A intenção partiu do congressista norte-americano Devin Nunes, um luso-descendente republicano que, actualmente, preside à Comissão dos Serviços Secretos, e chegou a ser falada no seio do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) do anterior governo, de acordo com o Público, que falou com um alto funcionário da diplomacia do executivo de Passos e Portas.
Em causa estava a instalação de um centro de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), a principal visada pelas denúncias do antigo analista Edward Snowden, em Junho de 2013. De acordo com o diário, os contactos com o MNE português terão sido posteriores às revelações de Snowden de que a NSA conduzia programas de vigilância global em massa, mantidos em segredo até então.
Recorde-se que o lugar do ministro dos Negócios Estrangeiros foi ocupado, até Julho de 2013, por Paulo Portas, então líder do CDS-PP, tendo sido substituído na altura por Rui Machete.
O projecto não se veio a materializar por as secretas portuguesas não integrarem a aliança Five Eyes, que junta as agências da Austrália, da Grã-Bretanha, do Canadá, da Nova Zelândia e dos Estados Unidos, e porque a NSA revelou dúvidas sobre a capacidade da espionagem portuguesa em garantir a integridade das informaçẽos secretas recolhidas na base dos Açores.
De acordo com o Público, a informação resulta de uma investigação no New York Times, que será publicada na sua revista de domingo.
Devin Nunes tem procurado, nos últimos anos, influenciar os círculos ligados à defesa e à segurança nacional norte-americana para manter uma presença na base das Lajes, na Ilha Terceira.
Entretanto, o actual governo do PS, com Augusto Santos Silva no MNE, terá apoiado a instalação de um centro de análise de informações militares nas Lajes, também por iniciativa de Nunes, mas que também não se concretizou.
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