É luta dos interesses privados desde 2015 a vingar, altura em que o ex-governo do PS, forçado pela correlação de forças na Assembleia da República, cortou o financiamento aos colégios e limitou os contratos de associação.
O Governo da AD, na salvaguarda das vontades do grande capital, associado à sua vontade de destruir as funções sociais do Estado e alicerçado na degradação da Escola Pública, irá aumentar o financiamento para a escolas privadas, passando-o de 80500 euros por turma e por ano escolar para 86176,25 euros.
Este reforço representa um aumento da em 7% e irá alargar o número de turmas abrangidas para 207. Isto surge numa altura em que a Escola Pública irá sofrer bastante com o número recorde de professores que se aposentarão e, como tal, com um grande número de alunos que ficarão sem docente a, pelo menos, uma disciplina.
Recorde-se que uma das principais críticas que a Fenprof tem apontado a este Governo é o facto deste não apresentar uma única medida estrutural para a contratação de novos docentes, algo que se resolveria com um aumento do financiamento à Escola Pública.
Se a injecção de dinheiro nos colégios privados já revela por si só as opções do Governo, importa relembrar as declarações de Rodrigo Queiroz e Melo, director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, que ao Jornal Económico, no dia 29 de Setembro do ano passado disse: «propomos uma actualização do valor de 80.080 euros no período entre 2010 e 2022, segundo o índice de preços no consumidor, no continente».
A vontade de Rodrigo Queiroz e Melo não foi totalmente cessada já que esse aumento situaria o valor da turma em 96719 euros, a partir de Janeiro de 2024, no entanto o Governo parece estar a trilhar esse caminho. Depois do financiamento ao negócio privado da doença, agora chega a vez do sector privado da educação ficar com uma fatia do tão propalado excedente orçamental.
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