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Referendo sobre saída da UE

Reino Unido decide esta quinta-feira

À medida que se aproxima a data do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) é cada vez maior a pressão a favor do «não» à saída (conhecida como Brexit, de British Exit).

O referendo sobre a saída do Reino Unido realiza-se dia 23 de Junho
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As declarações «ingerencistas» de mandatários europeus e norte-americanos, de representantes do grande capital, da NATO, da Comissão Europeia, do FMI na vida pública e política britânica dão bem o sinal da importância concedida à permanência do Reino Unido na UE.

Pressionado pelo crescimento do partido populista, nacionalista e anti-imigração UKIP (Partido da Independência do Reino Unido), que havia roubado muitos votos aos conservadores nas eleições locais, David Cameron, líder do Partido Conservador, prometeu aos britânicos, antes das eleições gerais de 2015, a realização de um referendo sobre a permanência na UE.

Outra razão apontada pelos analistas para a convocação do referendo prende-se com o fortalecimento da posição do governo britânico face a Bruxelas, por forma a impedir a «excessiva regulamentação» europeia sobre a economia britânica. Logo após o seu triunfo nas eleições, Cameron deu início a negociações com a UE – concluídas em Março deste ano –, nas quais obteve várias concessões, de forma a convencer os britânicos das vantagens de manter o país no bloco europeu.

Grande divisão

As sondagens mais recentes revelam que existe pouca diferença entre os defensores do Leave [sair] e os do Remain [ficar], favorável aos primeiros. Os partidários da permanência na UE argumentam que esta favorece a economia e reforça a segurança, e alertam para as consequências negativas de uma hipotética «saída», nomeadamente ao nível do sistema público de saúde – como o fez recentemente o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn.

O primeiro-ministro britânico tem assumido um tom mais catastrófico – ao nível do das ingerências estrangeiras –, procurando convencer os seus concidadãos de que o Brexit será uma tragédia política e económica nacional. Os nacionalistas escoceses também são partidários da permanência.

No debate da campanha favorável à saída da UE, os sectores populistas e de extrema-direita têm conseguido impor questões como o controlo das fronteiras e a imigração. Num cenário complexo, as forças mais à esquerda têm procurado dirigir o foco das atenções para a questão central da natureza antidemocrática e neoliberal da UE, defendo que, neste zona, não existe espaço de manobra para levar a cabo uma política antimonopolista e em prol das camadas populares.

É praticamente consensual, entre os observadores deste processo, que, em caso de derrota do Remain, Cameron enfrente uma moção de censura e seja forçado a sair do governo. Outro ponto referido no caso de esse cenário se concretizar é o da resposta que a UE dará, na medida em que a ruptura britânica abrirá a porta a outros «descontentes».

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