|Venezuela

Venezuela condena renovação da política de sanções pela UE

Condenando de forma categórica o anúncio da União Europeia (UE), o governo de Caracas afirma que se trata de «uma nova manifestação de arrogância neocolonial, ilegal e hostil».

Milhares de apoiantes do processo bolivariano, no final da marcha pela independência e soberania nacional, na Avenida Bolívar, Caracas (Venezuela), a 19 de Abril de 2017
A Venezuela rejeita e condena a política de sanções, bem como a intromissão nos seus assuntos internos CréditosCristian Hernández / EPA

Num comunicado divulgado segunda-feira à noite (madrugada em Portugal) pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, a diplomacia venezuelana expressou a sua oposição veemente ao anúncio da UE de «reiterar a ilegal política de sanções» contra o país sul-americano.

Tal decisão, refere o texto, «vai na direcção oposta ao estabelecimento de um programa de cooperação política, social e económica» entre o bloco regional europeu e o Estado venezuelano.

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Venezuela repudia renovação de ordem executiva dos EUA

Caracas rejeitou de forma categórica a renovação da ordem executiva que, desde 2015, os EUA utilizam «para justificar uma campanha sustentada de agressão contra o povo venezuelano».

«O povo venezuelano não se vergou perante estes ataques e jamais o fará», declara o executivo de Caracas 
Créditos / Celag

Em comunicado, o Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros sublinha que se trata de um «caso de castigo colectivo» e que, desta forma, o país norte-americano viola o direito internacional.

No documento, que o ministro Yván Gil divulgou esta quarta-feira na sua conta de Twitter (X), Caracas reafirma a oposição a um decreto que, firmado pela primeira vez por Barack Obama em Março de 2015, serviu a Washington como argumento para aplicar uma série de medidas coercivas unilaterais ao país caribenho.

«Com esta acção desnecessária, absurda e hostil», lê-se no texto, «fica demonstrado que a liderança decadente de Washington não é capaz de traçar uma política externa coerente que não se baseie na coerção, na chantagem ou no desrespeito», indica a diplomacia venezuelana.

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Biden renova a «criminosa política de agressão» contra a Venezuela

Na quarta-feira, o presidente democrata Biden prolongou a ordem executiva 13692, de 8 de Março de 2015, assinada pelo também democrata Obama, que considera a Venezuela «uma ameaça extraordinária».

Mural «chavista» em Caracas
Créditos / greenleft.org.au

Na «Mensagem ao Congresso», data de 1 de Março, o actual presidente norte-americano, Joseph Biden, anuncia a renovação da ordem executiva que Barack Obama assinou pela primeira vez, há oito anos e desde então sucessivamente renovada, que classifica a Venezuela como «uma ameaça inusual e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos».

Num comunicado emitido esta quinta-feira, o governo venezuelano repudia de forma contundente a nova extensão da ordem executiva, que dá «continuidade à criminosa política agressão contra o povo venezuelano por via da imposição ilegal de medidas coercivas unilaterais».

O executivo de Caracas condena ainda a «afirmação infundada» de que o país caribenho represente algum tipo de ameaça para os EUA.

«Mais ainda quando é evidente que foi a Venezuela o país que teve de enfrentar uma multiplicidade de ameaças, chantagens, agressões e ataques que violam os direitos humanos de todo o povo venezuelano», denuncia a nota, sublinhando que isto viola «as normas estabelecidas no direito público internacional» e constitui «um crime contra a humanidade».

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Bloqueio dos EUA ataca direito dos venezuelanos à alimentação

A Venezuela denunciou na Conferência da FAO, em Roma, a agressão sistemática contra o direito à alimentação do seu povo, por parte de EUA e aliados, e condenou a «extorsão» que o país sofre.

Durante a pandemia, líderes comunitários, coordenadores dos CLAP e militantes do PSUV participam na entrega dos pedidos porta a porta (imagem de arquivo) 
Créditos / Brasil de Fato

Ao intervir, esta terça-feira, no 42.º período de sessões da Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês), o ministro venezuelano da Alimentação, Carlos Leal Tellería, denunciou a «perseguição, extorsão e bloqueio» que, mesmo no contexto da pandemia de Covid-19, os Estados Unidos aplicaram «para evitar que a Venezuela aceda aos recursos, bens e serviços essenciais para atender às necessidades da sua população».

A imposição ilegal dessas medidas coercivas unilaterais, que podem ser classificadas como «crimes contra a humanidade», levou a uma queda de 83,7% na importação de alimentos, precisou o ministro, citado pela TeleSur.

Em virtude das sanções decretadas contra a maior parte das empresas internacionais e nacionais de abastecimento alimentar, verificou-se também uma queda na procura internacional de matérias-primas, de produtos acabados e de bens para a produção agrícola, explicou o funcionário, que solicitou à FAO que interceda pelo fim das medidas económicas, financeiras e comerciais que asfixiam a economia do país sul-americano.

Esforço para alcançar a segurança alimentar

Apesar das «perseguições» contra o país, o Executivo venezuelano tem promovido programas sociais e um modelo de segurança alimentar que contribuem para garantir a alimentação como um direito humano.

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Distribuição de alimentos porta a porta adoptada na Venezuela durante a pandemia

O projecto «Yo Compro En Casa» começou a ser aplicado em Caracas e já responde às necessidades de 600 mil pessoas. Município, organizações sociais e Estado articulam-se para fintar as «crises».

A presidente do Município Libertador (Caracas), Erika Farías (centro), durante o lançamento do projecto «Yo Compro En Casa»
Créditos / Brasil de Fato

A Venezuela importa cerca de 80% daquilo que consome. Com as sanções impostas ao país e crise económica agudizada pela pandemia de Covid-19, o Estado tem procurado alternativas para que à população não falte a alimentação e os produtos de higiene pessoal.

Na capital, Caracas, a Câmara Municipal criou um plano de distribuição porta a porta, em articulação com diversos programas instituídos no país e que visa garantir o «pão na mesa» dos cidadãos, diminuir a circulação de pessoas nos supermercados e evitar a especulação de preços. A jornalista Michele de Mello, do Brasil de Fato, explica como funciona o projecto.

Do distrito Sucre, Município Libertador, para todo o país

Tendo começado a ser implementado no distrito de Sucre – um dos 22 que integram o Município Libertador (Caracas) –, o projecto «Yo Compro En Casa» (Eu compro em casa) já dá resposta a cerca de 600 mil pessoas, mas a ideia é expandi-lo para outros cinco distritos (Caricuao, Antímano, La Vega, Valle e Coche) com maior concentração de pessoas em situação de vulnerabilidade social, e, dessa forma, abranger nas próximas semanas cerca de um milhão de caraquenhos.

Os produtos chegam através de três programas associados: os Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), que são bens de primeira necessidade distribuídos pelo governo central; a Feira do Campo Soberana, que são mercados de peixe e vegetais cultivados na região; e o Plano de Proteína, que oferece proteína animal a preços subsidiados pelo Estado. No projecto, são também vendidas mercadorias de 400 comerciantes privados locais.

Erika Farías Peña, presidente do Município Libertador – o da capital –, sublinhou a importância do papel do Estado em garantir o pão na mesa de cada cidadão, mas reconhecendo a necessidade de se avançar na construção da soberania alimentar do país, de modo a diminuir as importações e aumentar a produção nacional.

«Estamos a trabalhar há 21 anos e vamos continuar nesse sentido», afirmou a militante do Partido Socialista Unido da Venezuela, acrescentando que a Venezuela possui «a maior reserva de petróleo do mundo», «uma das maiores reservas de ouro» e «uma grande capacidade de cultivo», bem como um povo que demonstra «capacidade e vontade» de fazer parte do processo de mudança da «economia petrolífera para uma economia petrolífera produtiva».

Processo de distribuição casa a casa

A distribuição é feita pelos funcionários municipais, em conjunto com os líderes comunitários de cada rua e os coordenadores dos CLAP. O Bairro Catia, no distrito Sucre, serviu como laboratório para a proposta. Além de albergar um dos maiores mercados municipais da cidade (um foco de aglomeração), o bairro possui 536 conselhos comunais organizados (uma espécie de conselhos comunitários), que agregam cerca de 4000 líderes sociais.

Cada comunidade organizada é composta por cerca de sete ruas, e cada rua tem um líder comunitário ou coordenador do Comité de Abastecimento. O Município entrega uma lista de produtos disponíveis aos líderes de rua, que deverão receber os pedidos dos moradores e encaminhá-los para a equipa do governo municipal. Camiões dos programas sociais ligados ao projecto e transportadores da comunidade (como mototáxis) ajudam a entregar as compras.

Cada família deve depositar o valor da sua compra numa conta dos coordenadores do CLAP, que depois transferem para o governo municipal, que, por sua vez, faz com que o dinheiro chegue aos fornecedores. Para agilizar ainda mais o processo, o Município fez uma parceria com o Banco do Tesouro da Venezuela para distribuir 30 máquinas de pagamento com cartões de débito e crédito.

Deste modo, o governo procura garantir o abastecimento, reduzir a circulação nos supermercados e evitar a especulação dos preços. A iniciativa teve tanto êxito que será adoptada a nível nacional. O Ministério das Comunas incentiva a criação de pontos de abastecimento comunais, para que os alimentos sejam armazenados em locais próximos das comunidades. Já há 816 armazéns no país.

«Nós não estamos a fazer isto porque temos medo de morrer. Estamos a fazer isto porque temos muita vontade de viver. Temos de realizar os nossos sonhos particulares, familiares, os sonhos da nossa comunidade e o projecto que nos deixou o nosso comandante [Hugo] Chávez e o nosso libertador Simón Bolívar. E aí a vida está acima de tudo», disse Erika Farías ao Brasil de Fato.

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«Como parte da promoção de um modelo de igualdade e justiça social, base fundamental da estratégia da República, contra a fome e a má-nutrição que afecta mais de 50% da população mundial», disse o titular da pasta da Alimentação.

Neste sentido, destacou que a Venezuela reduziu em mais de 16 pontos percentuais a sua população subalimentada, que em 2015 se situou em 5%, algo que levou a FAO a classificar o país caribenho como de alta segurança alimentar e promotor do direito à alimentação.

Para fazer frente ao impacto das medidas coercivas unilaterais, o país está a dinamizar novamente a Grande Missão AgroVenezuela e está a fazer um grande esforço para manter 19 programas sociais agro-alimentares.

Entre estes, Tellería destacou os Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), que beneficiam cerca de 75% da população, e o Programa de Alimentação Escolar (PAE), que garante a alimentação de pelo menos 80% das crianças e adolescentes em idade escolar.

