À chuva, mais de 6000 trabalhadores sindicalizados do gigante electrónico sul-coreano ergueram os punhos e gritaram palavras de ordem junto a uma fábrica nos arredores da capital, no contexto da que é considerada a maior acção de luta na empresa em 55 anos, refere o portal bloomberg.com.
A manifestação foi promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Samsung Electronics (NSEU, na sigla em inglês), a maior estrutura sindical no maior fabricante de chips a nível mundial, à entrada de uma das instalações industriais da empresa na cidade de Hwaseong, a menos de 50 quilómetros de Seul.
Com faixas vermelhas na cabeça onde se podia ler «greve total», os trabalhadores incentivaram os seus colegas à luta, depois de as negociações relativas a aumentos salariais e férias terem falhado em Junho – mês em que teve lugar um primeiro dia de paralisação.
Son Woo-mok, presidente do NSEU, disse à imprensa que os trabalhadores participaram no protesto com a determinação de que é «agora ou nunca», tendo acrescentado que vão continuar a lutar até que a empresa mude de atitude.
Denunciando falta de pessoal e exigindo negociações, melhores salários e condições laborais, 60 mil trabalhadores aderiram à greve nacional de dois dias, a maior no sector da Saúde desde 2004. Numa nota de imprensa, representantes do Sindicato Coreano dos Trabalhadores Médicos e da Saúde (KHMU, na sigla em inglês) sublinharam o facto de, com a greve nacional realizada nos passados dias 13 e 14, terem conseguido levar o governo sul-coreano para a mesa das negociações. A organização sindical acusa o governo do presidente Yoon Seok-yeol de ignorar as suas preocupações e de não ter cumprido as promessas de reduzir o número de pacientes por enfermeiro, de expandir os serviços e as infra-estruturas de saúde, bem como de melhorar as condições laborais no sector. No segundo dia da greve, o KHMU anunciou que terminava a paralisação nacional, que se podia prolongar por tempo indeterminado. Tal ficou-se a dever, em grande medida, ao «diálogo sincero mantido com o governo», refere uma nota emitida esta terça-feira. No decorrer da greve, a presidente do KHMU, Na Soon-ja, encontrou-se com o vice-ministro da Saúde e Bem-Estar, Park Min-soo, tendo recebido garantias de que «as futuras negociações seriam realizadas de boa-fé». Deste modo e também para melhor salvaguardar os interesses dos pacientes, o sindicato revelou que se vai centrar nas negociações nos locais de trabalho, sublinhando que, no caso de não serem respeitadas as exigências dos trabalhadores, promoverá greves nesses locais. Preocupados com a falta de pessoal e exigindo melhores condições de trabalho, enfermeiros, cuidadores e outros funcionários sul-coreanos de 145 unidades de saúde fazem greve pelo menos dois dias. De acordo com a imprensa asiática, a paralisação deve envolver entre 45 mil e 65 mil dos 85 mil trabalhadores filiados no Sindicato Coreano dos Trabalhadores Médicos e da Saúde (KHMU, na sigla em inglês). Recentemente, o sindicato tinha anunciado que a greve, hoje iniciada, iria avante se o governo não respondesse de forma afirmativa às exigências dos trabalhadores e continuasse a ignorar as suas preocupações. O KHMU acusa o governo do presidente Yoon Seok-yeol de não ter cumprido as promessas de reduzir o número de pacientes por enfermeiro, de expandir os serviços e as infra-estruturas de saúde, e de melhorar as condições laborais dos trabalhadores do sector. Numa nota de imprensa recente, a organização sindical sublinhou que a paralisação visa defender as vidas e a saúde dos trabalhadores, bem como trazer à tona os problemas que afectam o sistema de saúde, com particular ênfase na falta de pessoal. Segundo refere o portal de The Straits Times, a greve hoje iniciada no sector da Saúde sul-coreano, convocada pelo KHMU, é a primeira em 19 anos, depois de, em 2004, trabalhadores filiados no sindicato terem protestado em defesa da semana laboral de cinco dias. A paralisação, que tem efeito hoje e amanhã, mas