O Plano para Resposta Sazonal em Saúde, apresentado pelo Ministério da Saúde, repete medidas a curto prazo, evidenciando que «respostas mais estruturadas e planificadas continuam a não fazer parte das prioridades do Governo», lê-se numa nota do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN).
Dentre as medidas do plano que mais sucitaram críticas por parte do SEP estão os aumentos de carga horária: a possibilidade de atendimento para além das 20h e até às 24h; a existência de um serviço de atendimento de consulta em regime aberto em todos os concelhos que funcione aos fins-de-semana e feriados entre as 8h e às 20h; abertura de um centro de atendimento clínico no modelo que a Unidade de Saúde Local entender mais conveniente – podendo ser privado ou social. Todas as medidas exigem substancial aumento da contratação, não contemplada no planeamento.
«Apesar da carência reconhecida de profissionais, nomeadamente de enfermeiros, o Governo não consegue ir mais longe que a contratação a termo certo», acusa o SEP relativamente ao anúncio de que serão criadas vagas adicionais para os períodos da manhã e da tarde para atendimento de utentes com doença aguda nos cuidados de saúde primários apenas para o período de contingência.
A possibilidade de abertura de novos centros clínicos em modelo privado e social e a contratação temporária indicia que a tutela não está a dar respostas duradouras, sacrificando os profissionais «que continuam a ter que abdicar do seu tempo pessoal para responder à ausência de planificação em saúde», afirma a estrutura sindical. Um plano que, acrescenta, «traduz a clara opção do Governo em "comprar serviços" aos sectores privado e social, financiando-os com dinheiros públicos, ao invés de investir no SNS».
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