Em conferência de imprensa, este sábado, os representantes da Aliança anunciaram uma marcha para a próxima quinta-feira entre o Parque Belisario Porras e a Assembleia Nacional, na Cidade do Panamá, para reafirmar a oposição à Lei 462 e exigir a sua revogação, na medida em que, acusam, concretiza «o roubo do século», ao permitir que os recursos da Caja de Seguro Social (CSS) sejam entregues aos bancos e a administradoras privadas de pensões.
Além disso, no próximo sábado, 30 de Março, haverá um plenário nacional, com a participação de dirigentes de diversas organizações sindicais e sociais, para decidir novas medidas de pressão – não se pondo de parte uma greve nacional por tempo indeterminado, depois da «greve de aviso» realizada na passada sexta-feira.
Em diálogo com a imprensa, dirigentes sindicais reafirmaram a oposição firme à Lei 462, cuja promulgação consideram danosa para os trabalhadores e as camadas mais desfavorecidas, trazendo benefícios para os grandes grupos económicos.
Para quarta-feira, dia 26, foram anunciadas acções de divulgação da luta em vários pontos do país centro-americano, referiram os organizadores, sublinhando que também se opõem à intenção anunciada pelo governo de José Raúl Mulino de reabrir a mina de cobre da transnacional First Quantum em Donoso, mesmo depois de o Supremo Tribunal ter decretado o seu encerramento, em Novembro de 2023.
O elevado custo de vida, as barragens no Rio Índio e as ameaças à soberania nacional também serão denunciados nos protestos, frisaram os membros da Aliança na conferência de imprensa, na qual acusaram o Estado de «servir os interesses dos poderosos e não os dos trabalhadores».
Também fizeram um apelo à participação de todos nas mobilizações da próxima semana e nas que entretanto forem anunciadas, indica a TeleSur.
Repressão durante a greve de dia 21
Na sexta-feira passada, trabalhadores de diversos sectores aderiram de forma massiva à «greve de aviso», com a duração de 24 horas, que teve lugar no Istmo em protesto contra a aprovação da Lei 462, que permite aumentar a idade da reforma e reduzir o valor das pensões, privatiza a CSS e entrega os seus fundos a bancos e empresas administradoras de pensões.
A intervenção de unidades anti-distúrbios contra participantes na jornada de luta foi muito criticada, na sequência de intervenções em protestos anteriores. Marco Andrade, secretário-geral da Confederação da Unidade Sindical Independente (Conusi), disse que se registaram «atropelos» por parte das forças de segurança, nomeadamente o uso de armas de fogo, cargas violentas e a detenção de manifestantes, incluindo o docente Alberto Díaz e a dirigente sindical Matías de León.
Também Felipe Cabeza, dirigente da associação Movimiento Gremialista de Educadores, disse à imprensa, em Colón, que os seus colegas foram «espancados, maltratados e ultrajados».
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