Tropas do Exército israelita mataram, este sábado, um jovem palestiniano na aldeia de Urif, perto de Nablus, no Norte da Cisjordânia ocupada, segundo revelou à agência Ma'an um elemento do Crescente Vermelho palestiniano.
O jovem foi identificado como Amir Omar Shahada, de 19 anos. Um outro jovem, de 16 anos, foi atingido a tiro numa perna, informou Ghassan Daghlas, funcionário da Autoridade Palestiniana encarregue da supervisão das actividades de expansão dos colonatos israelitas.
De acordo com Daghlas, um grupo de colonos do colonato israelita de Yitzhar invadiu a aldeia de Urif e os habitantes responderam à provocação. Depois, dezenas de soldados israelitas chegaram à aldeia para retirar os colonos, tendo atacado os palestinianos com granadas de atordoamento, bombas de gás, balas de aço revestidas de borracha e balas reais. Muitos dos palestinianos responderam lançando pedras.
Ghassan Daghlas acusou ainda as tropas israelitas de terem retido a ambulância com os feridos no checkpoint de Hawara, a sul de Nablus, impedindo-a de passar em direcção à cidade, indica a PressTV. Posteriormente, o Ministério palestiniano da Saúde confirmou que Amir Omar Shahada chegou ao hospital de Nablus, onde veio a falecer.
Sexta-feira, protestos contra os EUA
No dia anterior, soldados israelitas mataram um outro palestiniano a tiro. Muhammad Zain al-Jaabari, jovem de 24 anos, surdo e mudo, foi atingido no peito por uma bala real, durante confrontos com as forças de ocupação na cidade de Hebron, no Sul da Cisjordânia.
Al-Jaabari, que veio a falecer pouco depois no hospital, não estava a participar activamente nos protestos quando foi atingido, segundo informaram testemunhas à Ma'an.
Mobilizações desde Dezembro
Os protestos que ocorreram em Hebron na sexta-feira repetem-se desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, a 6 de Dezembro último.
Desde então, a administração norte-americana, que tinha anunciado também a intenção de mudar a sua embaixada em Telavive para Jerusalém – em 2019 –, decidiu antecipar essa mudança para Maio deste ano, por forma a coincidir com os 70 anos da criação do Estado de Israel.
Por seu lado, o governo israelita intensifica a sua política expansionista, promovendo a anexação de largas fatias da Margem Ocidental, bem como a judaização de Jerusalém Oriental, procurando alterar a sua composição demográfica. Para esse efeito, vale-se de leis como a recentemente aprovada no Knesset, que permite revogar o direito de residência aos palestinianos, em clara violação do direito internacional.
Para além de Hebron, esta sexta-feira registaram-se protestos noutros pontos da Margem Ocidental ocupada, nomeadamente nas cidades de Nablus e Ramallah.
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