Com 62 votos a favor e 45 contra, o Knesset aprovou uma lei que permite a expulsão de deputados, estipulando como razões para a destituição «o incitamento à violência ou ao racismo, o apoio ao conflito armado contra Israel ou a rejeição de Israel como Estado judaico e democrático».
Diversas organizações referem que em causa estão os deputados da Lista Conjunta, coligação de partidos palestinianos e da esquerda não sionista em Israel. Debbie Gild-Hayo, da Associação para os Direitos Civis em Israel (ACRI, na sigla em inglês), classificou a lei como «uma das propostas legislativas mais graves dos últimos anos», atentando contra os pilares da democracia – o direito à liberdade de expressão, o direito de votar e de ser eleito e o direito de representação», informa a agência Ma'an.
Também o Adalah (Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel) criticou a lei, afirmando que constitui «um grave perigo para os direitos democráticos fundamentais» e que visa expulsar do Knesset os deputados árabes «que ousam afastar-se dos limites que lhes são ditados pela maioria israelita judaica».
Por seu lado, Yousef Jabareen, da Lista Conjunta, declarou que, com esta legislação, «se pretende não só matar a mensagem, mas também o mensageiro». Em seu entender, «quem apoia esta lei procura desfazer-se dos deputados árabes, com o intuito de os silenciar, assim como às opiniões que consideram intoleráveis».
«É uma afronta não somente aos deputados que podem ter de enfrentar a expulsão dos seus lugares, mas também aos seus eleitores. Esta medida invalida dezenas de milhares de votos legitimamente expressos», sublinhou.
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