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Cobertura da Venezuela no Chile serve para evitar questões internas prementes

Lautaro Carmona, do Partido Comunista do Chile, denunciou que a cobertura mediática local sobre a Venezuela procura desviar o foco de temas urgentes no país austral, como pensões ou sistema tributário.

Partido Comunista do Chile (imagem de arquivo) Créditos / PL

Desde a celebração das eleições presidenciais na Venezuela, a 28 de julho, a imprensa chilena, sobretudo a que é controlada pelos grandes grupos, tem-se centrado na questão dos resultados e nos ataques à revolução bolivariana.

Dessa forma, desapareceu do debate nacional a reforma do sistema de pensões, actualmente nas mãos de empresas privadas, que lucram com as contribuições dos assalariados e pagam pensões de miséria.

Para Lautaro Carmona, presidente do Partido Comunista do Chile (PCC), não é surpreendente a campanha em curso para desacreditar «o processo bolivariano, que permite políticas públicas que beneficiam a maioria e particularmente os trabalhadores».

Em declarações publicadas esta terça-feira no jornal El Siglo, o dirigente comunista reafirmou o grande apreço pelo povo venezuelano, que participou nas eleições com «uma manifestação cívica de referência».

Acrescentou que o seu partido mantém «a expectativa saudável de que os resultados serão apoiados pela transparência das informações que emanam das actas de votação das eleições» venezuelanas.

Carmona referiu-se igualmente aos ataques contra o Partido Comunista do Chile por não se juntar às críticas, também do presidente chileno Gabriel Boric, ao governo liderado pelo presidente Nicolás Maduro.

«Ninguém nos vai forçar a viver processos para lá do ritmo que a informação permite», sublinhou.

Também rejeitou a alegada ruptura entre o PCC e o governo chileno, como alguns órgãos de informação têm veiculado. O que existe, frisou, é o exercício necessário da crítica.

«Temos um juízo crítico sobre as coisas», disse Carmona, o que «pode representar problemas para um processo», mas sem renunciar a algo que «até tem origem no PCC».

Também nas declarações ontem publicadas por El Siglo, Lautaro Carmona repudiou a campanha da direita chilena para que alguns ministros, militantes do PCC, sejam demitidos, em função da posição assumida pelo partido em relação à Venezuela.

Sobre a «carga furibunda da direita», que põe em causa o compromisso do PCC com a democracia, o dirigente comunista disse que o seu partido conta com um acervo histórico contra de golpes de Estado, de luta pela democracia e contra o fascismo.

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