Ao intervir, este sábado, no encontro da Confederação Nacional de Produtores de Cana-de-Açúcar da Bolívia (Concabol), o chefe de Estado defendeu a necessidade de entrar activamente na agricultura e na agronomia de precisão, tendo em conta os avanços científicos e tecnológicos que estão a ocorrer à escala mundial.
Na ocasião, Luis Arce destacou a importância de iniciar o debate sobre o uso da biotecnologia, que os produtores de cana de Santa Cruz entendem «exclusivamente como utilização de sementes transgénicas».
«É por isso que o governo nacional tomou a decisão de realizar o desenvolvimento da biotecnologia boliviana», disse, acrescentando: «Queremos romper com a dependência.»
Arce insistiu na ideia de que a Bolívia não deve estar dependente das importações para garantir a segurança alimentar e que se deve tornar um potencial «produtor de matérias-primas alimentares e de industrialização dessa matéria-prima», refere a Agencia Boliviana de Información (ABI).
«A Bolívia tem de romper com essa dependência aventurando-se na criação da sua própria biotecnologia», disse, informando que já estão ser feitos progressos, com esse fim, nas negociações com países amigos.
O chefe de Estado revelou que o governo boliviano tem um roteiro assente na biotecnologia, que está a avançar «porque tudo indica que o que vai definir o planeta, não agora mas mais tarde, será a intensificação de tudo o que está relacionado com essa tecnologia».
No seu discurso, Arce destacou que os produtores de cana-de-açúcar e outros sectores produtivos «têm o governo como o seu melhor aliado», na medida em que o executivo entende que «a única via para sair da pobreza é aumentar a produção e a produtividade» no país.
Neste contexto, afirmou que o governo boliviano garante ao sector produtivo estabilidade económica, tendo indicado que os resultados falam por si, uma vez que, no final de 2023, a Bolívia tinha a segunda mais baixa inflação de toda a região.
«E a inflação controla-se neutralizando os efeitos da inflação importada, como os hidrocarbonetos, por exemplo, e outros produtos. Mas também se neutraliza aumentando a produção de alimentos e a oferta de produtos gerados na nossa economia; isso é exactamente o que fizemos desde [Novembro de] 2020», frisou.
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