A lista F, encabeçada por Fernando Sequeira, que substitui o dirigente do BE António Chora na coordenação, no início do ano, teve apenas 2% dos votos, não elegendo qualquer membro, numa votação que decorreu ontem, entre o final da tarde e o início da noite. Nas eleições de 2015, a lista A, então liderada por Chora, recolheu quase 60% dos votos e elegeu sete dos 11 membros.
A lista E foi a mais votada no escrutínio de ontem, com cerca de 30% dos votos e quatro eleitos, enquanto as listas D e C (integrada por activistas e dirigentes do SITE-SUL/CGTP-IN) elegeram ambas três membros, com uma votação acima dos 26%. O 11.º representante foi eleito pela lista A, integrada por trabalhadores dos escritórios da empresa.
A nova comissão de trabalhadores tem pela frente, já no imediato, a responsabilidade de enfrentar a intenção da administração da fábrica de Palmela de impor o sábado como dia normal de trabalho. O pré-acordo negociado durante o Verão foi chumbado em referendo por cerca de 75% dos trabalhadores.
A empresa tem um longo historial de ingerência na estrutura desde a sua origem, como testemunhou um antigo director de Recursos Humanos, em 2000, num artigo na Análise Social – com a produção de falsos comunicados em nome dos trabalhadores, interferência na composição da comissão de trabalhadores e reuniões preparatórias entre a administração e o então coordenador, prévias aos processos negociais.
Apesar da derrota da lista do coordenador demissionário, que vinha de uma linha de continuidade desde 1994, não é expectável que a administração da fábrica da Volkswagen em Portugal abandone as suas práticas históricas.
A comissão sindical do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE-SUL/CGTP-IN) na Autoeuropa já saudou a comissão de trabalhadores eleita na noite passada. «Esperamos trabalhar em conjunto na defesa dos direitos, interesses e condições dos trabalhadores da VW Autoeuropa. A Comissão Sindical e restantes estruturas sindicais estarão sempre do lado dos trabalhadores», lê-se na sua página no Facebook.
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