Equipamento histórico da cidade do Porto, desactivado num considerável estado de degradação, o Cinema Batalha já foi o Novo Cinema High-Life, recebeu dezenas de eventos e também a Associação Comércio Vivo assumiu a sua gestão no âmbito do Plano de Pormenor das Antas. Um traço comum a todos os projectos que passaram pelo Batalha é que poucas vezes foram bem-sucedidos.
Nos últimos tempos, o edifício recebeu espectáculos pontuais: o mais recente terá sido a passagem de ano, designada «Bye New Batalha!». Mas também pessoas sem-abrigo.
Na sexta-feira, aquando de uma visita à futura cidade de cinema do Porto, o presidente do município, Rui Moreira, referiu que a hipótese de a autarquia adquirir o equipamento foi colocada mas que as negociações mostraram que o arrendamento de longa duração (neste caso, a extensão do contrato será por um período de 25 anos) seria mais benéfico para as partes envolvidas.
A CDU contesta não apenas o facto de a autarquia ser confrontada com uma renda mensal de dez mil euros, mas também a questão da opção de compra, «que comportaria óbvias vantagens», parecer «descartada sem uma explicação cabal».
Acrescenta que o valor calculado decorre de uma única avaliação externa feita ao edifício e que a «identificação dos montantes mais justos estariam mais bem garantidos com outras avaliações que permitissem estabelecer uma comparação».
Por outro lado, denuncia que na documentação distribuída aos vereadores não é prestada qualquer informação sobre o projecto de requalificação previsto, nem sobre a estimativa de custos. «Não são conhecidas quaisquer estimativas de despesas e receitas de funcionamento, de forma a avaliar a sustentabilidade do projecto, a dimensão do efectivo comprometimento financeiro da autarquia e de outras entidades, assim como a garantia de prática de preços acessíveis», revela a CDU num comunicado.
Envolver o sector da Cultura
Estas são algumas questões para as quais a coligação solicitará esclarecimentos na reunião desta quarta-feira. A par destas, a CDU propõe que a dinamização cultural do Batalha aconteça com a colaboração e o apoio financeiro do Governo e das entidades dependentes do Ministério da Cultura.
Também a este nível, a informação distribuída aos vereadores é omissa e, lê-se no texto, «as declarações públicas de Rui Moreira não esclarecem acerca das diligências feitas pela autarquia para comprometer o Ministério da Cultura neste processo».
A CDU defende o envolvimento de agentes culturais como uma «mais-valia que importa garantir», realçando a estranheza de não ter sido até agora avançada qualquer ligação com o movimento cineclubista ou com o projecto Casa do Cinema Manuel de Oliveira.
Apesar de reconhecer a importância de se promover o cinema, nomeadamente «novas cinematografias independentes dos grandes grupos de produção e de distribuição», a CDU alerta para o facto de a ocupação em exclusivo por actividades na área do cinema poder limitar o aproveitamento do Batalha. Para tal contribuem «as múltiplas necessiddes que se continuam a verificar nas diversas actividades culturais».
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