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Com esta extensão da «política errática da Casa Branca, um governo que se vangloria de defender os direitos humanos e os princípios da democracia mais não faz do que revelar, uma vez mais, o seu carácter autoritário, cruel e mentiroso», bem como a «sua falta de respeito pela soberania e a autodeterminação dos povos», acusa o documento.

Sublinhando que conduz as relações internacionais sob os princípios da solidariedade entre os povos e da diplomacia da paz, o governo venezuelano afirma que a soberania do país é «inabalável» e que «nenhuma agressão, por maior que seja, vergará a vontade democrática do seu povo».

As autoridades venezuelanas têm denunciado, ao longo dos anos, o impacto das sanções impostas pelos EUA ao país sul-americano e ao seu povo.

Em Agosto de 2021, a então vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou que o seu país entregara no Tribunal Penal Internacional (TPI) um relatório contendo provas dos danos causados pelas sanções norte-americanas ao povo venezuelano.

Nesse mesmo ano, a relatora especial da ONU sobre medidas coercivas unilaterais, Alena Douhan, desmontou o argumento comummente usado pela Casa Branca de que as sanções visam o «regime de Maduro» (que não é do seu agrado e não lhe interessa), mas não a população.

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O comunicado destaca que, tendo tido a oportunidade de «corrigir erros e injustiças do passado, que inclusive afectam os seus próprios interesses, a Casa Branca opta por continuar a aplicar o seu terrorismo económico», recorrendo às suas «mais de 930 medidas» contra a Venezuela.

«Os Estados Unidos são hoje reféns das suas próprias políticas de agressão», sublinha o governo venezuelano, referindo que «a crise migratória, com a qual tantos operadores políticos manifestam preocupação, não é senão uma consequência directa e imediata das suas medidas coercivas e bloqueios».

Para Caracas, «não se pode esperar outra coisa de um governo que normaliza e banaliza o genocídio do povo palestiniano ou que se mostra indiferente à perda progressiva dos direitos civis das suas minorias».

«O povo venezuelano não se vergou perante estes ataques e jamais o fará», declara o executivo de Caracas, destacando que a sua «moralidade, consciência e perseverança são a base sólida sobre a qual continua a construir vitórias».

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Governo venezuelano apresenta o «Mapa Geopolítico das Sanções»

Na apresentação do mapa ao corpo diplomático em Caracas, na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil destacou que «as sanções persistem como prática do imperialismo».

Delcy Rodríguez, vice-presidente da República, intervém sobre as sanções na Casa Amarela, em Caracas, a 20 de Junho de 2023 
Créditos / @AntibloqueoVen

Esta terça-feira, teve lugar na Casa Amarela, na capital venezuelana, a apresentação do Mapa Geopolítico das Sanções, que, segundo explicou William Castillo, vice-ministro das Políticas Anti-bloqueio do Ministério da Economia, Finanças e Comércio, constitui «uma ferramenta informativa on-line para ligar 30 países que são alvo de medidas coercivas unilaterais» e serve para «dar visibilidade ao esforço mundial contra o bloqueio».

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Sanções denunciadas na ONU como estratégia de coerção do Ocidente

A aplicação de sanções ou medidas coercivas unilaterais foi questionada nas Nações Unidas, num contexto em que no Ocidente aumentam as ameaças de imposição dessas medidas, nomeadamente contra a Rússia.

A maioria dos venezuelanos rejeita o intervencionismo norte-americano no país
A Venezuela é dos países mais afectados pelas sanções dos EUA; o ano passado apresentou um relatório no Tribunal Penal Internacional sobre os danos causados ao país por essas medidas unilaterais (imagem de arquivo) Créditos / Alba Ciudad

Com o pretexto da alegada intenção da Rússia de invadir a Ucrânia, os Estados Unidos e os seus aliados têm reiterado a ameaça de sanções contra o governo russo – de que são exemplo, em Portugal, as declarações de Augusto Santos Silva à imprensa.

Enquanto os países da NATO mobilizam tropas e armamento para junto das fronteiras russas, o país euro-asiático defende o seu direito a realizar manobras e mover as suas tropas no seu território nacional como bem entender.

Neste contexto, teve ontem lugar uma reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar os efeitos negativos das medidas coercivas unilaterais, nomeadamente a nível humanitário.

Os representantes da Rússia e da China rejeitaram a aplicação destes mecanismos de coerção, que acabam por afectar o desenvolvimento dos povos. Ambos os países, membros permanentes do Conselho de Segurança, alertaram para as consequências humanitárias das sanções, refere a agência Prensa Latina.

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UE e EUA impõem novas sanções contra a Rússia

EUA e UE decretaram novas sanções contra Moscovo no âmbito do «caso Navalny», depois de o blogger da oposição ter sido condenado por fraude empresarial. As autoridades russas afirmaram que irão responder.

Para as autoridades russas, as sanções constituem «outro golpe na cooperação» entre Rússia e UE
Créditos / theindependent.co.uk

A União Europeia (UE) impôs novas sanções a quatro cidadãos russos, altos funcionários relacionados com o encarceramento de Alexei Navalny. Trata-se do procurador-geral Igor Krasnov, do chefe da Comissão de Investigação Russa, Alexander Bastrykin, do chefe do Serviço Penitenciário Federal, Alexander Kalashnikov, e do director da Guarda Nacional, Viktor Zolotov, que, refere a agência TASS, ficam proibidos de entrar no espaço da UE e ter fundos nos bancos dos países-membros do bloco.

Estas sanções foram decretadas no âmbito de um mecanismo da UE que visa «violações e abusos graves dos direitos humanos», segundo o Diário Oficial da União Europeia, que publicou a medida.

Pouco depois, informa a RT, os EUA anunciaram a imposição de um conjunto de sanções individuais, bem como restrições comerciais e de vistos contra a Rússia, relacionadas com o «caso Navalny».

Estas medidas, que surgem como resposta ao alegado envenenamento e ao encarceramento do blogger da oposição, dirigem-se contra sete funcionários governamentais russos e contra 14 entidades presumivelmente envolvidas na produção de agentes biológicos, segundo a administração de Joe Biden.

De acordo com um fonte norte-americana referida pela RT, as medidas desta terça-feira, articuladas com Bruxelas, serão as primeiras de várias da Casa Branca para responder a uma série de alegadas «acções desestabilizadoras» de Moscovo.

Reacção da Rússia

Moscovo já prometeu responder às medidas impostas pela UE e os EUA, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, a sublinhar que a «reciprocidade será a chave da resposta». Por seu lado, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, destacou que a decisão da UE não é uma surpresa para a Rússia e criticou estas acções como um caminho sem saída, que mina as relações bilaterais e é contrário aos interesses dos países europeus, indica a TASS.

Konstantin Kosachov, presidente do Comité de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa, qualificou a decisão da UE e dos EUA como «manipulação clássica», frisando que o Ocidente utiliza a situação de Navalny como «pretexto para difamar as autoridades russas».

Na mesma linha, o presidente do Comité de Relações Internacionais da Duma Estatal da Rússia, Leonid Slutski, classificou a decisão de Bruxelas como «absolutamente ilegal, além de inútil», advertindo que dará «outro golpe na cooperação» entre Rússia e UE. Slutski destacou que Moscovo «irá responder, sem dúvida, de forma adequada a todos os ataques de sanções», refere a RT.

A «saga Navalny»

O Ocidente tem usado reiteradamente a figura do blogger pró-ocidental Alexei Navalny para atacar a Rússia. [Ver vídeo] A figura da oposição regressou ao seu país em 17 de Janeiro, depois de ter estado na Alemanha a receber tratamento hospitalar, alegadamente, por causa de um envenenamento pelo qual, acusa o Ocidente, os russos foram responsáveis.


Navalny foi detido num aeroporto de Moscovo por ter violado os termos de uma pena suspensa a que fora condenado em 2014, por lavagem de dinheiro. No dia 2 de Fevereiro, um tribunal de Moscovo condenou-o a uma pena efectiva de três anos e meio de cadeia, que, após recurso e desconto do tempo passado em prisão domiciliária, foi reduzida para cerca de dois anos e meio.

Ainda em Fevereiro e tendo em conta a agitação movida pelos países ocidentais – com os mass media a toda a carga –, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros classificou como «categoricamente inaceitáveis» as «exigências ilegais e absurdas» de libertar Navalny.

Acrescentou que o blogger da oposição foi condenado «por crimes económicos por um tribunal russo em território da Rússia em conformidade com a legislação» do país, informa a RT. «Na prática internacional isto chama-se interferência nos assuntos internos de um Estado soberano», frisou.

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O vice-representante permanente da Rússia junto das Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, denunciou o modo como as medidas unilaterais dificultam a manutenção da paz e são uma ingerência na soberania dos estados. É o que ocorre, por exemplo, em países como Síria, Bielorrússia, Cuba, Venezuela, Irão, Afeganistão e Mali, que vivem grandes dificuldades por causa das sanções, referiu.

Em seu entender, apenas as sanções decretadas pelo Conselho de Segurança são legais, constituindo uma ferramenta importante que permite reagir a certas ameaças.

Por seu lado, o embaixador chinês, Zhang Jun, afirmou que as sanções unilaterais são uma fonte de grande preocupação e exacerbam as «posições de força». Neste sentido, defendeu o levantamento dessas medidas coercivas, tendo referido como na República Popular Democrática da Coreia as sanções têm graves consequências humanitárias para a população civil.

EUA insiste na aplicação de sanções, ONU alerta para consequências humanitárias

Enquanto Moscovo e Pequim advogaram o alívio destes mecanismos de pressão, a representação norte-americana negou tal custo humanitário, reafirmando o seu apoio à imposição de sanções.

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«As sanções económicas à Síria são terrorismo económico»

O director do Hospital Nacional de as-Suqaylabiyah (Hama) destaca, numa entrevista, os efeitos nefastos das sanções impostas pelas potências ocidentais – que se sentem bem na unidade hospitalar que dirige.

A cidade de as-Suqaylabiyah, no Norte da província de Hama, é alvo de ataques frequentes por parte dos grupos terroristas
Créditos / Sputnik News

A entrevista, concedida à jornalista e escritora britânica Vanessa Beeley foi publicada no passado dia 20 no portal thewallwillfall.org – no qual Beeley tem vindo a divulgar uma série de reportagens sobre a guerra de agressão à Síria.

Issam Hawsheh é director do Hospital Nacional de as-Suqaylabiyah, localizado no Norte da província de Hama, junto à planície do Ghab, e que serve uma população de 300 mil pessoas, entre Masyaf, a sul, e Jisr as-Shughur, a norte (já na província de Idlib).

A cidade de as-Suqaylabiyah fica precisamente junto à fronteira da província de Idlib e muito perto de áreas controladas por grupos terroristas, pelo que a sua população é alvo de ataques quase diários por parte desses grupos, que lançam mísseis e morteiros «fabricados no Ocidente, pagos com o dinheiro dos estados do Golfo e fornecidos pela Turquia», diz Beeley na introdução à entrevista.

