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Com falta de pessoal, Caixa põe consultores externos a fiscalizar atendimento

Apesar da falta de trabalhadores, o banco público exige rapidez e coloca nas agências com mais movimento consultores externos a fiscalizar o atendimento para cumprir as metas de tempo estabelecidas.  

CréditosCarlos M. Almeida / Agência Lusa

«Intolerável», é assim que o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) caracteriza a actuação da administração do banco público, que nos primeiros nove meses do ano obteve lucros de 1369 milhões de euros, valor que representa um crescimento de quase 40% face a igual período do ano passado. 

Apesar da escassez de pessoal, graças ao famigerado plano imposto por Bruxelas, que obrigou também ao encerrramento de várias agências de Norte a Sul, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) «instala um novo sistema de senhas e coloca nas agências com mais intensidade de atendimento, consultores, de uma empresa de Consultoria externa, a fiscalizar o trabalho de atendimento, seja este de tesouraria, abertura de conta, captação e contratação de negócio… Caixa azul ou Caixa Empresas…», lê-se num comunicado do STEC. 

Adianta a estrutura sindical que a exigência é «sempre mais rapidez», para cumprir as metas de tempo estabelecidas, mas há truques utilizados. «Os irrealistas e duvidosos tempos médios de espera, propalados pela CGD na ordem dos 22 minutos, estão continuamente a exceder-se e então como se responde a isso? Muito facilmente... chamam-se algumas senhas de uma só vez, e logo esse tempo médio diminui», alerta o sindicato, acusando o banco público de criar um suporte estatístico que «falseia a realidade». 

Denuncia, por outro lado, que o tipo de atendimento e a «recorrente falta de resposta» dos meios informáticos «são detalhes sem valor e as advertências aos trabalhadores chegam a ser feitas despudoradamente à frente dos clientes», acrescentando que estes consultores «têm também instruções para promover a eliminação do papel da vista dos clientes».

As críticas do sindicato à gestão da CGD passam igualmente pela criação das agências SMART, «com um mínimo de trabalhadores (algumas têm apenas um) sem estarem garantidas as condições mínimas de saúde e segurança, isolando e colocando esses trabalhadores, numa situação de total vulnerabilidade», e onde não há serviço de tesouraria. 

A população mais idosa, sobretudo no Interior do país, com mais dificuldades em utilizar os meios automáticos, «é obrigada a percorrer vários quilómetros para chegar a uma agência com tesouraria onde possa movimentar o seu dinheiro», censura o STEC, questionando o Governo sobre esta realidade, mas admitindo que a actuação da Caixa se distancia da missão de banco público. 

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