O Partido Ecologista Os Verdes chama a atenção para os «atrasos e derrapagens» das obras de requalificação e electrificação da Linha do Oeste, para além da falta de esclarecimento sobre «o real reforço de horários, a diminuição no tempo das viagens, bem como as melhorias na integração no sistema ferroviário dentro da coroa de Lisboa». Por outro lado, o PEV alerta para a «falta da material circulante» que, por exemplo, «ameaça pôr em causa, ou pelo menos atrasar», a efectivação destas obras de modernização da Linha do Oeste, em cujo plano estavam incluídas, nomeadamente, a duplicação de troços da linha, o rebaixamento da linha em túneis, a eliminação de passagens de nível e a intervenção nas próprias estações.
Apesar de concordar que as estações requerem modernização, Os Verdes protestam face ao «atentado patrimonial» que consideram estar a acontecer na Estação de Caminhos de Ferro de Torres Vedras, inaugurada em 1886, e que conheceu muitas alterações ao longo de décadas.
O PEV recorda que a «histórica ligação da ferrovia à cidade de Torres Vedras, a nível social, económico e cultural - recorde-se a chegada dos reis no Carnaval, como as viagens da família real no século XIX e XXI à região» não está a ser respeitada. Os Verdes afirmam que «só os painéis de azulejos foram poupados e protegidos», enquanto, por exemplo, as «antigas portas de madeira e a guarnição dos arcos foram destruídas e substituídas por novas de alumínio ou PVC», sem preservar o desenho original e «arruinando a imagem das fachadas». Também a «calçada à portuguesa que havia resistido no cais» não foi poupada, mas «pura e simplesmente varrida e substituída por lajetas descaracterizadas e sem qualquer enquadramento com o edifício histórico».
Os Verdes sublinham este atentado patrimonial da IP, «perante o silêncio da autarquia», considerando que «quando a modernidade não é capaz de se conciliar com o património e a memória histórica revela-se pobre e sem visão de futuro».
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