O major-general Igor Konashenkov afirmou hoje, em Moscovo, que a chamada coligação internacional reduziu de forma drástica o número de operações aéreas no Iraque durante o mês de Setembro.
«Está à vista de todos que a coligação liderada pelos Estados Unidos finge combater o Daesh [o chamado Estado Islâmico], sobretudo no Iraque, mas, alegadamente, continua a lutar contra o Daesh na Síria de forma activa, por qualquer motivo», disse o representante do Ministério russo da Defesa, citado pela PressTV.
Na última semana, a Força Aérea Russa tem centrado a sua campanha contra o Daesh na Síria na cidade de Al-Mayadin, um dos últimos bastiões dos terroristas a sudeste da cidade de Deir ez-Zor. Apesar de ser alvo desta campanha aérea e de estar praticamente cercado pelo Exército Árabe Sírio, o Daesh continua a ver chegar reforços às suas fileiras em Al-Mayadin.
«A chegada constante de terroristas provenientes do Iraque levanta sérias questões sobre os objectivos reais das operações antiterroristas levadas a cabo na região pelos caças dos EUA e da chamada "coligação internacional"», disse Konashenkov. Isto num contexto em que o Ministério russo da Defesa verificou a existência de «tentativas diárias» para transferir novos reforços do Iraque para o teatro de guerra de Al-Mayadin, incluindo «mercenários estrangeiros» em «viaturas blindadas e jipes com armas de grosso calibre», informa a RT.
Neste sentido, Konashenkov exigiu que «as acções do Pentágono e da coligação» sejam explicadas, e perguntou se as suas prioridades na Síria são «complicar o mais que puderem» a operação do Exército Árabe Sírio, apoiado pela Força Aérea Russa, para libertar o território a leste do rio Eufrates.
De acordo com um relatório emitido na semana passada, o Exército sírio e os seus aliados, apoiados pela aviação russa, libertaram mais de 90% do território que se encontrava em poder do Daesh. Hoje, questionando a acção dos EUA e da coligação que lideram, o Ministério russo da Defesa deixou claro que a derrota do Daesh é inevitável em Deir ez-Zor.
Desde 2014, na Síria e no Iraque
A chamada coligação internacional opera na Síria, sem mandato da ONU e sem autorização do governo de Damasco, desde Setembro de 2014, alegadamente para combater os terroristas do Daesh. No Iraque, as suas operações começaram em Agosto desse ano.
O governo sírio tem acusado reiteradamente a coligação referida de cometer «crimes de guerra e contra a humanidade», na medida em que a sua aviação atinge, em múltiplas ocasiões, a população civil e destrói as infra-estruturas do país. Para além disso, o Pentágono tem sido acusado, também pelos russos, de fornecer armamento e apoio logístico aos terroristas que combatem na Síria.
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