A anteceder as declarações do director hospitalar, Beeley lembra ainda que os civis desta cidade têm sido alvo de bandos extremistas, que crianças foram assassinadas quando brincavam nas ruas, nas escolas e mesmo quando procuravam refúgio no mosteiro da cidade. «Nenhum local é seguro», alerta.

Sanções e terrorismo atingem o hospital

Durante cerca de dez minutos, Issam Hawsheh fala – em árabe, com legendas em inglês – sobre o impacto das sanções impostas à Síria no sector da Saúde e, em particular, na unidade hospitalar que dirige.

Num hospital com capacidade para 200 camas, só 120 estão disponíveis – devido às sanções. Algum equipamento hospitalar – incluindo máquinas de diálise, máquinas de suporte de vida na unidade de emergências – também deixou de deixou de funcionar, devido às sanções, uma vez que foi importado da Europa, as peças são europeias e a manutenção era feita por empresas europeias.

Issam Hawsheh destacou também as grandes perdas ao nível do pessoal médico, que se devem aos ataques terroristas lançados sobre o hospital diariamente. Além disso, alguns funcionários, que tinham as suas casas ou as das suas famílias em áreas controladas pelos terroristas, sofreram diversos tipos de ameaças e coacções, para que não continuassem a trabalhar para o Estado sírio.

Cidadãos em Idlib são cidadãos sírios

Ao ser questionado sobre a «propaganda dos órgãos de comunicação ocidental», que diz que o governo sírio bombardeia hospitais em Idlib, Hawsheh sublinhou que «os cidadãos em Idlib são cidadãos sírios que estão a ser mantidos como reféns por grupos armados».

«Se pudessem escolher, nenhum deles ficaria mais um minuto em áreas controladas pelos terroristas», acrescentou, frisando que «é impossível que o governo bombardeasse infra-estruturas depois de trabalhar 40 anos na sua construção, incluindo hospitais e escolas».

Apoio ao terrorismo

Questionado sobre o modo como a imprensa ocidental se referiu aos terroristas que assassinaram crianças ali, recentemente, o director hospitalar afirmou que, «se uma pedra a abrigar um terrorista fosse atingida, o mundo ficaria escandalizado».


Outro critério parecem ter sobre «as crianças que são privadas de educação todos os dias, de cuidados de saúde, que não podem ir para os parques por causa dos mísseis fabricados na Europa – na França, nos EUA, na Turquia e noutros países que reivindicam os princípios humanitários e valores democráticos», denunciou.

Sobre os Capacetes Brancos, afirmou que se trata de uma «organização falsa» criada pelos serviços secretos britânicos, «actores que aderiram à ideologia terrorista, que influenciam os media ocidentais, enganam as pessoas no Ocidente, fazendo aumentar a pressão sobre o governo sírio».

«Não são uma organização humanitária, uma organização que significa "cuidados médicos" e humanidade, de forma alguma», sublinhou.

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Por seu lado, o coordenador das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, sublinhou que as sanções afectam directa ou indirectamente muitas operações de ajuda do organismo internacional.

A ONU defende que as medidas de pressão aprovadas pelo Conselho de Segurança são «mais selectivas», sendo concebidas para «limitar consequências não desejadas». Actualmente, estão vigentes 14 tipos de sanções com o apoio do Conselho.

Apesar dos apelos da ONU e de países-membros no sentido de se pôr fim às medidas coercivas unilaterais, sobretudo desde o início da pandemia de Covid-19, os EUA têm mantido a sua política de acosso e coerção contra estados soberanos como Cuba e Venezuela.

60 anos de bloqueio a Cuba

Recentemente, informa a Prensa Latina, o representante permanente de Cuba junto das Nações Unidas, Pedro Luis Pedroso, refutou o bloqueio ilegal que os EUA impõem à Ilha, a 60 anos da oficialização – 3 de Fevereiro de 1962.

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O bloqueio imposto a Cuba é «criminoso, ilegal e ilegítimo»

Realiza-se esta segunda-feira, às 18h, junto à Embaixada de Cuba em Portugal, um acto público de solidariedade com o país caribenho e o seu povo, para reafirmar a exigência do fim do bloqueio.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA a Cuba Créditos / Celag

Sob o lema «Fim ao bloqueio dos EUA! Cuba vencerá!», a iniciativa tem lugar na Rua Pero da Covilhã, em Lisboa, e visa também reclamar às autoridades portuguesas «uma acção determinada» em prol da soberania e do direito do povo cubano ao desenvolvimento.

Deste modo, as organizações promotoras e todos aqueles que se associarem ao evento irão demonstrar mais uma vez que «Cuba e o seu povo não estão sós» – destaca o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) na nota de divulgação do acto solidário.

«O bloqueio económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América é criminoso, ilegal e ilegítimo», sublinha o texto, lembrando que o cerco, imposto há mais de 60 anos e por diversas vezes agravado, «procura atingir directamente as condições de vida do povo cubano e direitos tão fundamentais como a saúde, a alimentação ou o desenvolvimento».

Só entre Abril e Dezembro do ano passado – precisa a nota publicada na página de Facebook do CPPC –, o bloqueio provocou prejuízos superiores a 3,5 mil milhões de dólares à economia cubana, tendo ainda, no contexto da pandemia, dificultado o acesso do povo cubano a medicamentos e equipamentos médicos.

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Vice-presidente da AR condena bloqueio a Cuba

António Filipe, um dos vice-presidentes da Assembleia da República, condenou o bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba, que tem sido intensificado apesar da Covid-19.

António Filipe, deputado do PCP e um dos vice-presidentes da AR 
Créditos / Prensa Latina

Numa entrevista concedida ao jornalista Frank González, da Prensa Latina, António Filipe disse que, num momento em que «todos deviam estar unidos no combate à pandemia», Washington intensificou as medidas coercivas unilaterais contra a Ilha e «prejudicou muito gravemente o esforço comum que é preciso realizar sobre este assunto».

O jurista e professor universitário de 58 anos, deputado eleito pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1989, enalteceu a ajuda internacional prestada pelo país caribenho durante a emergência sanitária, algo que, disse, não só mostrou ao mundo a medicina cubana, mas também o trabalho solidário de Cuba para com muitos países.

«Ao nível dos profissionais da saúde, vimos que há situações de calamidade em países que necessitam de apoio médico e Cuba está na primeira linha, não apenas em países subdesenvolvidos, mas também em países europeus, como é o caso de Itália», referiu.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo», disse António Filipe ao referir-se ao recrudescimento do acosso ao país antilhano por parte dos últimos governos norte-americanos.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo»

Na conversa que manteve com a agência cubana na Assembleia da República, o deputado, que preside ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cuba, afirmou que a agressividade do imperialismo com todos os países não alinhados com o seu domínio é imensa, e reclamou da União Europeia (UE) uma maior desvinculação relativamente à política dos Estados Unidos.

Recordou que os países-membros da UE votam contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas e que empresas europeias mantêm relações económicas e comerciais com Cuba.

No entanto, insistiu, a UE deve ter uma maior autonomia política relativamente aos interesses norte-americanos na América Latina, o que favoreceria «um melhor desenvolvimento das relações de amizade e cooperação» com essa região.

No que respeita aos laços entre Portugal e Cuba, disse que o país europeu manteve uma política de abertura e cooperação em relação à Ilha, à margem de divergências políticas, e destacou como «um passo importante» a visita realizada a Havana pelo Presidente da República em 2017.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal»

Sublinhou, além disso, o bom estado das relações entre os parlamentos dos dois países, o que reflecte a relação de amizade existente entre os diferentes partidos políticos portugueses e Cuba, não apenas do PCP, apesar da diversidade de opiniões sobre o país caribenho e a sua vida política.

António Filipe enviou «um forte abraço de solidariedade e amizade para Cuba», que, no meio de «um cruel bloqueio», continua a ser uma grande referência para os progressistas de todo o planeta, que aspiram a um mundo mais justo e fraterno.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal, onde tem amigos que farão todo o possível para continuar a lutar contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos», frisou.

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O bloqueio, denunciam as organizações promotoras, é um instrumento que os EUA utilizam na sua política de imposição de uma "mudança de regime" em Cuba».

Essa política, «ilegal à luz do direito internacional», passa igualmente pela sistemática ingerência e campanha de desinformação, por tentativas de desestabilização, de impedir a acção das brigadas médicas internacionais cubanas ou de limitar a solidariedade internacional a Cuba, explica a nota.

«O bloqueio é uma forma particularmente cruel de agressão a que urge pôr cobro», defendem os promotores da iniciativa solidária que amanhã se realiza em Lisboa.

Nesse sentido, lembram que essa «justa exigência» tem vindo a ser afirmada há três décadas pela grande maioria dos países em sucessivas votações na Assembleia Geral das Nações Unidas. Na mais recente, este ano, 184 países votaram a favor do levantamento do bloqueio, EUA e Israel votaram contra e apenas três países se abstiveram.

«Cuba, sempre solidária, necessita da nossa solidariedade», afirmam os promotores, que, por isso, clamam: «Não faltaremos!»

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Na sua conta de Twitter, o embaixador partilhou um link para um conjunto de documentos desclassificados do Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos, que registam as origens, a justificação e a evolução inicial das sanções punitivas de Washington contra Cuba após o triunfo da Revolução.

Os arquivos mostram que, no início, a pressão económica visava criar «dificuldades» e «desencanto» entre a população cubana, criar dificuldades económicas, provocar fome, desespero e levar ao derrube do governo.

No entanto, um estudo da Agência Central de Inteligência (CIA) sobre o bloqueio, escrito 20 anos depois da sua imposição, concluiu que as sanções «não tinham cumprido nenhum dos seus objectivos».

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Na sessão de apresentação do mapa ao corpo diplomático, ao Grupo de Amigos de Defesa da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e a organizações sociais, participaram outras figuras de peso do governo venezuelano, como a vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil.

Gil afirmou que «as sanções persistem como uma prática do imperialismo, que tanto dano causa aos povos do mundo», indica a VTV.

«Se foi a partir de 2017 que assistimos a uma formalização das sanções, o nosso país foi assediado com sanções quase desde o momento em que o Comandante Hugo Chávez, em 1999, chegou à presidência da República, mandatado pelo povo», disse.

O diplomata sublinhou que a primeira sanção imposta foi «toda a campanha mediática aplicada contra a Venezuela, contra a sua revolução e contra a designação "venezuelano" a partir dos grandes centros de poder do mundo».

Por seu lado, William Castillo defendeu que se justifica a construção de uma ferramenta que integre informação sobre as medidas coercivas unilaterais impostas aos povos do mundo.

