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Três anos de desrespeito e estagnação salarial levam trabalhadores da EGEAC à greve

Nos últimos três anos, a administração da EGEAC, com a cumplicidade de Carlos Moedas, desrespeitou o Acordo de Empresa, desvalorizando o processo negocial que devia assumir com o STML em torno da negociação salarial anual. A estagnação salarial obriga os trabalhadores a parar. 

CréditosTiago Petinga / Lusa

Os trabalhadores da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) decidiram realizar amanhã, dia 26 de Novembro, uma greve geral de 24 horas no próximo dia 27 de novembro. A decisão, anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), é uma resposta directa às práticas da Administração da empresa municipal que, ao recusar-se a cumprir o Acordo de Empresa, tem imposto o empobrecimento.

De acordo com o comunicado do STML, a administração da EGEAC ignorou, nos últimos três anos, uma cláusula do tal Acordo de Empresa que prevê negociações salariais anuais com o sindicato. Essa postura é encarada como uma violação do direito à negociação e como um factor que agrava a perda do poder de compra dos trabalhadores. Os aumentos salariais oferecidos pela empresa tem procurado apenas «reproduzir as decisões do Governo em matéria salarial, com montantes sempre abaixo da taxa de inflação». 

Além da questão salarial, o STML aponta uma série de problemas estruturais que afetam a qualidade do trabalho na EGEAC, como a política de contratação baseada em polivalência e flexibilidade, prejudicando a especialização; a estagnação nos processos de reclassificação profissional; falta de pessoal em diversos equipamentos da empresa;a ausência de investimento em melhores condições de trabalho; a falta de medicina do trabalho; a desregulação dos horários, dificultando a conciliação entre vida profissional e pessoal; e práticas de assédio laboral.

O sindicato também critica a postura da Câmara Municipal de Lisboa (CML), liderada pelo presidente Carlos Moedas que, na visão dos trabalhadores, é cúmplice das decisões da administração ao não intervir para resolver os problemas.

Para os trabalhadores, a greve é uma forma de denunciar as condições apontadas, exigir respeito pelos direitos laborais e pelas condições de vida da força de trabalho que é fundamental para garantir um serviço cultural público de qualidade em Lisboa.
 

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