«Para um trabalhador com a mesma categoria profissional, há salários diferentes», denuncia o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) numa nota enviada às redacções. Trata-se de uma discriminação salarial entre trabalhadores que laboram em diferentes regiões do País.
A nota explica que, no contrato colectivo de trabalho da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), «existem duas tabelas salariais diferentes» – a tabela A, aplicada aos trabalhadores dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal e a tabela B, que se aplica aos restantes trabalhadores do País. Com esta situação, «há trabalhadores a receberem menos 40 euros por mês no seu salário».
«No âmbito da denúncia e combate a esta discriminação», o CESP irá promover no dia 25 de Setembro, a partir das 11h30, «uma iniciativa de carácter público» na loja de Espinho, refere a nota.
O sindicato lembra que a empresa fechou o ano anterior «com resultados líquidos (lucros) de milhões de euros que distribuiu aos accionistas» e que «continua a aproveitar-se da tabela B para pagar menos aos trabalhadores», fazendo «dos baixos salários a política da empresa».
Impasse no processo negocial
Num boletim sindical do CESP dirigido aos trabalhadores do Pingo Doce, o sindicato informa que a associação patronal – APED – , da qual o grupo Jerónimo Martins é presidente, e as empresas de distribuição «insistem na retirada de direitos como condição para aumentar salários e corrigir injustiças», como a redução do trabalho suplementar e uma maior desregulação dos horários, condições que o sindicato não aceita.
Para além do fim da tabela B, os trabalhadores do Pingo Doce reivindicam a valorização das carreiras profissionais, «garantindo a diferenciação entre as várias categorias e níveis», e a correcção da carreira profissional dos operadores de armazém e sua promoção automática até ao nível de operador especializado.
Defendem ainda o respeito pelo contrato colectivo de trabalho, «nomeadamente no que respeita à organização dos horários de trabalho e descansos semanais» e o fim «dos ritmos de trabalho brutais devido à falta de pessoal e à pressão das chefias para cumprir objectivos». Também reivindicam «medidas urgentes na segurança, higiene e saúde nos locais de trabalho».
O CESP lembra ainda que está convocada para o dia 28 de Setembro um «dia de luta dos trabalhadores das empresas de distribuição», com pré-aviso de greve para os armazéns e várias lojas, e uma concentração marcada paras as 11h, no Campo Grande, em Lisboa, junto à sede do Pingo Doce/Jerónimo Martins.
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