|Limpeza urbana

Falta de limpeza no concelho de Almada tem um culpado: o executivo Municipal do PS

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) criticou duramente a Câmara Municipal de Almada, responsabilizando-a pelo actual estado da limpeza urbana na cidade dada a obsessão pela «política privatizante» dos serviços.

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CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

Em comunicado, o sindicato afirma que o Executivo municipal «não pode sacudir a água do capote», atribuindo o problema à «política privatizante» da Câmara, que falhou em reforçar adequadamente os meios humanos e técnicos necessários para os serviços de limpeza.

O STAL salienta que a crescente indignação dos munícipes quanto à sujidade nas ruas de Almada não é resultado de uma falta de civismo, mas sim de decisões políticas que, desde 2018, têm enfraquecido os serviços municipais. O sindicato recorda o despedimento de 51 trabalhadores nesse ano, alertando que a redução de pessoal tem impactado negativamente na capacidade de recolha de resíduos sólidos e na limpeza das ruas.

Além disso, o sindicato destaca que, embora a Câmara tenha adquirido novas viaturas com tecnologia avançada, o número de veículos disponíveis para os circuitos diminuiu, sobrecarregando os recursos técnicos. O STAL ainda acusa o Executivo de não ser transparente ao alegar que concursos para a contratação de serviços de limpeza ficaram vazios, quando na verdade essas vagas foram destinadas à contratação de empresas privadas, e não para a reposição de trabalhadores municipais.

A organização sindical reitera que a limpeza urbana é uma tarefa complexa, que inclui a varredura das ruas, recolha mecânica de lixo e a manutenção dos equipamentos, como a reparação de contentores. No entanto, segundo o STAL, o aumento do número de trabalhadores no sector não tem sido canalizado para essas funções essenciais, frustrando as necessidades dos munícipes.

O STAL também critica o Executivo por ignorar a sobrecarga colocada sobre os trabalhadores municipais, destacando que a Câmara nega direitos laborais como a progressão nas carreiras e o pagamento de subsídios de penosidade e insalubridade. A precarização das condições de trabalho estaria contribuindo para um elevado absentismo, acidentes de trabalho e esgotamento psicológico.

O sindicato acusa ainda a Câmara de promover uma lógica de privatização, evidenciada pela transferência de competências para as Juntas de Freguesia e pela aprovação de 3,4 milhões de euros para a contratação de serviços privados de recolha de resíduos. O STAL defende que tal medida transfere o problema sem resolvê-lo, e alerta que a falta de um serviço público autônomo deixará o município refém dos interesses privados.

O sindicato termina o comunicado reafirmando o compromisso de lutar contra a privatização dos serviços e pela valorização dos trabalhadores municipais, com vista à melhoria da qualidade dos serviços públicos em Almada.
 

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