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CGD pretende encerrar mais 23 agências este mês, denuncia sindicato

A medida da administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem lugar «após o recente anúncio do vultuoso lucro de 486 milhões, no primeiro semestre de 2022», afirma o STEC.

Sede da Caixa Geral de Depósitos 
Créditos / tecnoplano.pt

Em nota enviada às redacções esta sexta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) anunciou que a administração da CGD pretende «encerrar mais 23 agências em Portugal continental», em Agosto.

«O STEC teve conhecimento que a administração da CGD, após o recente anúncio do vultuoso lucro de 486 milhões [de euros], no primeiro semestre de 2022, decidiu cortar ainda mais nos custos e encerrar mais 23 balcões, no decorrer do corrente mês de Agosto, com maior incidência nas regiões de Lisboa e Porto», indica o texto.

O sindicato assinala que se «desconhecem outros motivos» para esta intenção que «não seja a intenção de reduzir despesas, mesmo à custa da desvalorização da capacidade da CGD enquanto banco público», registando em simultâneo «um inevitável congestionamento dos restantes balcões dessas áreas».

Desde 2012 já houve um «decréscimo» de 3300 trabalhadores e o encerramento de «mais de 300 agências» da Caixa em Portugal, pelo que, actualmente, os funcionários já não conseguem «dar uma resposta adequada ao serviço», sublinha a organização sindical.

Trata-se de «um número avassalador» e, em muitos casos, da «entrega de "bandeja" de negócio rentável e lucrativo aos bancos privados, perdendo-se, com isto, centenas, ou mesmo milhares, de clientes particulares e empresariais», denuncia a nota.

«Neste cenário de claro abandono da CGD de vastas e povoadas zonas do País, o Governo não se pode demitir da sua responsabilidade no que respeita à coesão territorial de que tanto fala, mas que depois deixa ao livre-arbítrio de decisões de gestão, que neste caso e lamentavelmente até são de carácter público», lê-se no texto.

O STEC sublinha que «não basta apregoar a defesa da CGD como banco público e receber as centenas de milhões de dividendos gerados pelo esforço dos seus trabalhadores, é fundamental que o Estado defina as orientações estratégicas que o banco deve assumir».

Isto passa, em seu entender pelas «suas responsabilidades quanto ao interesse público e às necessidades das populações, assegurando-lhes um serviço de proximidade e de qualidade».

Vereadores do PCP em Lisboa questionam presidente do município

Na pergunta endereçada a Carlos Moedas esta sexta-feira, João Ferreira e Ana Jara afirmam ter tido conhecimento de que a administração da CGD pretende encerrar até 23 de Agosto 23 balcões, nove dos quais na cidade de Lisboa.

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«Política de encerramento de balcões da CGD é inaceitável»

O PCP condena o plano de encerramentos, com vários balcões visados na cidade de Lisboa, e alerta para as consequências que a medida acarreta para a população e para os trabalhadores do banco público. 

O balcão da Gare do Oriente, por onde passam diariamente milhares de pessoas, está na lista de encerramentos da CGD
Créditos / Bancos de Portugal

«A concretizar-se esta nova vaga de encerramentos, ficará afectada a população, nomeadamente na cidade de Lisboa, vendo diminuído o serviço público de proximidade prestado pelo banco público português», defende o PCP num comunicado.

Quanto aos trabalhadores, o partido considera «inaceitável» sujeitá-los a viver na ameaça da extinção do seu posto de trabalho, recordando que, em 2017, saíram da CGD 547 trabalhadores, a que se somam 250 registados no primeiro trimestre deste ano. 

«Com esta intenção da administração da CGD, de encerrar balcões na cidade, e as opções da Câmara Municipal e do Governo PS para os transportes públicos, nomeadamente na Carris e no Metro, que continuam a deixar populações da cidade de Lisboa isoladas, obrigam-se agora estas mesmas populações a deslocarem-se muitas vezes a freguesias vizinhas para a realização das mínimas operações bancárias mensais», lê-se no texto.

Tratando-se de uma instituição bancária pública, a CGD «deverá estar ao serviço do povo e do País, tendo o Governo do PS a obrigação de levar a cabo uma gestão [...] identificada com o interesse público e no provimento das necessidades das populações», frisa o PCP.

Por outro lado, denuncia, o encerramento de agências em Lisboa «materializa também a entrega de uma boa parte da actividade bancária à banca privada que nos locais de maior carência se queira implantar».

O PCP exige ainda que «o dinheiro que existe para resolver os problemas de outras instituições bancárias privadas seja canalizado para a CGD».

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Desta forma, consideram que se vê diminuído «o serviço público de proximidade prestado pelo banco público português», com «impacto negativo para a população, em particular para os mais idosos e com maiores dificuldades de mobilidade».

Para os vereadores comunistas, estes encerramentos, «que também colocam em causa o futuro dos trabalhadores da CGD, demonstram a opção de desvalorização do banco público português por parte do Governo PS, ao mesmo tempo que transfere milhões para salvar a banca privada».

Ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, perguntam se o Município teve ou tem conhecimento da pretensão de encerramento por parte da CGD e, em caso afirmativo, que diligências foram tomadas para evitar o encerramento dos nove balcões na cidade.

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