Na 20.ª edição do festival sírio, o júri, composto por elementos da Indonésia, China, Roménia, Egipto e Síria, atribuiu o primeiro prémio do certame ao iraniano Ismail Babaei, o segundo ao russo Anatoly Radin e o terceiro ao cubano Javier Cubero Torres.
Os três foram distinguidos, esta segunda-feira, numa cerimónia que teve lugar na Ópera de Damasco, que serviu igualmente para inaugurar a Exposição Internacional de Caricatura, com cem trabalhos dos participantes a concurso.
Numa edição que pretendeu homenagear a resistência do povo da Palestina e o caricaturista palestiniano Naji al-Ali, fizeram-se representar artistas da Sérvia, Brasil, Bulgária, Turquia, Portugal, Índia, Montenegro, Rússia, Peru, Irão, Roménia ou Iraque.
Também, entre outros países, cartunistas da China, Ucrânia, Cuba, Espanha, Azerbaijão, Uzbequistão, Egipto e Síria.
Em declarações à imprensa, a ministra síria da Cultura, Lubana Mashwah, defendeu que «a arte da caricatura une a palavra dos povos livres contra as políticas falsas e enviesadas dos governos ocidentais», refere a agência Sana.
Destacou ainda a figura de Naji al-Ali, que criou a personagem Handala, «símbolo do ser humano que resiste em silêncio e com firmeza» e representa «gerações de árabes que resistiram e ainda resistem ao terrorismo sionista».
Referiu-se também à agressão israelita em curso a Gaza, afirmando que «aquilo que está a acontecer em Gaza são crimes repreensíveis» e «bárbaros».
Por seu lado, o artista Raed Khalil, director do festival e seu fundador, em 2005, destacou a ampla participação de «todas as partes do mundo» na actual edição, com «obras importantes e diversas».
Sobre o tema de eleição deste ano, esclareceu que, tendo em conta o que se passa na Palestina, o festival pretendeu «transmitir a mensagem de que estamos com eles a fazer frente ao sionismo e a desmontar, através da arte da caricatura, as mentiras de Israel junto da opinião pública mundial».
Considerou ainda um dever moral destacar o artista Naji al-Ali, figura criativa que legou ao mundo a personagem de Handala e que «pagou com a vida por fazer da Palestina um ícone internacional».
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