Nem a chuva gélida demoveu as milhares de pessoas que, na noite de ontem, se juntaram no Obelisco e noutros 20 pontos da cidade de Buenos Aires, para dizer um «não» bem ruidoso ao aumento das tarifas dos serviços de luz, água e gás, que chegaram aos 700% e aos 1200%. Para esse efeito, usaram apitos, panelas, caçarolas, buzinas, informa o Resumen Latinoamericano.
O protesto foi convocado por diversas associações de utentes e consumidores, em conjunto com organizações sociais e políticas de esquerda. Para além disso, as concentrações foram reforçadas pela acção e organização de clubes de bairro, pequenos comerciantes, centros culturais e utentes a título individual, que as promoveram nas praças e esquinas das principais cidades do país. Nalguns pontos mais activos da capital, houve rádios abertas e debates uma hora antes do protesto.
«Trata-se de manifestar a discordância com o modo como o governo e os donos das empresas de energia decretaram os aumentos», disse ao Resumen o presidente dos Consumidores Livres, Héctor Polino. Com esta mobilização, os promotores quiseram canalizar o repúdio dos consumidores que «não podem pagar os aumentos do gás, da luz, dos transportes, dos bens essenciais, das rendas», num quadro em que «a única coisa que não aumentou foram os salários», acrescentou.
Carta ao Supremo Tribunal
Ontem, algumas das organizações que promoveram o protesto entregaram um documento escrito no Supremo Tribunal (ST) argentino, dirigido ao seu presidente, Ricardo Lorenzetti, a quem pedem que aceite as sentenças dos tribunais de Chubut, Mendoza e San Luis, que travaram o aumento das tarifas a nível local, e o de La Plata, que o fez a nível nacional.
Os utentes acusam o ST de adiar uma decisão e, entre outros pontos, pedem a Lorenzetti que marque uma audiência em que aqueles tenham oportunidade de expor «os seus pontos de vista e propostas de solução para a crise gerada pelos aumentos tarifários, que afectam a vida de milhões de pessoas».
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