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Utentes do Litoral Alentejano não têm acesso aos mais básicos cuidados de saúde

Os Utentes de Luzianes-Gare e de Bicos (Concelho de Odemira), de São Francisco da Serra (Santiago do Cacém) e de Rio de Moinhos (Alcácer do Sal) só têm acesso a serviços digitais e de telessaúde, uma vez que não há médicos nem enfermeiros.

O comunicado é da Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano e é bem demonstrativo das consequências da política praticada por PS e PSD. Segundo a mesma, a proliferação de Balcões SNS foi um «truque de mágica e propaganda» que o Governo PS instalou nas freguesias de Luzianes-Gare e de Bicos, de São Francisco da Serra e de Rio de Moinhos, em instalações das Juntas de Freguesia.

Muito resumidamente, na falta de consultas presenciais com médicos e enfermeiros, o Governo PS, optando por não investir realmente no SNS e continuar a dar dinheiro aos negócios privados da doença, criou os Balcões SNS para realização de teleconsultas.

Se a política de direita não se dá bem com o cumprimento da Constituição da República Portuguesa, este é mais um exemplo disso mesmo. Para a Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano «os sucessivos governos teimam em não cumprir o artigo 64ª da Constituição da República Portuguesa, que diz que “o direito à protecção à saúde realizado pela criação de um Serviço Nacional de Saúde Universal, Geral e tendencialmente gratuito” e que "para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado (...) garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o País em recursos humanos e unidades de saúde"».

A mesma coordenadora identifica, para além do evidente problema da privação das populações do acesso à saúde, ainda mais cinco outros problemas. Um primeiro é o facto da realização de teleconsultas desvirtuar o princípio humanizante da Medicina de proximidade; um segundo que se prende com a questão das teleconsultas decorrem em espaços das Juntas de Freguesia; um terceiro que diz respeito ao facto de serem as Juntas suportarem os custos e manutenção do espaço, para tentar dar uma resposta que o Governo PS se demitiu de dar; um quarto que é a criação de uma perversa sensação de falsa segurança e cobertura médica, apesar de certos procedimentos clínicos serem impossíveis de realizar em teleconsulta; e um quinto que é a chantagem indirecta a que os executivos das Juntas de Freguesia são sujeitos, uma vez que não têm resposta do Ministério da Saúde para a colocação de recursos humanos, pela pressão de tentar garantir o acesso da População a cuidados de saúde.

Segundo a Comissão de Utentes do Litoral Alentejano a vigilância é importante e é importante «continuar a denunciar esta prática, que em nada resolve os problemas do SNS». Para a mesma, «o caminho é a aposta na carreira dos Profissionais e no reforço do seu salário e condições laborais, bem como apoio à sua fixação em zonas carenciadas». 

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