O conteúdo já é conhecido e o desfecho já é antecipado. As opções inscritas no Orçamento do Estado do Governo do PS são reflexo da sua política de direita e, como tal, mesmo com uma «crise política» e institucional, não deixou de ser revelador a vontade dos partidos de direita e patronato em quererem ver o documento aprovado.
Com discórdias artificiais, com supostos problemas criados em laboratório, nada apaga o facto de, mesmo votando contra, PSD, Chega e Iniciativa Liberal terem insistido para a aprovação do Orçamento do Estado para 2024.
Começou hoje a discussão na especialidade, terreno fértil para quem quer cavalgar nas dificuldades sentidas pelo povo e trabalhadores poder vender gato por lebre. São mais de 1900 as propostas de alteração ao Orçamento do Estado e, no total, o tempo para o debate e votação na especialidade do Orçamento prevê um total de 2.193 minutos, cerca de 37 horas, entre hoje e a próxima quarta-feira, dia 29, dia da votação final global do documento.
Das propostas, o natural destaque vai para o PCP que, mesmo sabendo do desfecho, não se resigna e apresentou 507 propostas de alteração, sendo assim o partido que mais contribuições dá para alterar a natureza do documento colocado à discussão.
O PS, talvez numa tentativa eleitoralista de mostrar benevolência, aleḿ de ter voltado atrás com a polémica medida do IUC depois da discussão artificial que criou e promoveu, anunciou já que vai aprovar «mais de 20» propostas da oposição. Ou seja, o que vende como positivo é só mais um exemplo de como, até às últimas instâncias, irá utilizar a força da maioria absoluta para negar as respostas aos problemas do país.
Com a discussão que irá acontecer ao longo dos próximos dias e com a reiterada posição do PS em alinhar-se com a direita para evitar a todo o custo a alteração da natureza de um Orçamento do Estado que só impõem dificuldades enquanto amplia as desigualdades sociais, caberá aos trabalhadores responderem com a luta.
Já tendo isso em conta, a CGTP já marcou uma concentração para a frente da Assembleia da República, para o dia da votação final global do Orçamento do Estado. Com o lema «Pelo o aumento dos salários. Contra o aumento do custo de vida», a central sindical de classe mostra que, independentemente do desfecho e do futuro, «a luta continua».
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