Em conferência de imprensa, representando as dez estruturas que compõem a frente sindical, entre as quais a Federação Nacional da Educação (FNE/UGT) e a Federação Nacional de Professores (Fenprof/CGTP-IN), Mário Nogueira afirmou que mais de 95% das reuniões de ontem não se realizaram.
Uma «fortíssima participação», realçou o secretário-geral da Fenprof, que frisou que «na maioria dos conselhos de turma a greve não está a ser feita porque um ou dois professores vão fazer greve durante muitos dias. Não. É porque o conselho de turma inteiro está a fazer greve».
Além do balanço da participação dos docentes, o levantamento das violações do direito à greve também foi feito, com o conhecimento de «algumas situações absolutamente ilegais», mas a divulgar mais tarde, depois de contactados os directores da escolas em questão.
Mário Nogueira fez ainda questão de afirmar que, neste aspecto, nem todos os directores são iguais, relatando que há grupos de dirigentes escolares que se uniram para contestar a nota da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), considerando-a como ilegal, tal como a Fenprof denunciou. Tal foi feito de forma pública, numa carta e num parecer jurídico independente, onde justificam a recusa da nota.
Impor serviços mínimos sem fundamento
Perante os impactos da greve, o Governo já anunciou que pretende reunir com os sindicatos, no sentido de «chegar a acordo» sobre os serviços mínimos a aplicar no segundo período da greve às reuniões de avaliação, a partir de 2 de Julho.
Ainda durante a conferência, Mário Nogueira foi questionado pelos jornalistas sobre o acordo para os serviços mínimos, ao que respondeu: «Quero ser claro. Não há acordo nenhum.» Por outro lado, acusou o Governo de querer pôr em causa o direito à greve, após confrontado com a adesão dos professores.
Uma posição «curiosa», afirma a frente sindical uma nota, tendo em conta que, na reunião de 4 de Junho, o ministro da Educação afirmou «que o serviço de avaliações não constituía necessidade social impreterível, ao contrário dos exames, pelo que não havia lugar à fixação de serviços mínimos».
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