«É um problema global, é um problema que afecta 30 dos mais de 190 estados-membros da ONU, que afecta milhões de pessoas e transacções económicas e comerciais em todo o mundo, e que causa grandes danos», declarou.

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Venezuela e Irão com vontade de fundar «um mundo novo, justo e solidário»

Durante a visita do presidente iraniano à Venezuela, foram assinados 25 acordos em diversas áreas. Maduro lembrou as palavras de Chávez sobre a construção de «um mundo novo, justo e solidário».

No Teatro Teresa Carreño, em Caracas, a 13 de Junho de 2023, a juventude venezuelana manteve um encontro com os chefes de Estado do Irão e da Venezuela, em defesa da soberania e dos povos livres 
Créditos / @yvangil

Na segunda-feira, na sequência daquilo a que se referiu como uma «extraordinária jornada de trabalho», Nicolás Maduro anunciou que os governos dos dois países firmaram 25 acordos em múltiplas áreas.

Ao fazê-lo, o presidente venezuelano destacou o papel do Irão como «potência emergente», tendo-se referido aos avanços que alcançou graças à «inovação aplicada à saúde, educação, tecnologia, indústria, produção de alimentos», indica a Prensa Latina.

Enaltecendo os vínculos entre ambos os países, Maduro frisou a necessidade de construir novas relações internacionais. A este respeito, disse que «somos leais ao comandante Hugo Chávez, que teve a visão do papel histórico do Irão e da Venezuela para a "construção de um mundo novo, justo e solidário"».

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EUA tentam impedir entrega de mais combustível iraniano à Venezuela

O Irão enviou mais 4 navios para a Venezuela, carregados com 1,1 milhões de barris de gasolina e que enfrentam a ameaça de apreensão após uma queixa interposta por procuradores nos Estados Unidos.

Petroleiro iraniano (foto de arquivo)
Créditos / venezuelanalysis.com

Procuradores federais norte-americanos apresentaram, num tribunal do Distrito de Columbia, um processo civil de confisco da gasolina que segue em quatro navios iranianos com destino ao país sul-americano, que enfrenta dificuldades de abastecimento devido às medidas coercivas e unilaterais que lhe são impostas pelos Estados Unidos.

A acção, apresentada esta semana, visa travar a entrega da gasolina iraniana nos navios Bella e Bering, com bandeira da Libéria, no Pandi e no Luna, revela a PressTV com base numa notícia divulgada pelo Wall Street Journal.

A mesma fonte indica que o procedimento visa igualmente impedir futuras entregas de combustível iraniano à Venezuela, bem como travar o fluxo de receitas que o Irão obtém com a venda de petróleo.

Uma nota ontem publicada pelo Departamento da Justiça dos EUA dá conta de que, na sequência da acção, o juiz James E. Boasberg emitiu um mandato em que decreta o confisco da gasolina a bordo dos quatro navios.

O processo, entendido pelo Irão como uma nova artimanha de Washington para atingir ambos os países e dar sequência à política de estrangulamento económico e financeiro imposta pela Casa Branca a Caracas e Teerão, alega que os lucros dos carregamentos apoiam uma «vasto leque de actividades nefastas», que vão da proliferação de armas de destruição massiva ao apoio ao terrorismo e a abusos variados dos direitos humanos – que, como há muito se sabe, são sempre os inimigos de Washington que cometem, nunca a «América».

Outra frota a chegar

Este conjunto de quatro navios segue-se a outra frota iraniana de cinco, carregada com 1,53 milhões de barris de gasolina e aditivos para processar combustível, que esta semana tem estado a chegar à Venezuela.


O Faxon (o quarto de cinco) já entrou em águas venezuelanas, sendo escoltado pelas Forças Armadas venezuelanas até ao seu destino, tal como ocorreu com os três navios anteriores, que começaram a descarregarar o combustível em vários portos e refinarias.

Mal os navios iranianos chegaram, o governo venezuelano começou a preparar a distribuição do combustível importado entre os cidadãos, que, graças às sanções ilegais norte-americanas, se vêem confrontados com longas filas e com os preços inflacionados do mercado negro, refere a PressTV, num país que mantém os preços congelados há duas décadas e tem a gasolina mais barata do mundo.

Talvez por isso a etiqueta #GraciasIran (obrigado, Irão) se tenha tornado a mais usada no Twitter na Venezuela. Com a chegada dos petroleiros iranianos, os venezuelanos encheram a rede social de expressões de agradecimento a Teerão, destaca a PressTV.

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«Depois das agressões imperialistas, com mais de 900 sanções unilaterais, a Venezuela está pronta para continuar a avançar na construção de um mundo novo», afirmou Maduro, que destacou o papel do seu país e do Irão no rol dos que «lutam pela independência e a justiça e uma humanidade mais humana», de um «mundo multipolar e sem hegemonias».

Por seu lado, Ebrahim Raisi, que efectuou uma visita oficial de dois dias à Venezuela e partiu esta terça-feira para a Nicarágua (de onde seguirá para Cuba), afirmou que a cooperação com o país sul-americano é «profunda e estratégica».

Destacou que os acordos assinados dão expressão à vontade de ambos os países de avançar ainda mais, fazendo com que o valor actual das trocas entre ambos passe dos três mil milhões de dólares para os dez mil milhões e, depois, para os 20 mil milhões.

Resistir e criar uma nova ordem internacional

Ontem, depois de o presidente do Irão ter sido recebido na Assembleia Nacional e ter visitado as instalações do Supermercado Megasis, inaugurado em Agosto de 2020, em Caracas, graças às alianças estratégicas entre ambos os países, Ebrahim Raisi e Nicolás Maduro mantiveram um encontro com a juventude venezuelana no Teatro Teresa Carreño, também na capital.

Na sua intervenção, o presidente iraniano agradeceu ao povo venezuelano pela sua resistência e luta face ao intervencionismo e às sanções impostas pelos Estados Unidos, refere a TeleSur.

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Irão e Venezuela rompem bloqueio e inauguram supermercado em Caracas

Com a inauguração do primeiro supermercado iraniano na Venezuela, ambos os países, assediados pelas sanções e o bloqueio económico dos EUA, pretendem reforçar os laços de cooperação.

Cerimónia de inauguração do supermercado iraniano Megasis, o primeiro na Venezuela e na América Latina
CréditosMadelein García / TeleSur

Os governos da Venezuela e do Irão celebraram a inauguração de um supermercado da cadeia iraniana Megasis, que abriu na quarta-feira em Terrazas de Ávila, Caracas. A concretização da iniciativa resulta do esforço e das alianças estratégicas levados a cabo por ambos os países, que procuram dinamizar as trocas comerciais, informa a TeleSur.

O supermercado terá à disposição uma vasta selecção de produtos que a indústria iraniana exporta para vários países, bem como mais de mil produtos venezuelanos, de 20 empresas.

O embaixador do Irão em Caracas, Hojjatollah Soltani, congratulou-se com a cooperação entre os investidores dos dois países. «Neste supermercado vemos uma aliança entre o sector privado não governamental do Irão e da Venezuela. Apesar das sanções, apesar das ameaças, somos duas nações irmãs», disse.

O diplomata acrescentou que o Irão está a mostrar ao mundo que as sanções unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos são rejeitadas pela comunidade internacional, e que o seu país, como todos os outros, tem o direito a negociar livremente, a mover-se livremente e a envolver-se em parcerias mutuamente benéficas.


Mesmo com o férreo bloqueio norte-americano imposto ao Irão e à Venezuela, os governantes de ambos os países enveredaram pela via da cooperação, de que é exemplo a chegada recente à Venezuela de cinco navios carregados de combustível.

Na inauguração do espaço, o vice-ministro iraniano da Indústria, Issan Rezaei, destacou a importância da complementaridade entre países que são alvo de sanções e manifestou a intenção do governo de Teerão de importar madeira, manga, cacau, café e banana da Venezuela.

Por seu lado, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que «não há bloqueio que valha quando a vontade dos povos está centrada, decidida e determinada na independência, na liberdade e na defesa da soberania».

A alta funcionário venezuelana agradeceu ainda ao Irão e ao seu presidente, Hassan Rouhani, pelo apoio prestado à Venezuela, permitindo que este tipo de aliança comercial e económica se concretizasse. «Esta é a boa cooperação que os nossos povos merecem», frisou Rodríguez.

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«A ordem internacional actual é a que favorece o imperialismo e apenas visa o domínio sobre os povos», disse, sublinhando que o imperialismo pretende apoderar-se dos recursos naturais ou que «os concedamos a quem eles querem, não para benefício dos nossos povos».

Afirmando que as sanções são um instrumento utilizado para fazer vergar os povos que querem ser independentes e soberanos, Raisi defendeu ainda que, para acabar com o unilateralismo e criar uma nova ordem internacional, é fundamental a substituição do dólar pelas moedas nacionais na realização de transacções e trocas de mercadorias entre países.

Por seu lado, o chefe de Estado do país caribenho voltou a celebrar os 25 acordos firmados no dia anterior, bem como a «amizade e irmandade» com o país persa, que é um dos principais aliados da Venezuela, ao lado de países como Rússia, China, Cuba ou Turquia.

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Já a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, destacou a importância de «nos agruparmos com países bloqueados para trocar informação, para seguir estes mecanismos perversos e actuar de forma conjunta», lê-se na conta de Twitter @AntibloqueoVen.

Lembrando que 30 países foram alvo de sanções – o que representa 28% da população mundial –, afirmou que se trata de um problema do mundo.

Neste sentido, Rodríguez sublinhou que a Venezuela coloca esta ferramenta – que irá ajudar investigadores, jornalistas, políticos a aferir o impacto das sanções a nível global – ao serviço de todos, tanto dos países que já são vítimas das sanções como daqueles que o podem vir a ser.

Maduro: «sistema de pagamentos russo Mir constrói um novo sistema financeiro mundial»

Na segunda-feira, no seu programa «Con Maduro +», o presidente venezuelano recordou que o país caribenho foi vítima de sanções e bloqueios, com o intuito de o «isolar monetária e financeiramente» do mundo, de forma «injusta e criminosa».

Nicolás Maduro no programa «Con Maduro +» / vtv.gob.ve

Destacou, no entanto, que o Banco Central da Venezuela trouxe uma «boa notícia, a de que nos vamos integrar no sistema de pagamentos criado pela Rússia, utilizado por muitos países do mundo, que é o sistema Mir».

«Estamos a construir sistemas financeiros e monetários do mundo novo», disse Nicolás Maduro, referindo-se à questão do sistema Mir como uma das medidas promovidas pelo executivo venezuelano para enfrentar as sanções ilegais de que o país foi alvo por parte do imperialismo norte-americano e aliados.

