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Utentes de Algueirão-Mem Martins reclamam mais saúde

A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS promove uma concentração junto ao Centro de Saúde de Algueirão-Mem Martins (Sintra), na próxima segunda-feira, pelas 10h, para exigir mais investimento na saúde pública.

«O acesso aos cuidados de saúde está cada vez mais condicionado», critica um comunicado da Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que integra movimentos de utentes e estruturas sindicais, entre outros. 

A plataforma critica as triagens por telefone, introduzidas pelo actual Governo, por entender que «são mais um obstáculo no acesso aos cuidados de saúde» e aumentam a «insegurança» em camadas da população mais vulnerável. Por outro lado, denuncia a falta de pessoal e de meios, bem como o tempo de espera para atendimento no hospital Amadora-Sintra, que «chegou a atingir as 30 horas» para doentes urgentes, no último fim-de-semana de Janeiro, exigindo um hospital público que sirva a população de Sintra.

«Na ULS Amadora/Sintra há 176.140 utentes sem médico de família, correspondendo a 32% dos utentes desta Unidade Local de Saúde», lê-se na nota, com a plataforma a criticar o desinvestimento que os centros de saúde «têm sofrido [...] por parte dos sucessivos governos», mas exigindo a atribuição de médico e enfermeiro de família a todos os utentes , nos cuidados de saúde primários. Os constrangimentos orçamentais, acrescenta, «levaram ao encerramento de extensões e unidades, em particular na periferia, à redução do horário de atendimento, à carência de profissionais, ao desinvestimento na área da saúde pública e nos cuidados na comunidade».

42 000

Dados oficiais revelados esta sexta-feira indicam que mais 42 mil utentes ficaram sem médico de família  no mês de Janeiro, perfazendo um total de 1 564 203 pessoas. 

No entender da plataforma, que integra estruturas como o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) ou o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (FNAM), a acção do Executivo de Luís Montenegro prejudica tanto a vida dos utentes como a dos profissionais de saúde, «empurrando-os para o sector privado». Como exemplo, o Plano de Emergência para a Saúde, que «não responde» aos problemas no SNS, mas «agrava a situação com a ausência de investimento público que permita a melhoria das condições de trabalho dos seus profissionais de saúde, empurrando-os para o sector privado». Daqui resulta um «claro benefício dos grandes grupos económicos ligados ao negócio na área da saúde, nomeadamente com a criação das Unidades de Saúde Familiares (USF) modelo C», frisa.

A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS reclama o aumento da remuneração base e a valorização das carreiras dos profissionais de saúde, «de forma a poder reforçar a contratação e a retenção dos trabalhadores». Entre as denúncias, alerta para a «grande desigualdade» nas condições de trabalho e de atendimento aos utentes entre as unidades de saúde familiar (USF) e as de cuidados de saúde personalizados (UCSP), salientando que as USF «recebem mais dinheiro e têm menos utentes por médico e enfermeiro de família».

A organização adverte ainda para o acentuar das desigualdades entre regiões e utentes «com a entrega dos CSP [cuidados de saúde primários] aos privados», e exige gestão pública, com autonomia, de todas as unidades do SNS e dos respectivos serviços. 

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