solidariedade que chegou à Ilha «em milhares de vozes contra o bloqueio a partir de 50 cidades do mundo» e disse que em Matanzas e Holguín «mandaram um abraço de volta».

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, recorreu ao Twitter para assinalar que o mundo «acompanha o povo cubano na sua luta contra as políticas criminosas» e afirmar que a solidariedade dos povos irmãos estará com a Ilha no próximo dia 23 na Assembleia Geral das Nações Unidas, quando terá lugar a votação do relatório «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba».

Concentração em Lisboa, dia 23

De acordo com o Instituto Cubano de Amizade com os Povos, hoje, amanhã e quarta-feira, os grupos de solidariedade, amigos e pessoas de boa vontade em vários países têm agendadas acções para acompanhar a Ilha na sua exigência.

Em Portugal, para o dia da votação da resolução sobre o bloqueio, 23 de Junho, está marcada uma concentração em Lisboa, na Praça Luís de Camões, às 18h, em solidariedade com Cuba e o povo cubano. A iniciativa é promovida pela Associação de Amizade Portugal-Cuba, pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, e pela CGTP-IN.

O bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba é considerado pelas autoridades da Ilha como o principal obstáculo ao desenvolvimento do país e uma «violação massiva dos direitos humanos de todos um povo».

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Na sua intervenção, o diplomata cubano fez questão de agradecer a solidariedade internacional, as múltiplas acções organizadas em diferentes latitudes para exigir o fim do bloqueio imposto à Ilha pelos Estados Unidos.

Bruno Rodríguez explicou também de forma detalhada os danos e prejuízos causados pelo cerco, tendo informado que, nas quase seis décadas de aplicação desta política, os prejuízos ascendem a 147 853 000 000 de dólares, refere a Prensa Latina.

«Os danos humanos, os sofrimentos e as carências provocados às famílias cubanas são incalculáveis», denunciou.

Disse ainda que o ex-presidente norte-americano Donald Trump aplicou durante o seu mandato 243 novas medidas e sanções contra a Ilha, tendo aproveitado de «forma oportunista» a pandemia de Covid-19 para elevar o bloqueio a «níveis extremos».

«Até à data, a administração de Joe Biden aplica na íntegra na mesma política», acrescentou.

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Referiu que, enquanto o mundo procurava soluções, quando a cooperação e a solidariedade entre povos e nações eram mais necessárias, os Estados Unidos, de forma egoísta, endureceram as sanções contra a Ilha e proibiram a venda de material médico, de protecção sanitária e matérias-primas para a produção de medicamentos.

«A resposta de Cuba a esta situação foi trabalhar com determinação, sagacidade, inteligência e soberania para descobrir quatro vacinas contra a Covid-19», destacou.

Socorro Gomes ressaltou o modo como, neste período de dificuldades para toda a humanidade, o país caribenho enviou as suas brigadas de profissionais de saúde para todo o mundo, ajudando vários países.

«Por outras palavras, Cuba responde com humanismo, com solidariedade, com cooperação», enquanto o governo dos Estados Unidos a ataca, disse.

A presidente do Conselho Mundial da Paz afirmou ainda que Cuba, com o seu exemplo, conquistou o apoio dos movimentos de solidariedade, bem como o respeito e a admiração de todos os povos do mundo.

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A iniciativa deste sábado, para a qual as entidades promotores mobilizaram em todo o País, re­a­li­za-se no mo­mento em que tem lugar a vi­sita ofi­cial do Pre­si­dente da Re­pú­blica de Cuba, Mi­guel Díaz-Canel, a Portugal. A sessão de solidariedade termina com um momento político, mas antes haverá um espec­tá­culo com can­ções que per­correm a his­tória da Re­vo­lução cu­bana, com nomes como Ma­nuel Pires da Rocha (vi­o­lino), Vi­to­rino Sa­lomé (voz), Sofia Lisboa (voz), Be­a­triz Nunes (voz), João Queirós (voz e viola), Tiago Santos (gui­tarra), Ri­cardo Grácio (cordas e so­pros), Rui Alves (per­cussão), Pedro Sal­vador (gui­tarra), Grupo Coral dos Mi­neiros da Mina de São Do­mingos, Ri­cardo Dias (Te­clas), Carlos Clara Gomes (voz e viola), Con­ser­va­tório In­ter­na­ci­onal de Ballet e Dança An­na­rella San­chez (dança), e a ac­triz Joana Fi­gueira.

No contexto da visita de Díaz-Canel será inaugurado hoje, na Praça da Alegria, em Lisboa, um busto de José Martí, herói nacional de Cuba.