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Recorde-se que, em Março de 2015, o então presidente norte-americano Barack Obama assinou a Ordem Executiva 13692, que declarou o país sul-americano como uma «ameaça inusual e extraordinária à segurança nacional e à política externa» dos EUA.

Esta decisão estabeleceu as bases jurídicas, políticas e administrativas para a imposição de sanções a Caracas, cujo impacto no país sul-americano e no seu povo as autoridades venezuelanas têm denunciado, ao longo dos anos.

Em Agosto de 2021, a então vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou que o seu país entregara no Tribunal Penal Internacional (TPI) um relatório contendo provas dos danos causados pelas sanções norte-americanas ao povo venezuelano.

Nesse mesmo ano, a relatora especial da ONU sobre medidas coercivas unilaterais, Alena Douhan, desmontou o argumento comummente usado pela Casa Branca de que as sanções visam o «regime de Maduro», mas não a população.

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Caracas acusa a UE de insistir «nas suas práticas abusivas, sem aplicar qualquer correcção ao seu errado intervencionismo contra a Venezuela». Ao proceder de tal modo, «obvia a rejeição internacional à aplicação destas medidas extorsivas, que violam os direitos humanos dos povos e a soberania dos países».

O Ministério exigiu «o fim integral e incondicional das medidas coercivas unilaterais da UE, bem como de qualquer outro mecanismo de chantagem que vise interferir no desenvolvimento livre e soberano do processo político venezuelano».

Da parte de Caracas, não se encara a possibilidade de estabelecer «um diálogo sincero, respeitoso e produtivo» enquanto a UE persistir na sua política de hostilidade.

Recorde-se que, em Novembro de 2023, a UE tinha renovado as sanções ao país sul-americano por um período de seis meses, até 14 de Maio de 2024. Agora, o bloco decidiu manter as sanções até 10 de Janeiro de 2025, retirando da lista de visados, de forma provisória, quatro funcionários, refere o portal poder360.com.br.

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Governo da Venezuela rejeita a ingerência da UE

Borrell não gostou da inabilitação de Corina Machado, a trumpista que defendia a política de máxima pressão contra o seu país. Caracas refutou de forma categórica as declarações de «ingerência» da UE.

Manifestação de apoio a Nicolás Maduro e em defesa da soberania, esta quarta-feira, 23 de Janeiro, em Caracas
Manifestação de apoio a Nicolás Maduro e em defesa da soberania, a 23 de Janeiro de 2019, em Caracas Créditos / Twitter

Num comunicado emitido ontem, o governo da Venezuela sublinhou que a legalidade e a legitimidade do processo eleitoral no país sul-americano não dependem de nenhum «agente estrangeiro».

O documento, partilhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, no Twitter, dirige-se a Josep Borrell, alto representante para os Assuntos Externos e a Política de Segurança da União Europeia (UE), classificando as suas declarações como um «acto de ingerência» em temas que «são da exclusiva competência dos Poderes Públicos venezuelanos».

A UE, que «fracassou durante os últimos anos na tentativa de impor um presidente falso ao nosso país», refere o texto em alusão a Juan Guaidó, «hoje continua na mesma senda do fracasso, empenhada numa retórica irracional e colonialista em relação ao governo constitucional».

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Personalidades exigem à UE que respeite as eleições na Venezuela

Personalidades da política, da ciência e da cultura figuram entre os primeiros signatários de uma petição lançada quinta-feira instando a UE a respeitar o resultado das eleições parlamentares na Venezuela.

De acordo com o CNE, as eleições de hoje na Venezuela estão a decorrer com normalidade e a registar uma alta afluência
Dezenas de personalidades já subscreveram a petição «A União Europeia deve respeitar o resultado das eleições de 6 de Dezembro na Venezuela» Créditos / AVN

«Se a UE [União Europeia] apostasse verdadeiramente em ser um vector de paz num mundo de turbulências, não devia apoiar a via da violência e da confrontação na Venezuela. Por isso lhe pedimos que respeite o resultado eleitoral do próximo dia 6 de Dezembro e apoie a vontade democrática dos venezuelanos», lê-se no texto da petição que circula nas redes sociais.

O ex-presidente equatoriano Rafael Correa, o prémio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o músico britânico Roger Waters, o ex-candidato presidencial francês Jean-Luc Mélenchon, o intelectual argentino Atilio Borón, o jornalista belga Michel Collon e o teólogo brasileiro Frei Betto são alguns dos primeiros signatários da petição enviada a Josep Borrell, alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança.

A exigência de respeito pela soberania e a autodeterminação do povo venezuelano não deixa passar a denúncia das pressões dos Estados Unidos e o seu objectivo de imposição de uma «mudança de regime» no país sul-americano.

«Este alinhamento com a política dos falcões de Washington é um sinal grave da abdicação de uma política exterior independente que se vinha mostrando em numerosos discursos de intenção», alerta o texto, em alusão à atitude da UE relativamente às eleições.

Neste sentido, os signatários recordam que o bloco comunitário recusou o convite feito pelo Estado venezuelano «para enviar observadores para garantir o bom desenvolvimento do escrutínio».

«Apesar dos seus reiterados apelos ao diálogo na Venezuela, a União Europeia recusou-se a aceitar este novo consenso democrático», denunciam deputados, autarcas, sindicalistas, jornalistas, defensores dos direitos humanos, escritores, académicos, economistas, professores e cineastas de vários países latino-americanos e europeus.

Os signatários recordam ainda que, ao longo deste ano, «as discussões entre o governo e a oposição decidida a retomar a senda constitucional levaram ao estabelecimento de novas garantias eleitorais, aceites pelas tendências políticas envolvidas no processo».


Cento e sete partidos na liça, e 14 400 candidatos para os 277 assentos parlamentares ilustram «a diversidade de propostas políticas», numas eleições que «representam, sobretudo, uma saída democrática, legal e pacífica da crise política e institucional gerada, em Janeiro de 2019, pela autoproclamação de Juan Guaidó como "presidente interino" da Venezuela», destacam.

Na lista de signatários encontram-se ainda o politólogo basco Katu Arkonada, o jornalista argentino Carlos Aznárez, o académico mexicano Fernando Buen Abad, o jornalista colombiano Hernando Calvo Ospina, a jornalista italiana Geraldina Colotti e vários deputados do partido alemão Die Linke.

Também a deputada brasileira Gleisi Hoffman (presidente do PT), o ex-deputado espanhol ao Parlamento Europeu (PE) Javier Couso, o cineasta italiano Citto Maselli, os portugueses Miguel Viegas e Sandra Pereira, respectivamente ex-deputado e deputada ao PE (CDU), o sindicalista escocês Philip McGarry e o escritor francês Maxime Vivas, entre muitos outros.

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O texto refere que há mais de 200 anos os venezuelanos «correram com o imperialismo» da sua terra, tendo começado «a trilhar o caminho da soberania».

Neste sentido, o governo da Venezuela sublinha que «não aceita a tutela de nenhuma potência ou grupo de países alinhados com reminiscências imperiais».

Sublinhando que, nas eleições venezuelanas, o processo depende «das decisões que o povo toma soberanamente», o documento exige ainda à UE que «se abstenha de proferir declarações intervencionistas, de modo a preservar um relacionamento recíproco respeitoso».

Borrell em defesa Corina Machado, a defensora da «intervenção»

O comunicado do governo da República Bolivariana da Venezuela segue-se às preocupações expressas pelo chefe da diplomacia da UE «com as decisões que visam impedir que membros da oposição exerçam os seus direitos políticos fundamentais», tendo-se referido à inabilitação de pré-candidatos pelos órgãos soberanos do país sul-americano.

Numa Europa em que se assiste ao crescimento da extrema-direita em vários países, a sucessivas «explosões sociais» em França, ao reforço do militarismo ou a situações de miséria crescente em vários países ricos do continente, como França ou o Reino Unido, o defensor da teoria «Europa jardim vs. resto do mundo selva» referiu-se, em nota oficial, ao caso da trumpista radical María Corinna Machado e sugeriu que as autoridades competentes revissem o caso.

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Venezuela e EUA: aproximação e negociação sem golpistas pelo meio

Uma delegação da Casa Branca foi a Caracas falar com Maduro e algumas vozes não perderam o ensejo de fazer o velório a «Juanico» Guaidó. Na Venezuela confirma-se uma «agenda positiva», sem alardes.

A Venezuela vai aumentar consideravelmente a exportação de petróleo para a Índia
A Venezuela, que negoceia com Washington a exportação de petróleo para os EUA, poderá conseguir reafirmar o papel da PDVSA Créditos / eluniverso.com

O secretário executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, Sacha Llorenti, notou que, se alguma dúvida havia, ficou agora claro que «a agressão dos Estados Unidos contra a Venezuela foi por causa do petróleo».

Na sua conta de Twitter, o dirigente do bloco regional destacou ainda, esta quarta-feira, a «vitória da Revolução bolivariana, liderada pelo presidente Nicolás Maduro», como um triunfo da «democracia autêntica» e da «soberania nacional».

As afirmações de Llorenti ocorrem depois de, esta segunda-feira, se ter ficado a saber que, no sábado, uma delegação da administração de Biden se deslocou a Caracas, onde manteve um encontro com o chefe de Estado venezuelano.

Sobre o encontro, Nicolás Maduro disse que decorreu em ambiente «cordial» e «respeitoso», e que as partes decidiram trabalhar numa «agenda para a frente», virada para o futuro.

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Venezuela divulga novas provas sobre rede de corrupção liderada por Guaidó

Investigações mostram o envolvimento de Guaidó e de outros membros do Voluntad Popular na apropriação indevida de fundos e na realização de vários crimes na Colômbia para desestabilizar a Venezuela.

Forças de segurança e civis na Ponte Internacional Símon Bolívar fogem da tentativa de atropelamento realizada por três elementos afecto a Guiadó
Créditos / RT

Na conferência de imprensa que ontem deu no Palácio de Miraflores, em Caracas, o ministro venezuelano da Comunicação e da Informação, Jorge Rodríguez, lembrou que, no passado dia 23 de Março, o governo do seu país já havia alertado o mundo para a rede de corrupção promovida contra a Venezuela a partir de Cúcuta, na Colômbia, e coordenada sobretudo pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, que se estava «a apropriar de recursos, dinheiro e bens que pertencem aos venezuelanos», informam a VTV e a AVN.

Na sequência das investigações realizadas, foram mostradas conversas mantidas entre Roberto Marrero, que era o coordenador administrativo e político de toda a rede de corrupção e roubo de fundos da Venezuela directamente para Juan Guaidó, e Rossana Barrero – conhecida como «Rossana de Cúcuta».

