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Às portas da Cimeira do G20, marcha exige o fim do genocídio na Faixa de Gaza

No sábado, os movimentos que integram o G20 Social mobilizaram-se no Rio de Janeiro contra o genocídio em Gaza, depois de, na véspera, já terem condenado Israel num Tribunal Popular.

Marcha dos Povos, no Rio, exigiu o fim do genocídio na Faixa de Gaza CréditosPriscila Ramos / Brasil de Fato

A Cimeira do Grupo dos Vinte (G20) começa hoje no Rio de Janeiro. Na antevéspera, mesmo debaixo de forte chuva, os movimentos populares que participaram no G20 Social fizeram uma grande marcha na orla marítima de Copacabana em protesto contra o genocídio do povo palestiniano na Faixa de Gaza.

Na Marcha dos Povos «Palestina Livre do Rio ao Mar: Fora Imperialismo!», os manifestantes também reclamaram que o presidente brasileiro, Lula da Silva, rompa relações com o Estado de Israel.

«Essa marcha é o encerramento de um processo amplo que a gente está fazendo aqui desde o dia 14, as várias organizações populares do Brasil e da América Latina, no sentido de denunciar os crimes cometidos pelas grandes potências imperialistas que estão no Rio e estarão se reunindo no G20», disse ao Brasil de Fato Cássia Bechara, do sector internacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

«Estarão reunidos aqui os maiores financiadores do genocídio da Palestina, financiadores econômicos mas também políticos», disse Bechara em alusão ao participantes na cimeira que decorre hoje e amanhã.

«Essa marcha que tem como foco o cessar-fogo, o fim do genocídio, por uma Palestina livre do rio ao mar é exatamente para a gente dar esse recado. A Palestina hoje simboliza a luta de todos os povos oprimidos do mundo, que foram colonizados durante toda a história do sistema colonial capitalista», frisou.

Não é guerra, é massacre, genocídio

Na véspera, o Tribunal Popular realizado por movimentos populares no G20 Social condenou o Estado de Israel pelo genocídio do povo palestiniano. «Lula, rompa relações com Israel, o nosso dinheiro, quando vendemos petróleo para Israel, vai para financiar o genocídio, esse petróleo vai para abastecer os aviões que jogam bombas em Gaza», declarou Bechara.

Na marcha, participou também a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), para pedir um cessar-fogo no Médio Oriente, em particular na Faixa de Gaza e no Líbano.

O Tribunal Popular celebrado no Rio de Janeiro, que julgou os crimes do capitalismo, condenou o Estado de Israel // Priscila Ramos / Brasil de Fato

«São dois espaços que estão vivendo não uma guerra, porque não é Estado contra Estado, é um Estado contra povo, contra o povo desarmado, massacre, genocídio, assassinatos, ausência de total possibilidade de acesso a alimentos, destruição de patrimônio, algo inaceitável. Então essa marcha tem o sentido de jogar uma voz para que a gente possa tentar interferir na própria cúpula [cimeira] dos chefes de Estado», declarou Feghali ao Brasil de Fato.

De acordo com a fonte, previa-se que uma carta de organizações populares palestinianas e libanesas fosse entregue ao ministro Márcio Macedo, secretário-geral da Presidência da República e responsável pela coordenação do G20 Social.

Levante Popular da Juventude denuncia o extermínio

O Levante Popular da Juventude mobilizou cerca de 3000 pessoas do acampamento organizado pelo movimento no Rio de Janeiro.

«Estamos aqui junto dos movimentos populares para denunciar o extermínio da juventude, que acontece em todo o mundo. Se na Palestina eles "genocidam" os jovens e as crianças, aqui no Brasil as mesmas armas nos matam nas periferias», disse ao Brasil de Fato Daiane Araújo, também vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

«"Levante pela vida da juventude" é o recado do Levante nesta marcha de hoje, mas não só. A marcha acontece no terceiro dia do nosso evento e queremos dar um recado para a juventude de todo o Brasil: a transformação da realidade só será possível com juventude organizada nas ruas, fazendo luta popular», frisou.

A Cimeira do G20 reúne na capital fluminense representantes das 20 maiores economias do mundo, tendo o Brasil como anfitrião. Os demais países participantes são África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, além da União Africana e da União Europeia.

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