Em declarações à agência Lusa, Paulo Milheiro, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN), disse que, por falta de manutenção no Metro do Porto, «dos 72 veículos existentes estão a andar menos de 40», sendo que, «no final do mês, provavelmente não haverá metro».
«Os metros vão saindo de linha conforme as avarias e depois chegam às oficinas e não têm ninguém para fazer a manutenção», explicou o dirigente sindical.
A contratação de mais trabalhadores é uma das razões da luta parcial de três horas por turno, que realizam até ao final do mês. Além desta, reivindicam o aumento dos salários e a actualização do subsídio de turno, sendo a reivindicação base a atribuição aos trabalhadores da EMEF das «mesmas condições» de trabalho dos trabalhadores da Comboios de Portugal (CP).
«O acordo que fizeram na CP tem quer ser o mesmo [para a EMEF], porque esta empresa é 100% CP. As administrações e o Governo têm que perceber que estamos a falar praticamente da mesma empresa e que as condições acordadas na CP têm que ser as mesmas na EMEF. É só isso, não é mais nada», sustentou Paulo Milheiro.
«Enquanto não perceberem isso, naturalmente que os trabalhadores não podem ficar numa situação discriminatória», acrescentou.
De acordo com o SNTSF, a actualização salarial feita na CP, empresa-mãe da EMEF, não foi estendida aos trabalhadores desta empresa, estando também por actualizar o subsídio de turno.
Actualmente, os trabalhadores da EMEF recebem 48 euros por mês de subsídio de turno quando têm 24 horas de disponibilidade, o que, segundo o sindicato, corresponde a um terço do que outros profissionais recebem nas restantes empresas do sector.
Os trabalhadores reivindicam também o recrutamento de «pelo menos 40 a 50» novos funcionários para as oficinas, apontando que a faixa etária actual ronda os 50/60 anos e que, desde 2004/2005, «não são realizadas integrações regulares na empresa», o que leva à «dificuldade na passagem do testemunho».
O «fim da precariedade» na EMEF e a passagem aos quadros de todos os trabalhadores com vínculo precário a ocupar um posto de trabalho permanente integram o conjunto de reivindicações.
Segundo o sindicato, em todo o País existem cerca de dez oficinas da EMEF, num total que ultrapassa um milhar de funcionários, estando agendada uma greve parcial nacional nos dias 26 e 27 de Abril e, em análise, a realização de uma paralisação de um dia inteiro em Maio.
Com Agência Lusa
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