Foram também exibidas conversas, mantidas por telemóvel, de Guaidó com Rossana Barrero e Kevin Rojas, ambos militantes do partido de extrema-direita Voluntad Popular, e que lidavam com «fundos roubados ao povo venezuelano para financiar a entrada no país de mercenários provenientes de El Salvador, das Honduras e da Colômbia para perpetrar acções terroristas».

A este propósito, Jorge Rodríguez explicou que Rossana Barrera e Kevin Rojas substituíram na «rede» Gaby Arellano e José Manuel Olivares, os anteriores responsáveis na cidade colombiana de Cúcuta pela «coordenação das acções de terrorismo, sicariato e agressão na fronteira, bem como pela organização dos militares desertores».

«Uma rede gigantesca e podre de corrupção»

Sobre o modus operandi de Guaidó, precisou que «é roubar os recursos de qualquer organismo ou empresa venezuelana no estrangeiro com a cumplicidade dos governos da Colômbia, dos Estados Unidos, da Argentina, entre outros».

Acrescentou que «criam ONG falsas e, quando conseguem algum tipo de depósitos que pertencem à Venezuela para a compra de alimentos, medicamentos, realização de intervenções cirúrgicas, [estes] são transferidos para contas pessoais».

«É uma rede gigantesca e podre de corrupção para levar o dinheiro que serve para as nossas crianças doentes, para comprar comida, para comprar medicamentos e desviá-los para pagar álcool, prostitutas, [produtos em] lojas caras, hotéis de luxo», denunciou Rodríguez, sublinhando que «fica claro que não tinham qualquer intenção de levar ajuda humanitária a lado algum» e que «a verdadeira intenção era violar a fronteira [venezuelana], invadir, roubar», indicam AVN e VTV.

Dinheiro da Citgo desviado para contas pessoais

O ministro da Comunicação disse ainda que os juros dos 800 milhões de dólares depositados em bancos norte-americanos ou de outro continente que pertencem à Citgo, filial norte-americana da empresa estatal petrolífera venezuelana PDVSA, estão a ser transferidos para contas pessoais – da confiança de Juan Guaidó.

Disse ainda ter dados recentes de acordo com os quais é provável que o Departamento de Justiça do EUA investigue o conselho de administração que o golpista Juan Guaidó nomeou para a Citgo, por alteração da contabilidade.

Ao que parece, o beneficiado no processo fraudulento – no valor de 70 milhões de dólares – é Carlos Vecchio, representante político da extrema-direita venezuelana, foragido à Justiça no seu país e que Guaidó «nomeou» como embaixador da Venezuela em Washington.

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Ociel Alí López, num artigo ontem publicado no portal do Resumen Latinoamericano, destacou que, entre outras coisas, a «visita evidencia que o governo paralelo de Juan Guaidó é coisa do passado, não já pela sua força real, que sempre foi escassa, mas por ter saído do único lugar onde era forte: o repertório discursivo de Washington».

Ainda a bicar o golpismo e Guaidó, que em Janeiro de 2019 se autoproclamou presidente interino da Venezuela, a mando de Washington e com o apoio dos aliados, o escritor argentino Atilio Borón diz que os seus restos políticos «são velados em Madrid, depois de uma oração fúnebre de Leopoldo López, Corina Machado, Julio Borges, Mariano Rajoy e Mario Vargas Llosa».

Contentamento e cautela em Caracas, sem grandes revelações

Em Caracas, as autoridades mostram certa cautela, enquanto valorizam o diálogo e manifestam vontade de avançar nas negociações com Washington, no sentido de pôr fim ao cerco que asfixia o país. Um sinal disso foi a libertação de dois cidadãos norte-americanos presos no país sul-americano, ex-dirigentes da Citgo (filial da Petróleos de Venezuela), acusados de corrupção.

Uma das razões para a cautela venezuelana, como sublinham analistas, reside na continuidade das chantagens e das pressões.

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Protesto frente ao Banco de Inglaterra por reter o ouro venezuelano

Dezenas de pessoas exigiram, em Londres, que o Banco de Inglaterra devolva à Venezuela o ouro retido nas suas instalações, com o pretexto de que o Reino Unido não reconhece o governo de Nicolás Maduro.

Em Londres, exigiu-se a devolução à Venezuela do ouro retido
Créditos / news-front.info

A mobilização, convocada no âmbito da campanha «Viva Venezuela!», do Revolutionary Communist Group (RCG; Grupo Revolucionário Comunista), decorreu este sábado frente à sede da instituição bancária na City londrina, por entre palavras de ordem como «Viva Venezuela», «Viva Maduro» e «Hands off Venezuela».

Ao intervirem na acção de protesto, diversos oradores acusaram o Banco de Inglaterra de violar a soberania do país sul-americano e de atentar contra o direito internacional, revelou o RCG num comunicado a que a agência Prensa Latina teve acesso.

Denunciaram igualmente a «hipocrisia» e o «comportamento antidemocrático» patenteados pela «classe dominante britânica», bem como a «cumplicidade» dos órgãos de comunicação dominantes, tendo ainda sublinhado as conquistas da Revolução Bolivariana.

O Banco Central da Venezuela (BCV) instarou um processo contra o Banco de Inglaterra pelo facto de esta entidade se recusar a entregar-lhe o ouro venezuelano ali depositado, num valor estimado superior a 1200 milhões de dólares e de que o país sul-americano necessita para financiar a luta contra a Covid-19.

No entanto, no dia 2 de Julho deste ano, o Tribunal Superior de Londres decidiu contra o BCV, tendo o juiz Nigel Teare alegado que as reservas de ouro deviam ser entregues à junta designada por Juan Guaidó, deputado da oposição de extrema-direita, golpista e autoproclamado presidente da Venezuela a mando de Washington reconhecido pelo governo britânico em 2019.

Os advogados do BCV, que apelaram da sentença, argumentam que Londres jamais rompeu as relações diplomáticas com o governo do presidente legítimo e constitucional venezuelano, Nicolás Maduro, e que ambos os países mantêm as seus respectivos embaixadores acreditados em Londres e Caracas.

O julgamento do recurso da sentença de Teare ficou marcado para finais de Setembro próximo, para ver se se põe fim ao «acto de pirataria que atenta contra o direito à saúde e à vida do povo venezuelano» – palavras com que o que o Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros denunciou a decisão judicial de Julho último.

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Poucos dias antes da viagem da delegação norte-americana a Caracas, Biden renovou o decreto que qualifica a Venezuela – que tem sido apoiada pela Rússia e a China – como «ameaça invulgar e extraordinária à segurança nacional e à política externa dos Estados Unidos».

O decreto, originalmente firmado por Barack Obama em 9 de Março de 2015, foi sendo repetidamente prorrogado, instaurando um férreo bloqueio comercial e financeiro, bem como o congelamento de activos venezuelanos em território norte-americano.

Consolidar o cerco a Moscovo e… a Pequim?

Num texto publicado esta quarta-feira no portal almayadeen.net, o jornalista Omar Rafael García Lazo destaca que «o conflito militar induzido russo-ucraniano e a guerra económica lançada pelos Estados Unidos e seus aliados contra a Rússia, em conjunto com as consequências económicas geradas pela pandemia de Covid-19, provocou uma crise global com resultados imprevisíveis».

Em seu entender, «Washington empenhou-se em evitar por todos os meios a criação de um bloco económico euro-asiático que significasse a "desconexão" entre a Europa e os Estados Unidos, a obsolescência da NATO e o fim da hegemonia norte-americana».

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Sanções denunciadas na ONU como estratégia de coerção do Ocidente

A aplicação de sanções ou medidas coercivas unilaterais foi questionada nas Nações Unidas, num contexto em que no Ocidente aumentam as ameaças de imposição dessas medidas, nomeadamente contra a Rússia.

A maioria dos venezuelanos rejeita o intervencionismo norte-americano no país
A Venezuela é dos países mais afectados pelas sanções dos EUA; o ano passado apresentou um relatório no Tribunal Penal Internacional sobre os danos causados ao país por essas medidas unilaterais (imagem de arquivo) Créditos / Alba Ciudad

Com o pretexto da alegada intenção da Rússia de invadir a Ucrânia, os Estados Unidos e os seus aliados têm reiterado a ameaça de sanções contra o governo russo – de que são exemplo, em Portugal, as declarações de Augusto Santos Silva à imprensa.

Enquanto os países da NATO mobilizam tropas e armamento para junto das fronteiras russas, o país euro-asiático defende o seu direito a realizar manobras e mover as suas tropas no seu território nacional como bem entender.

Neste contexto, teve ontem lugar uma reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas para abordar os efeitos negativos das medidas coercivas unilaterais, nomeadamente a nível humanitário.

Os representantes da Rússia e da China rejeitaram a aplicação destes mecanismos de coerção, que acabam por afectar o desenvolvimento dos povos. Ambos os países, membros permanentes do Conselho de Segurança, alertaram para as consequências humanitárias das sanções, refere a agência Prensa Latina.

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UE e EUA impõem novas sanções contra a Rússia

EUA e UE decretaram novas sanções contra Moscovo no âmbito do «caso Navalny», depois de o blogger da oposição ter sido condenado por fraude empresarial. As autoridades russas afirmaram que irão responder.

Para as autoridades russas, as sanções constituem «outro golpe na cooperação» entre Rússia e UE
Créditos / theindependent.co.uk

A União Europeia (UE) impôs novas sanções a quatro cidadãos russos, altos funcionários relacionados com o encarceramento de Alexei Navalny. Trata-se do procurador-geral Igor Krasnov, do chefe da Comissão de Investigação Russa, Alexander Bastrykin, do chefe do Serviço Penitenciário Federal, Alexander Kalashnikov, e do director da Guarda Nacional, Viktor Zolotov, que, refere a agência TASS, ficam proibidos de entrar no espaço da UE e ter fundos nos bancos dos países-membros do bloco.

Estas sanções foram decretadas no âmbito de um mecanismo da UE que visa «violações e abusos graves dos direitos humanos», segundo o Diário Oficial da União Europeia, que publicou a medida.

Pouco depois, informa a RT, os EUA anunciaram a imposição de um conjunto de sanções individuais, bem como restrições comerciais e de vistos contra a Rússia, relacionadas com o «caso Navalny».

Estas medidas, que surgem como resposta ao alegado envenenamento e ao encarceramento do blogger da oposição, dirigem-se contra sete funcionários governamentais russos e contra 14 entidades presumivelmente envolvidas na produção de agentes biológicos, segundo a administração de Joe Biden.

De acordo com um fonte norte-americana referida pela RT, as medidas desta terça-feira, articuladas com Bruxelas, serão as primeiras de várias da Casa Branca para responder a uma série de alegadas «acções desestabilizadoras» de Moscovo.

