No decorrer de uma recepção na Casa Branca, em Washington, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, pediu aos 22 representantes dos estados-membros da OEA presentes que suspendam da organização a Venezuela, cujo governo os EUA não só não reconhecem como hostilizam abertamente.
Na procura de apoio para a sua política hostil à República Bolivariana da Venezuela, Pence lembrou aos presentes que esta terça-feira têm oportunidade de dar início ao processo de suspensão da Venzeuela na Assembleia Geral da OEA, que ontem começou na capital norte-americana.
De acordo com a Associated Press, horas antes, enquanto decorria o primeiro dia de trabalhos da Assembleia Geral, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pronunciou-se em termos semelhantes, afirmando que a suspensão da Venezuela seria uma maneira de enviar «uma mensagem poderosa» ao governo de Maduro.
Carlos Trujillo, embaixador norte-americano junto da organização, mostrou-se seguro de ter os 18 votos necessários para que seja aprovado o projecto de resolução apresentado pelo seu país e mais seis estados (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México e Peru). O que já parece não ter são os 24 votos requeridos (dois terços dos membros activos) para conseguir expulsar a Venezuela, ainda segundo a Associated Press.
Em defesa da soberania
Em Abril de 2017, a Venezuela deu início ao processo oficial de retirada da OEA, que se prolonga durante 24 meses, até Abril de 2019. Isto mesmo foi lembrado na sessão de ontem pelo ministro dos Negócios dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, que disse que o seu país está de saída da organização e a cumprir os compromissos a que é obrigado.
Para a Venezuela, «sair da OEA é um motivo de alegria», uma forma de «reivindicar a [sua] soberania e independência», sublinhou, citado pela Prensa Latina.
Arreaza denunciou as pressões dos EUA sobre países-membros da instituição, para que se oponham à Venezuela, e rejeitou a inclusão da situação no seu país na agenda da assembleia, por violar os procedimentos formais.
Neste sentido, o diplomata venezuelano refutou a intenção manifestada por certos países de «tomar decisões e abrir debates» sobre o seu país. No entanto, mostrou-se disposto a «defender a Venezuela em qualquer fórum e momento».
Na mesma ocasião, Jorge Arreaza lembrou as sanções unilaterais impostas pela administração de Donald Trump contra o seu país, bem como os vários decretos e leis que, desde 2014, foram emitidos pelos EUA com o intuito de prejudicar a Venezuela. São «medidas que estão a fazer mal ao povo venezuelano», salientou, exigindo respeito pela democracia no seu país e apelando à unidade na América Latina e nas Caraíbas.
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