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«Espírito de intercâmbio e cooperação» marcou visita de Lula à Bolívia

Luis Arce recebeu em Santa Cruz o presidente brasileiro e a comitiva ministerial que o acompanhou. Foram assinados acordos em diversas áreas e Lula disse que as relações bilaterais entraram numa «nova era».

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na reunião bilateral com o Presidente da Bolívia, Luis Arce, em Santa Cruz (Bolívia), a 9 de Julho de 2024 CréditosRicardo Stuckert / PR

Depois de, na véspera, ambos os presidentes terem estado presentes na Cimeira do Mercosul, no Paraguai, que marcou a entrada da Bolívia no Mercado Comum do Sul, esta terça-feira, Luís Inácio Lula da Silva e Luis Arce encontraram-se na cidade boliviana de Santa Cruz, tendo participado no encerramento do Foro Empresarial Bolívia-Brasil.

Além disso, o presidente visitante e o anfitrião foram testemunhas da assinatura de um extenso pacote de acordos trabalhados por equipas técnicas bilaterais, que aprofundam a integração entre ambos os países.

Entre outros, foram assinados acordos relativos ao aumento do fornecimento de gás ao Brasil e à produção de fertilizantes, bem como convénios na área da segurança, que implicam o reforço do combate ao tráfico de pessoas e de drogas, e o combate a crimes na fronteira.

Também foi abordado ou garantido o acesso à saúde pública em ambos os países dos cidadãos bolivianos e brasileiros; a segurança jurídica aos brasileiros na Bolívia e o avanço no trabalho com vista à regularização da situação dos bolivianos emigrados no Brasil.

Encontro bilateral alargado // Ricardo Stuckert / PR

Um dos elementos mais destacados no âmbito deste encontro foi a integração física entre ambos os países, no sentido de tornar a Bolívia o caminho mais curto do Brasil para o Oceano Pacífico e o Brasil o caminho mais curto da Bolívia para o Atlântico, nomeadamente por via do projecto ferroviário de integração Atlântico-Pacífico que o governo de Arce dinamiza.

«Espírito de intercâmbio e cooperação»

Na declaração à imprensa, ao lado do seu homólogo boliviano, o presidente do Brasil defendeu que os países da América do Sul não podem tolerar «devaneios autoritários e golpismo» e pediu a união de forças democráticas contra os retrocessos.

«As instituições bolivianas mostraram seu valor depois de uma grave ameaça. Assim como no Brasil, a democracia prevaleceu», disse Lula, em alusão às tentativas golpistas no Brasil, a 8 de Janeiro de 2023, e na Bolívia, a 26 de Junho último. «Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismo. Temos a responsabilidade de defender a democracia contra retrocessos», disse, citado pelo Brasil de Fato.

Sobre as relações bilaterais, Lula da Silva frisou que estão marcadas pelo «espírito de intercâmbio e cooperação», e insistiu no aprofundamento das dimensões física e energética.

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Bolívia envia ajuda humanitária para o Brasil

De acordo com o anúncio feito pelo governo boliviano, um carregamento com ajuda humanitária deverá sair esta terça-feira do aeroporto de Viru Viru, com destino a atingidos pelas cheias no Sul do Brasil.

As cheias no estado do Rio Grande do Sul provocaram pelo menos 157 mortos CréditosBrasil de Fato / Nelson Almeida

O ministro boliviano da Defesa, Edmundo Novillo, confirmou a aprovação de um Decreto Supremo por parte do governo para enviar ajuda humanitária a pessoas afectadas pelas intensas chuvas e cheias no Sul do Brasil.

«Foi aprovado um decreto que nos permite, sobretudo no quadro da complementaridade, no quadro da reciprocidade e da solidariedade, enviar ajuda humanitária ao país irmão», declarou o ministro na semana passada.

A decisão foi tomada depois de se ter ficado a saber que, devido às intensas chuvas e inundações, centenas de pessoas perderam a vida ou desapareceram, muitas casas ficaram debaixo de água e se registaram fortes perdas na agricultura.

Novillo explicou que o envio da ajuda está relacionado com o modo solidário como o Brasil actuou quando a Bolívia enfrentou circunstâncias semelhantes, no início deste ano, e referiu que, sendo um país pequeno, a Bolívia «tem um coração grande e é solidária».

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Banco do BRICS destina mais de mil milhões de euros ao Rio Grande do Sul

Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do BRICS, anunciou uma ajuda financeira «significativa» ao estado brasileiro, afectado por desastres naturais.