Reacção da Rússia

Moscovo já prometeu responder às medidas impostas pela UE e os EUA, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, a sublinhar que a «reciprocidade será a chave da resposta». Por seu lado, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, destacou que a decisão da UE não é uma surpresa para a Rússia e criticou estas acções como um caminho sem saída, que mina as relações bilaterais e é contrário aos interesses dos países europeus, indica a TASS.

Konstantin Kosachov, presidente do Comité de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa, qualificou a decisão da UE e dos EUA como «manipulação clássica», frisando que o Ocidente utiliza a situação de Navalny como «pretexto para difamar as autoridades russas».

Na mesma linha, o presidente do Comité de Relações Internacionais da Duma Estatal da Rússia, Leonid Slutski, classificou a decisão de Bruxelas como «absolutamente ilegal, além de inútil», advertindo que dará «outro golpe na cooperação» entre Rússia e UE. Slutski destacou que Moscovo «irá responder, sem dúvida, de forma adequada a todos os ataques de sanções», refere a RT.

A «saga Navalny»

O Ocidente tem usado reiteradamente a figura do blogger pró-ocidental Alexei Navalny para atacar a Rússia. [Ver vídeo] A figura da oposição regressou ao seu país em 17 de Janeiro, depois de ter estado na Alemanha a receber tratamento hospitalar, alegadamente, por causa de um envenenamento pelo qual, acusa o Ocidente, os russos foram responsáveis.


Navalny foi detido num aeroporto de Moscovo por ter violado os termos de uma pena suspensa a que fora condenado em 2014, por lavagem de dinheiro. No dia 2 de Fevereiro, um tribunal de Moscovo condenou-o a uma pena efectiva de três anos e meio de cadeia, que, após recurso e desconto do tempo passado em prisão domiciliária, foi reduzida para cerca de dois anos e meio.

Ainda em Fevereiro e tendo em conta a agitação movida pelos países ocidentais – com os mass media a toda a carga –, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros classificou como «categoricamente inaceitáveis» as «exigências ilegais e absurdas» de libertar Navalny.

Acrescentou que o blogger da oposição foi condenado «por crimes económicos por um tribunal russo em território da Rússia em conformidade com a legislação» do país, informa a RT. «Na prática internacional isto chama-se interferência nos assuntos internos de um Estado soberano», frisou.

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O vice-representante permanente da Rússia junto das Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, denunciou o modo como as medidas unilaterais dificultam a manutenção da paz e são uma ingerência na soberania dos estados. É o que ocorre, por exemplo, em países como Síria, Bielorrússia, Cuba, Venezuela, Irão, Afeganistão e Mali, que vivem grandes dificuldades por causa das sanções, referiu.

Em seu entender, apenas as sanções decretadas pelo Conselho de Segurança são legais, constituindo uma ferramenta importante que permite reagir a certas ameaças.

Por seu lado, o embaixador chinês, Zhang Jun, afirmou que as sanções unilaterais são uma fonte de grande preocupação e exacerbam as «posições de força». Neste sentido, defendeu o levantamento dessas medidas coercivas, tendo referido como na República Popular Democrática da Coreia as sanções têm graves consequências humanitárias para a população civil.

EUA insiste na aplicação de sanções, ONU alerta para consequências humanitárias

Enquanto Moscovo e Pequim advogaram o alívio destes mecanismos de pressão, a representação norte-americana negou tal custo humanitário, reafirmando o seu apoio à imposição de sanções.

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«As sanções económicas à Síria são terrorismo económico»

O director do Hospital Nacional de as-Suqaylabiyah (Hama) destaca, numa entrevista, os efeitos nefastos das sanções impostas pelas potências ocidentais – que se sentem bem na unidade hospitalar que dirige.

A cidade de as-Suqaylabiyah, no Norte da província de Hama, é alvo de ataques frequentes por parte dos grupos terroristas
Créditos / Sputnik News

A entrevista, concedida à jornalista e escritora britânica Vanessa Beeley foi publicada no passado dia 20 no portal thewallwillfall.org – no qual Beeley tem vindo a divulgar uma série de reportagens sobre a guerra de agressão à Síria.

Issam Hawsheh é director do Hospital Nacional de as-Suqaylabiyah, localizado no Norte da província de Hama, junto à planície do Ghab, e que serve uma população de 300 mil pessoas, entre Masyaf, a sul, e Jisr as-Shughur, a norte (já na província de Idlib).

A cidade de as-Suqaylabiyah fica precisamente junto à fronteira da província de Idlib e muito perto de áreas controladas por grupos terroristas, pelo que a sua população é alvo de ataques quase diários por parte desses grupos, que lançam mísseis e morteiros «fabricados no Ocidente, pagos com o dinheiro dos estados do Golfo e fornecidos pela Turquia», diz Beeley na introdução à entrevista.

A anteceder as declarações do director hospitalar, Beeley lembra ainda que os civis desta cidade têm sido alvo de bandos extremistas, que crianças foram assassinadas quando brincavam nas ruas, nas escolas e mesmo quando procuravam refúgio no mosteiro da cidade. «Nenhum local é seguro», alerta.

Sanções e terrorismo atingem o hospital

Durante cerca de dez minutos, Issam Hawsheh fala – em árabe, com legendas em inglês – sobre o impacto das sanções impostas à Síria no sector da Saúde e, em particular, na unidade hospitalar que dirige.

Num hospital com capacidade para 200 camas, só 120 estão disponíveis – devido às sanções. Algum equipamento hospitalar – incluindo máquinas de diálise, máquinas de suporte de vida na unidade de emergências – também deixou de deixou de funcionar, devido às sanções, uma vez que foi importado da Europa, as peças são europeias e a manutenção era feita por empresas europeias.

Issam Hawsheh destacou também as grandes perdas ao nível do pessoal médico, que se devem aos ataques terroristas lançados sobre o hospital diariamente. Além disso, alguns funcionários, que tinham as suas casas ou as das suas famílias em áreas controladas pelos terroristas, sofreram diversos tipos de ameaças e coacções, para que não continuassem a trabalhar para o Estado sírio.

Cidadãos em Idlib são cidadãos sírios

Ao ser questionado sobre a «propaganda dos órgãos de comunicação ocidental», que diz que o governo sírio bombardeia hospitais em Idlib, Hawsheh sublinhou que «os cidadãos em Idlib são cidadãos sírios que estão a ser mantidos como reféns por grupos armados».

«Se pudessem escolher, nenhum deles ficaria mais um minuto em áreas controladas pelos terroristas», acrescentou, frisando que «é impossível que o governo bombardeasse infra-estruturas depois de trabalhar 40 anos na sua construção, incluindo hospitais e escolas».

Apoio ao terrorismo

Questionado sobre o modo como a imprensa ocidental se referiu aos terroristas que assassinaram crianças ali, recentemente, o director hospitalar afirmou que, «se uma pedra a abrigar um terrorista fosse atingida, o mundo ficaria escandalizado».


Outro critério parecem ter sobre «as crianças que são privadas de educação todos os dias, de cuidados de saúde, que não podem ir para os parques por causa dos mísseis fabricados na Europa – na França, nos EUA, na Turquia e noutros países que reivindicam os princípios humanitários e valores democráticos», denunciou.

Sobre os Capacetes Brancos, afirmou que se trata de uma «organização falsa» criada pelos serviços secretos britânicos, «actores que aderiram à ideologia terrorista, que influenciam os media ocidentais, enganam as pessoas no Ocidente, fazendo aumentar a pressão sobre o governo sírio».

«Não são uma organização humanitária, uma organização que significa "cuidados médicos" e humanidade, de forma alguma», sublinhou.

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Por seu lado, o coordenador das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, sublinhou que as sanções afectam directa ou indirectamente muitas operações de ajuda do organismo internacional.

A ONU defende que as medidas de pressão aprovadas pelo Conselho de Segurança são «mais selectivas», sendo concebidas para «limitar consequências não desejadas». Actualmente, estão vigentes 14 tipos de sanções com o apoio do Conselho.

Apesar dos apelos da ONU e de países-membros no sentido de se pôr fim às medidas coercivas unilaterais, sobretudo desde o início da pandemia de Covid-19, os EUA têm mantido a sua política de acosso e coerção contra estados soberanos como Cuba e Venezuela.

60 anos de bloqueio a Cuba

Recentemente, informa a Prensa Latina, o representante permanente de Cuba junto das Nações Unidas, Pedro Luis Pedroso, refutou o bloqueio ilegal que os EUA impõem à Ilha, a 60 anos da oficialização – 3 de Fevereiro de 1962.

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O bloqueio imposto a Cuba é «criminoso, ilegal e ilegítimo»

Realiza-se esta segunda-feira, às 18h, junto à Embaixada de Cuba em Portugal, um acto público de solidariedade com o país caribenho e o seu povo, para reafirmar a exigência do fim do bloqueio.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA a Cuba Créditos / Celag

Sob o lema «Fim ao bloqueio dos EUA! Cuba vencerá!», a iniciativa tem lugar na Rua Pero da Covilhã, em Lisboa, e visa também reclamar às autoridades portuguesas «uma acção determinada» em prol da soberania e do direito do povo cubano ao desenvolvimento.

Deste modo, as organizações promotoras e todos aqueles que se associarem ao evento irão demonstrar mais uma vez que «Cuba e o seu povo não estão sós» – destaca o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) na nota de divulgação do acto solidário.

«O bloqueio económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América é criminoso, ilegal e ilegítimo», sublinha o texto, lembrando que o cerco, imposto há mais de 60 anos e por diversas vezes agravado, «procura atingir directamente as condições de vida do povo cubano e direitos tão fundamentais como a saúde, a alimentação ou o desenvolvimento».

Só entre Abril e Dezembro do ano passado – precisa a nota publicada na página de Facebook do CPPC –, o bloqueio provocou prejuízos superiores a 3,5 mil milhões de dólares à economia cubana, tendo ainda, no contexto da pandemia, dificultado o acesso do povo cubano a medicamentos e equipamentos médicos.

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Vice-presidente da AR condena bloqueio a Cuba

António Filipe, um dos vice-presidentes da Assembleia da República, condenou o bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba, que tem sido intensificado apesar da Covid-19.

António Filipe, deputado do PCP e um dos vice-presidentes da AR 
Créditos / Prensa Latina

Numa entrevista concedida ao jornalista Frank González, da Prensa Latina, António Filipe disse que, num momento em que «todos deviam estar unidos no combate à pandemia», Washington intensificou as medidas coercivas unilaterais contra a Ilha e «prejudicou muito gravemente o esforço comum que é preciso realizar sobre este assunto».

O jurista e professor universitário de 58 anos, deputado eleito pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1989, enalteceu a ajuda internacional prestada pelo país caribenho durante a emergência sanitária, algo que, disse, não só mostrou ao mundo a medicina cubana, mas também o trabalho solidário de Cuba para com muitos países.

