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Greve por melhores salários abala circulação do grupo EVA

Os trabalhadores das várias rodoviárias do grupo EVA, transportadora da região algarvia, estão em greve por 48 horas, por melhores salários e igualdade. A grande parte dos autocarros estão parados.

Concentração de trabalhadores do grupo EVA juntamente com o secretário-geral da CGTP-IN, durante a greve de 14 e 15 de Junho de 2018
CréditosLUÍS FORRA / LUSA

A paralisação decorre entre hoje e amanhã, abragendo todos os trabalhadores das empresas rodoviárias de passageiros do grupo EVA transportes (Frota Azul, Translagos, Próximo, Mundial Turismo), por sua vez detido pela Barraqueiro.

Convocada pelo Sindicato de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN), a greve está a ter uma adesão de 150 trabalhadores, num universo de 200 espalhados pelas várias empresas. Pela manhã, numa concentração em frente à gare de Faro, compareceram mais de uma centena.

Os trabalhadores da EVA reivindicam aumentos salariais e, sobretudo, exigem a correcção das diferenças salariais que se reflectem em profissionais com as mesmas funções a receber salários e subsídios muito diferentes, o que agrava os já baixos salários pagos aos motoristas.

Em declarações aos jornalistas, Paulo Silva, coordenador regional do STRUP, explicou que os trabalhadores fazem exactamente o mesmo serviço que os da EVA transportes. Como estão em empresas diferentes, não são abrangidos pelo acordo colectivo, o que resulta em menores custos para o grupo, em detrimento dos trabalhadores.

11 horas ao serviço da empresa por 540 euros

Entre exemplos concretos, nos salários existem diferenças de 15 euros, no subsídio de alimentação a discrepância é de 2,65 para 6,38 euros e, no que diz respeito aos horários e às horas extraordinárias, têm que estar disponíveis um total de 11 horas ao serviço da empresa, mais uma que os restantes colegas: só a partir daí contando como tempo extra.

O dirigente saudou ainda o «passo corajoso» dado pelos trabalhadores, ao aderirem a uma greve num sector onde habitualmente «a contestação laboral era praticamente inexistente».

Já o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, reiterou que «não é admissível que uma profissão com a responsabilidade como aquela que vocês desenvolvem, como motoristas, que tem relação directa  todos os dias com a segurança das pessoas, tenha horários desregulados e salários na ordem dos 600 euros. Isto não pode continuar, isto tem de acabar».

O protesto contou com a presença de vários dirigente do STRUP e da União de Sindicatos do Algarve, além da coordenadora do BE, Catarina Martins, e pelo PCP, Vasco Cardoso.

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