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FNAM denuncia algoritmo do Ministério da Saúde que discrimina utentes no SNS

Dia 23 e 24 de Julho, para além das condições laborais, os médicos também estarão em greve contra a distriminação dos utentes.

Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) 
CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

O Índice de Complexidade do Utente (ICU) é a nova ferramenta desenvolvida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para aferir o nível de complexidade de cada utente na intenção de prever a carga de trabalho assistencial que ocorrerá no ano seguinte.

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Médicos avançam para a greve

A FNAM acusa o Ministério da Saúde de intransigência e «emitiu pré-avisos de greve para os dias 23 e 24 de Julho, com concentrações no dia 23, no Porto, Coimbra e Lisboa».

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Os pré-avisos de greve da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) estendem-se ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários até 31 de Agosto.

A FNAM, que afirma ter aceitado «todos os temas propostos» pelo Ministério da Saúde «no protocolo negocial – como a revisão do sistema de avaliação, da formação no âmbito do internato médico e das normas particulares de organização do trabalho médico», fala da recusa de Ana Paula Martins «em aceitar negociar soluções que sejam verdadeiramente capazes de atrair médicos para o SNS», nomeadamente a negociação das grelhas salariais, adiando-a para 2025.

Por outro lado, acusa a ministra de intransigência, ao não aceitar a discussão da revisão do período normal de trabalho semanal, com o objectivo da reposição das 35 horas e a reintegração do internato na carreira médica, medidas que, segundo a FNAM, «não teriam qualquer impacto orçamental negativo».

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No entanto, esta medição entra em conflito com os direitos fundamentais do cidadão e a igualdade de género, pois usa como variáveis do cálculo a idade, o género, a situação socioeconómica, os diagnósticos anteriores e a nacionalidade dos utentes.

Dessa forma, homens e mulheres são complexificados de formas diferentes e algumas nacionalidades e rendimentos mais baixos significam um aumento na carga de trabalho dos médicos de família, segundo refere a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) num comunicado à imprensa. «Eticamente reprovável», afirma.

O ICU aparece em substituição ao actual critério de ponderação das listas de utentes, no entanto o Ministério da Saúde, na tutela de Ana Paula Martins, tem-se recusado a discutir a sua implementação, o seu impacto na composição das listas dos médicos de família e no financiamento dos CSP. A FNAM afirma também que irá submeter o ICU a uma avaliação pela Comissão de Igualdade de Género.

Além de discriminatória, a ferramenta «desvaloriza totalmente a componente preventiva dos Cuidados de Saúde Primários (CSP)», base do SNS. A estrutura sindical relembra que esta «realidade inaceitável» é mais uma das razões que levarão os médicos até à greve geral nos dias 23 e 24 de Julho.

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