As cheias no Rio Grande do Sul provocaram pelo menos 150 mortos, havendo ainda mais de cem pessoas desaparecidas; na imagem, São Leopoldo Créditos / Brasil de Fato

Dilma Rousseff revelou, esta terça-feira, que o NBD irá destinar mais de mil milhões de euros (cerca de 5,7 mil milhões de reais) à reconstrução do estado do Rio Grande do Sul, como resposta aos danos causados por temporais e inundações.

A ex-presidente brasileira classificou a situação no estado gaúcho como uma «verdadeira calamidade pública» e destacou a importância do apoio «neste momento difícil», que será destinado a diversas áreas vitais, indica o portal da TV Brics.

A verba será repartida por projectos de infra-estruturas, protecção ambiental, agricultura e mobilidade urbana; uma parte significativa da ajuda será dirigida à prevenção de desastres, bem como a pequenas e médias empresas, e obras de saneamento básico em municípios atingidos pelas cheias, desde o final de Abril.

Segundo refere o Brasil de Fato, a presidente do NBD conversou com o presidente brasileiro, Lula da Silva, e com o governador do Rio Grande do Sul para acertar os detalhes da entrega do montante anunciado.

«Quero reiterar minha solidariedade aos gaúchos e aos governos federal e estadual. O Banco dos BRICS tem um compromisso e vai atuar na reconstrução e na recuperação da infraestrutura do estado. Queremos ajudar as pessoas a reconstruir suas vidas», disse Rousseff num vídeo divulgado na sua conta de Twitter (X).

Na sede do NBD, em Xangai (China), Dilma Rousseff anunciou que a instituição multilateral vai destinar recursos sem burocracias ao Rio Grande do Sul por acção directa e em parceria com outras instituições financeiras brasileiras, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

«Tenho certeza que pela força do povo gaúcho, a solidariedade do povo brasileiro e da comunidade internacional essa crise será superada. E devemos tomar todas as medidas para que ela não mais se repita. Um forte abraço. E fiquem firmes e amparados pela esperança e a solidariedade. Estamos juntos», afirmou Dilma Rousseff no final de uma declaração em que detalhou as parcerias e o destino das verbas.

O Novo Banco de Desenvolvimento foi fundado em 2015 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Actualmente, conta também com a participação de Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egipto.

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A ajuda foi recolhida pelos trabalhadores dos vários ministérios que integram o executivo, com o da Presidência à cabeça, disse o ministro, que deu conta do envio de dez toneladas de leite em pó, outras dez de arroz, 2,5 toneladas de feijão, 1500 tendas e 2000 mantas.

A recolha de doações continuava a funcionar até hoje, dia em que o material parte do aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz, para o Brasil.

Entretanto, revela a Agencia Boliviana de Información (ABI), o presidente da Bolívia, Luis Arce, comunicou ao seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, a sua solidariedade, tendo este agradecido o «gesto».

No final de Abril, o estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, junto ao Uruguai e à Argentina, foi atingido por chuvas fortes e cheias.

De acordo com os dados ontem divulgados, 93% dos municípios do estado gaúcho foram afectados, 157 pessoas perderam a vida e 88 continuam desaparecidas.

Dos cerca de 2,3 milhões de pessoas atingidas, mais de 580 mil continuam desajoladas, 76 mil das quais a residir em abrigos temporários.

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A este respeito, lembrou elementos como a construção da ponte binacional sobre o Rio Mamoré, a melhoria da navegabilidade no canal Tamengo e no Rio Paraguai, ou o desejo de aumentar o comércio com o país vizinho, seu principal fornecedor de gás natural, refere o Portal Vermelho.

Lula da Silva fez questão de destacar o papel internacional da Bolívia ao deter minerais críticos, como o lítio, mas lembrando que em solo brasileiro também se encontram importantes reservas de nióbio, cobalto, bem como o terceiro maior depósito de manganês do planeta.

«Temos que nos inserir de forma soberana nas cadeias de valor para evitar que o histórico de espoliação de recursos continue se repetindo», afirmou o chefe de Estado brasileiro, que se mostrou interessado na união dos países sul-americanos com vista à negociação justa de recursos naturais que hoje são estratégicos para o mundo.

Lula disse ainda encarar de forma positiva a integração da Bolívia (e de outros países) no grupo BRICS, depois de Luis Arce lhe ter pedido ajuda no processo de inclusão.

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