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O carácter desumano do estrangulamento político e económico do bloqueio, aplicado pelos Estados Unidos da América em 1962, foi bem evidente durante a situação pandémica (Covid-19) dos últimos anos, afirmou o representante do Governo de Cuba. Os EUA precisaram de emitir uma licença especial para Cuba poder adquirir oxigénio para fins médicos.

A embaixadora do Gabão, Aurélie Flore Koumba Pambo, país que ocupa actualmente um assento no Conselho de Segurança da ONU, descreveu o bloqueio económico como um «acto claramente hostil à coesão regional e continental» praticado pelos EUA, em violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.

187 países votaram a favor da resolução «Necessidade de pôr termo ao embargo económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba». Apenas os EUA, principais visados, e Israel votaram contra, contando ainda com a abstenção da Ucrânia.

Paul Folmsbee, representante dos Estados Unidos da América, garantiu que o seu país «está firmemente» ao lado do povo cubano, quando aplica brutais sanções económicas ao país e à sua população. Os EUA rejeitam a resolução e a posição adoptada por todo o mundo, defendendo que as medidas aplicadas servem para fazer ouvir a voz do «povo cubano e as suas aspirações de determinar o seu próprio futuro», mais alinhado com os interesses das elites norte-americanas.

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Um exemplo concreto de como os países europeus podem agir diante desta política foi apresentado pelo secretário-geral do Partido dos Trabalhadores belga, Peter Mertens, na sessão de abertura: «A Europa deve seguir a sua própria voz e estabelecer relações de pleno direito com Cuba. A UE sabe que as empresas [europeias] não estão autorizadas a aplicar a lei norte-americana que impõe sanções contra Cuba. Os bancos não estão autorizados a bloquear transferências. Isto é ilegal e é possível pôr fim a esta situação», disse.

Por isso, este tribunal reveste-se de importância ainda maior, uma vez que peritos e testemunhos internacionais vão permitir a pronúncia de «uma sentença clara» e «pôr fim ao impasse» que «este bloqueio cruel» significa. «Washington não pode continuar a ditar aquilo que países soberanos podem ou não podem fazer. Já é altura que o direito internacional prevaleça. Não podemos ser soberanos e continuar a obedecer às ordens de Washington», disse Mertens.

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Conduzido pelo alemão Norman Paech, o colectivo de juízes convidado pelo governo cubano para presidir a este Tribunal, com o apoio do grupo GUE/NGL da Esquerda no Parlamento Europeu, ouviu, nos últimos dois dias, dezenas de testemunhos de cidadãos cubanos, europeus, latino-americanos e norte-americanos, empresários, investigadores, cientistas, especialistas em banca, finança, comércio internacional, ciência, saúde, cultura e cooperação sobre os impactos do bloqueio norte-americano.

Segundo o veredicto, o bloqueio dos EUA a Cuba viola direitos humanos, comerciais e sociais dos cidadãos cubanos e resultou, ao longo de mais de seis décadas, «directa ou indirectamente, na perda de inúmeras vidas humanas». Com a decisão «de manter este bloqueio até que o povo cubano decida não se curvar, os EUA parecem determinados a manter medidas calculadas para provocar a longo prazo a destruição física, pelo menos em parte, do povo cubano», uma atitude, concluem os juízes, que «poderá constituir crime de genocídio».

A resolução, lida por Norman Paech, diz que «o bloqueio, mesmo que lhe chamem embargo ou sanções, mina a vida, a liberdade, os direitos e a dignidade das pessoas e é um crime contra a humanidade. Os bloqueios são uma das formas de guerra mais falaciosas, ilegais e ilegítimas, mesmo que invoquem tratados e leis internacionais para camuflar a sua acção».

Os trabalhos do Tribunal Internacional contra o Bloqueio a Cuba, que decorreu nas instalações do Parlamento Europeu, em Bruxelas, entre 16 e 17 de Novembro de 2023, foram conduzidos pelo alemão Norman Paech Créditos / Parlamento Europeu

Nova etapa na luta contra o bloqueio

O advogado português Ricardo Avelãs Nunes foi um dos cinco juízes do Tribunal convidado pelo Governo cubano, e explicou ao AbrilAbril o significado deste veredicto: «O que nós decidimos foi uma sentença. Decidimos declarar estas medidas e o bloqueio ilegal. Ilegal porque viola muitos pactos internacionais e condenámos os EUA a levantar o bloqueio e a pagar a Cuba uma indemnização. Houve danos, foram provados, quer às pessoas, quer ao governo.»

O advogado admite, assim, que a decisão do Tribunal é «mais uma ferramenta para que todos nós, os nossos Estados e os democratas possam denunciar o bloqueio e exigir dos EUA, agora de forma fundamentada, legalmente, que levante o bloqueio. É uma sentença: tínhamos uma acusação, analisámos as provas e deliberámos.»