se pode prolongar por tempo indeterminado caso «o governo não altere a sua atitude irresponsável», goza de amplo apoio no sector, tendo em conta que, na votação realizada pela organização sindical, participaram 83% dos trabalhadores filiados e 92% votaram a favor da greve. Os trabalhadores do sector da Saúde juntam forças, hoje e amanhã, à Confederação Sul-coreana de Sindicatos (KCTU, na sigla em inglês), central sindical que tem estado a promover uma greve, a nível nacional, desde 3 de Julho, que termina este sábado. Durante a greve, a KTCU pediu a demissão do presidente Yoon Seok-yeol, afirmando que as políticas do seu governo conservador «normalizaram as más condições de trabalho e de vida da maioria da população». «O presidente está a usar a autoridade que lhe foi outorgada pelo povo para oprimir os trabalhadores e destruir os rendimentos, a democracia e a paz», afirmou um dirigente da KCTU, citado pelo Peoples Dispatch. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A greve nacional de dois dias foi a maior alguma vez organizada pelo KHMU, tendo contado com uma adesão de 60 mil trabalhadores da Saúde em 140 locais de trabalho. O sindicato refere-se à paralisação como um êxito também pelo facto de 20 mil membros se terem manifestado enfrentando a chuva, mostra de «união», «empenho», «determinação» na defesa dos seus direitos. O KHMU refere-se igualmente à elevação da consciência do público sobre os problemas dos trabalhadores do sector. Na nota, afirma que «o sentimento público se tornou mais forte ao criticar o governo por não cumprir as suas promessas e parecer passivo ao enfrentar os desafios». De acordo com o sindicato, «está a emergir um consenso» sobre o modo como «o governo sul-coreano se deve empenhar no diálogo e apresentar soluções pragmáticas os problemas». Mostrando-se determinado a defender os direitos dos trabalhadores no sector da Saúde, o KHMU lembrou as exigências que motivaram a greve, que incluem o reforço de pessoal de enfermagem, o aumento do número de médicos, aumentos salariais para os que estiveram na linha da frente durante o surto epidémico de Covid-19 e a criação de infra-estruturas públicas para a prestação de cuidados de saúde primários. Enquanto adere a um «diálogo e negociações francas», o KHMU informa que «continuará a lutar e a pressionar o governo para que apresente soluções práticas e com visão de futuro». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Com a greve, trabalhadores sul-coreanos da Saúde alcançam avanços
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Mais de 50 mil trabalhadores da Saúde em greve na Coreia do Sul
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Elevação da consciência pública para os problemas do sector
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O dirigente sindical disse ainda que pretendem enviar uma mensagem à empresa «interrompendo a produção».
Desde o início do ano, sindicatos e patronato realizaram várias rondas de negociação, mas sem chegar a acordo sobre aumentos salariais, férias e prémios. Em Março, os trabalhadores rejeitaram uma proposta de aumento salarial de 5,1%, refere a AFP.
O NSEU, com mais de 30 mil trabalhadores filiados, apelou à mobilização e à participação na greve, cuja força a Samsung tentou esbater ao anunciar, na quinta-feira passada, prémios relacionados com o desempenho do primeiro semestre para a equipa de semicondutores.
Outro aspecto crucial nesta luta relaciona-se com os prémios ligados aos lucros da Samsung, que os trabalhadores das unidades de chips não receberam em 2023 e que, segundo revela a bloomberg.com, temem não receber este ano novamente, mesmo que a sua unidade volte aos lucros.
Na empresa, os prémios representam uma parte significativa da remuneração que os trabalhadores auferem, pelo que perdê-los pode implicar uma redução substancial nos rendimentos. O sindicato exige à empresa maior transparência na atribuição desses prémios.
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