O actual Governo encarou o sector da saúde um terreno para afiar as facas e colocar em prática uma das componentes do seu projecto ideológico e os seus profissionais são os alvos prioritários dos ataques. Médicos, enfermeiros e restantes trabalhadores do SNS não têm desarmado face aos ataques e a luta tem-se intensificado.
Neste sentido, os enfermeiros, após ronda negocial no presente mês, e com um Verão recheado de luta, consideram necessário o caudal aumentar, dado o desagrado evidente. A reunião com o Governo não trouxe alterações, e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) considerou a proposta de revisão da grelha salarial como «retoques de cosmética».
Depois de uma greve nacional de 2 de Agosto e as várias concentrações pelo país, com diversas denúncias públicas realizadas regionalmente, integradas no plano nacional, é momento para avançar com nova greve.
É certo que a luta já trouxe a resolução de alguns problemas já levantados, como é caso do problema das colegas que, por gozo do direito de parentalidade, não haviam transitado para a categoria de especialista e o pagamento das dívidas até 31 de janeiro de 2023, por parte das Administrações Regionais de Saúde.
A questão é que ainda há vários problemas para resolver. O SEP/CGTP-IN ainda exige uma justa valorização de todas as posições remuneratórias de todas as categorias da Carreira de Enfermagem; a compensação do risco e penosidade; a correção de todas as Injustiças Relativas e discriminações relacionadas com a Contagem de Pontos, desde logo o pagamento dos devidos retroativos desde 2018; ou a transição para a respectiva categoria de todos os enfermeiros detentores do título de Enfermeiro Especialista até 31 de maio de 2019.
Na medida em que o Governo e tutela continuam a ignorar estes problemas e a direccionar o financiamento que os resolveria para os grupos privados do negócio da doença, nos próximos dois dias, 24 e 25 de Setembro, os enfermeiros irão partir para a greve, conscientes que por vontade própria o executivo PSD/CDS-PP não irá satisfazer as reivindicações dos profissionais de saúde.
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