Visivelmente emocionado com o veredicto, o presidente do Instituto Cubano de Amizade entre os Povos (ICAP), Fernando González, afirmou a importância da realização do Tribunal no Parlamento Europeu, «onde lamentavelmente muitas vezes se adoptam medidas contra o nosso país». Reconheceu o «valor extraordinário» dos testemunhos no Tribunal que documentam «a vivência do impacto do bloqueio». «Impacta, inclusive em nós, cubanos, escutar estes testemunhos de europeus e norte-americanos que sofrem também as consequências do bloqueio [que] os lesa na sua soberania e dignidade como cidadãos», disse.

Para Cuba, esta sentença «profunda, séria, contundente e sustentada em evidências e testemunhos, e suportada pela interpretação da lei internacional» é agora um «documento de trabalho essencial» porque «oferece com força e qualidade uma argumentação condenatória do bloqueio», que «nos permite, e a quantos decidirem levá-lo a diferentes instituições, parlamentos nacionais, organizações, argumentar, abrir mentes, abrir portas e avançar na luta pelo levantamento definitivo do bloqueio».

Este veredicto não é um «documento juridicamente vinculativo», diz Fernando González. «Mas também não o são as resoluções da ONU, se fossem vinculativas estaríamos a viver noutro mundo e não neste». É, contudo, um passo que «pode ajudar-nos a aproximar-nos de alcançar essa vitória de justiça, de paz e de direito de todo um povo a decidir por si mesmo o seu próprio destino e a sua maneira de organizar-se, sem que ninguém, por poderoso que seja, lhe imponha uma agenda, e muito menos trate de o fazer por vias criminosas, anti-democráticas e perversas, como os EUA tentam impor a Cuba».

Sandra Pereira, deputada do PCP ao Parlamento Europeu, que esteve envolvida na convocatória e organização do Tribunal, reconhece também a importância simbólica «deste veredicto no Parlamento Europeu, onde tantas vezes se fazem manobras vergonhosas para ocultar o que se passa em Cuba». A eurodeputada disse que o documento final será útil «em matéria de legislação e de resoluções» nos vários países da UE, «para colocar perguntas à Comissão Europeia e em todos os espaços que temos usado para defender Cuba e o seu direito ao desenvolvimento».

Na mesa do Tribunal Internacional contra o Bloqueio a Cuba, que decorreu nas instalações do Parlamento Europeu, em Bruxelas, entre 16 e 17 de Novembro de 2023, esteve o português Ricardo Avelãs Nunes (à direita) Créditos / Parlamento Europeu

Portugal e o seu direito de soberania

Uma das testemunhas no processo foi a jurista portuguesa Madalena Santos, Presidente da Direcção da Associação Portuguesa de Juristas Democratas, que explicou no seu depoimento que a «aplicação das medidas coercivas unilaterais por parte dos EUA ao Estado cubano, a empresas públicas e pessoas cubanas, principalmente na sua dimensão extraterritorial, carece de legitimidade internacional, uma vez que nenhuma instância com competência decretou a legitimidade de tais medidas».

Mas a aplicação do bloqueio norte-americano impede igualmente o cumprimento da lei portuguesa, explica a jurista, nomeadamente o artigo 7.º da Constituição da República, que define que «Portugal se rege nas relações internacionais pelos princípios da independência nacional, do respeito dos direitos do homem, dos direitos dos povos, da igualdade entre os Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e na cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade».

Ao afirmar este princípio de solidariedade na Constituição, «o que está a suceder com o bloqueio dos Estados Unidos é que, através de uma intervenção externa, se está a impedir a aplicação do nosso artigo 7.º», diz a jurista ao AbrilAbril. Ou seja, o Estado português «afirma certos e determinados princípios de soberania total, e até especifica como se pratica essa soberania e as suas diferentes etapas, mas depois através da intervenção de um país externo, em legislação interna sua sobre o boicote [a Cuba], impede que Portugal aplique, nas suas relações externas, o artigo 7.º», explica.

Assim, Madalena Santos é peremptória ao afirmar que «o Estado português tem de exercer a sua soberania» porque o bloqueio é uma «lei paraquedas que incide sobre o território de outro país, violando também a soberania portuguesa». A jurista defende que «o Estado português tem de ser muito afirmativo e dizer aos EUA: “Meus senhores, vocês não são os polícias do mundo, o nosso artigo 7º protege-nos, até, e vocês não podem impedir que o nosso artigo 7º se aplique nas relações externas com qualquer país do mundo. Nós é que decidimos”.»

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