Dezenas de documentos confidenciais obtidos pelo meio de comunicação revelaram que a empresa francesa Thales entregou recentemente a Israel componentes electrónicos que foram usados para construir os drones armados Hermes 900.
França detém uma participação de 26% na empresa, afirma a reportagem de investigação, de acordo com a qual «a empresa francesa entregou a Israel equipamento de comunicação durante 2024», apesar das repetidas afirmações por parte do ministro francês da Defesa de que «as exportações de armas [para Israel] estavam limitadas a equipamento militar defensivo, usado na Cúpula de Ferro [Iron Dome] para confrontar os rockets da resistência palestiniana».
O Disclose citou o chefe do Esquadrão 166 de Israel, que pilota drones de assalto Hermes 900, a admitir ter atacado um hospital em Khan Younis em Fevereiro, depois da entrega, por parte de França, do equipamento de reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos.
«Pelo menos oito desses transponders deveriam voar para Israel entre Dezembro de 2023 e o final de Maio de 2024», afirma o meio. «Isso é vários meses depois dos primeiros bombardeamentos aéreos. Dois transponders foram entregues em 2024… Os outros seis terão sido parados na alfândega francesa», acrescenta.
De acordo com o Disclose, a Direcção-Geral de Relações Internacionais do Ministério das Forças Armadas francesas afirmou que os oito transponders TSC 4000 IFF não podiam ser «vendidos, doados, alugados ou transformados sem o acordo prévio do governo francês».
O meio de comunicação francês sem fins lucrativos afirma que a licença de exportação para este equipamento de guerra foi «aprovada pelas altas esferas do poder» no país europeu.
Desde 7 de Outubro, as forças de ocupação israelitas atacaram de forma incessante a Faixa de Gaza cercada há 17 anos, provocando a morte a pelo menos 37 396 pessoas e ferindo 85 523.
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