«Ao nível dos profissionais da saúde, vimos que há situações de calamidade em países que necessitam de apoio médico e Cuba está na primeira linha, não apenas em países subdesenvolvidos, mas também em países europeus, como é o caso de Itália», referiu.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo», disse António Filipe ao referir-se ao recrudescimento do acosso ao país antilhano por parte dos últimos governos norte-americanos.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo»

Na conversa que manteve com a agência cubana na Assembleia da República, o deputado, que preside ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cuba, afirmou que a agressividade do imperialismo com todos os países não alinhados com o seu domínio é imensa, e reclamou da União Europeia (UE) uma maior desvinculação relativamente à política dos Estados Unidos.

Recordou que os países-membros da UE votam contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas e que empresas europeias mantêm relações económicas e comerciais com Cuba.

No entanto, insistiu, a UE deve ter uma maior autonomia política relativamente aos interesses norte-americanos na América Latina, o que favoreceria «um melhor desenvolvimento das relações de amizade e cooperação» com essa região.

No que respeita aos laços entre Portugal e Cuba, disse que o país europeu manteve uma política de abertura e cooperação em relação à Ilha, à margem de divergências políticas, e destacou como «um passo importante» a visita realizada a Havana pelo Presidente da República em 2017.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal»

Sublinhou, além disso, o bom estado das relações entre os parlamentos dos dois países, o que reflecte a relação de amizade existente entre os diferentes partidos políticos portugueses e Cuba, não apenas do PCP, apesar da diversidade de opiniões sobre o país caribenho e a sua vida política.

António Filipe enviou «um forte abraço de solidariedade e amizade para Cuba», que, no meio de «um cruel bloqueio», continua a ser uma grande referência para os progressistas de todo o planeta, que aspiram a um mundo mais justo e fraterno.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal, onde tem amigos que farão todo o possível para continuar a lutar contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos», frisou.

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O bloqueio, denunciam as organizações promotoras, é um instrumento que os EUA utilizam na sua política de imposição de uma "mudança de regime" em Cuba».

Essa política, «ilegal à luz do direito internacional», passa igualmente pela sistemática ingerência e campanha de desinformação, por tentativas de desestabilização, de impedir a acção das brigadas médicas internacionais cubanas ou de limitar a solidariedade internacional a Cuba, explica a nota.

«O bloqueio é uma forma particularmente cruel de agressão a que urge pôr cobro», defendem os promotores da iniciativa solidária que amanhã se realiza em Lisboa.

Nesse sentido, lembram que essa «justa exigência» tem vindo a ser afirmada há três décadas pela grande maioria dos países em sucessivas votações na Assembleia Geral das Nações Unidas. Na mais recente, este ano, 184 países votaram a favor do levantamento do bloqueio, EUA e Israel votaram contra e apenas três países se abstiveram.

«Cuba, sempre solidária, necessita da nossa solidariedade», afirmam os promotores, que, por isso, clamam: «Não faltaremos!»

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Na sua conta de Twitter, o embaixador partilhou um link para um conjunto de documentos desclassificados do Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos, que registam as origens, a justificação e a evolução inicial das sanções punitivas de Washington contra Cuba após o triunfo da Revolução.

Os arquivos mostram que, no início, a pressão económica visava criar «dificuldades» e «desencanto» entre a população cubana, criar dificuldades económicas, provocar fome, desespero e levar ao derrube do governo.

No entanto, um estudo da Agência Central de Inteligência (CIA) sobre o bloqueio, escrito 20 anos depois da sua imposição, concluiu que as sanções «não tinham cumprido nenhum dos seus objectivos».

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Para García Lazo, «depois de conseguir o objectivo de que as armas entrassem em cena, Washington procura não perder tempo na consolidação do cerco económico a Moscovo» e, nesse sentido, começou a mover-se na América Latina, região onde a sua influência decresce e a presença da China e da Rússia são cada mais sensíveis.

Por isso, entende que a visita de uma delegação de alto nível a Caracas visa avaliar até que ponto os interesses norte-americanos e da Venezuela se cruzam no actual contexto – descartando Guaidó e reconhecendo a legitimidade do governo legítimo.

Eleições e pressões internas nos EUA

Tanto o artigo de García Lazo como algumas notícias da imprensa referem o «prosaísmo» das movimentações de Washington. A produção petrolífera nos Estados Unidos não chega para a procura interna e a proibição da importação de petróleo da Rússia, associada à vaga de sanções, tem impacto nos preços da gasolina e de outros bens.

Ainda antes de o preço da gasolina atingir os 4,17 dólares por galão (3,7 litros), a administração de Biden não hesitou em abordar outros quadrantes, inclusive inimigos multi-sancionados como a Venezuela e o Irão, para assegurar a «segurança energética».

Para Novembro, estão previstas eleições legislativas e, de acordo com a imprensa norte-americana, os republicanos, que fizeram pressão no sentido de vetar a compra de petróleo à Rússia, culpam agora Biden pela subida dos preços, procurando tirar dividendos eleitorais.

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EUA anunciam a venda de um milhão de barris de petróleo roubados à Venezuela

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou esta quinta-feira que Washington vendeu mais de um milhão de barris de petróleo refinado, retirado de quatro navios em alto mar que se dirigiam para a Venezuela.

O petroleiro Luna, apreendido pelos EUA ao Irão em Agosto de 2020
Créditos / RT

Ao ser confrontado com uma ordem decretada por um tribunal do Distrito de Colúmbia, «o proprietário dos navios transferiu o petróleo para o governo e agora podemos anunciar que os Estados Unidos venderam e entregaram esse petróleo», disse o subsecretário da Justiça, John Demers, em comunicado de imprensa.

Com o pretexto de que o dinheiro da venda do petróleo do Irão a Caracas se destinava aos Guardiães da Revolução Islâmica – considerada uma «organização terrorista» pelos EUA –, a administração de Donald Trump congratulou-se com a apreensão dos fundos e afirma estar a «expandir a sua caixa de ferramentas para combater o mau comportamento do Irão».


A Venezuela tem enfrentado problemas de abastecimento de gasolina, em virtude das medidas coercivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos, que afectam a sua indústria petrolífera. Neste contexto, o governo de Nicolás Maduro chegou a um acordo com o Irão com vista à compra de combustível – apesar das sanções a que ambos os países estão sujeitos e das ameaças reiteradas, por parte dos EUA, de deter o avanço dos barcos iranianos com destino ao país sul-americano.

A 23 de Maio deste ano, chegou a águas territoriais venezuelanas o primeiro dos petroleiros provenientes do Irão. «É tempo de solidariedade», disse então o ministro da Defesa, Vladimir Padrino.

Quase três meses mais tarde, a 14 de Agosto, o Departamento de Justiça norte-americano informou que Washington tinha conseguido «a maior apreensão de carregamentos de combustível do Irão», 1116 milhões de barris de petróleo no total, que a Venezuela já tinha pago.

«Golpe duro» e ataque à maior refinaria da Venezuela

Na quarta-feira passada, Nicolás Maduro referiu-se à acção norte-americana como um «golpe duro» para o seu país. Os «EUA empenharam-se em perseguir a gasolina que estávamos a importar. Inclusive roubaram-nos três milhões de barris [de petróleo] em Agosto», disse o chefe de Estado, citado pela RT.

De acordo com as estimativas do governo venezuelano, o país caribenho tem reservas de gasolina para 20 dias, eventualmente 30, uma vez que está a produzir 30% acima daquilo que consome e também graças à importação de crude de diversas regiões.

Esta terça-feira, as instalações da principal refinaria do país, Amuay (localizadas no estado de Falcón), foram atacadas por um míssil, que, segundo as investigações do governo, foi «lançado por um drone ou a partir de uma embarcação». A refinaria encontrava-se em fase de «manutenção preventiva», estando previsto o arranque da sua operação para os próximos dias, de modo a reforçar a produção de gasolina na Venezuela.

O ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, afirmou tratar-se de uma «acto terrorista deliberado, devidamente planeado», que visou «provocar danos em objectivos estratégicos». Por seu lado, Nicolás Maduro acusou o governo colombiano e os serviços secretos norte-americanos de estarem por trás do ataque.

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O presidente norte-americano tenta passar as culpas do aumento dos preços para Putin, procurando obviar as responsabilidades fundamentais do seu país e da NATO no actual cenário mundial – não apenas na Europa de Leste.

A Rússia e a «ameaça russa» vão sendo as «culpadas» da inflação, do que se passa nos bolsos do povo norte-americano, para tentar evitar um descalabro nas eleições.

Prosaicamente, negoceia-se com Nicolás Maduro a segurança energética e põe-se de lado o golpismo anunciado aos microfones.

Maduro sabe que muito se joga no actual contexto mundial, e tem alertado para os riscos da guerra e da instabilidade crescente, que «asfixia países e regiões». Além disso, por experiência bem vincada, o povo venezuelano sabe que no imperialismo não se confia nada.

Ainda assim, e sem que se vislumbre qualquer ruptura com os seus aliados, a Venezuela já se dispôs a vender petróleo aos EUA – algo de que o país sul-americano muito necessita – e tem tudo a ganhar nas negociações futuras, para recuperar dos danos da estratégia golpista concebida por Washington e melhorar a qualidade de vida do seu povo.

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Corina Machado foi inabilatada para o exercício de cargos públicos por 15 anos, com base em irregularidades alegadamente cometidas quando era deputada, refere a agência AFP.

Corina Machado pertence ao Vente Venezuela e é considerada, mesmo entre os meios da oposição, um membro da «ala radical». Recorde-se que, em 2019, defendeu abertamente a política de máxima pressão contra a Venezuela proposta por Donald Trump, os falcões de Washington e gusanos de Miami.

Em Junho de 2020, Corina Machado defendeu inclusive a legitimidade da «obrigação de intervir e o Direito a Proteger (R2P)», ou seja, a intervenção militar norte-americana no seu país e o fim da «usurpação» – forma como os da direita caprilesca e afins se referiam ao governo legítimo da Venezuela – pela força, lembra o portal Misión Verdad.

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O governo venezuelano afirmou que se trata de uma «acção criminosa» e um «novo acto de agressão neocolonial», e reservou-se o direito a tomar as medidas de carácter político e diplomático que considerar necessárias.

Por seu lado, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou na sua conta de Twitter (X) que «o mais repugnante do complexo ilegal de sanções imperialistas são os seus dois pesos e medidas, e a selectividade geopolítica».

«A União Europeia foi exposta. As sanções ilícitas são contra os seus adversários políticos, contra aqueles que defenderam a democracia, os direitos humanos e a paz na Venezuela», declarou.

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