A Assembleia da República aprovou ontem, com os votos a favor dos partidos à excepção do PS, a alteração ao decreto do Governo estipulando que o tempo de serviço a recuperar aos professores serão nove anos, quatro meses e dois dias.
«A decisão que foi tomada pelos partidos da Assembleia da República foi justa, repôs aquilo que é justo aos professores e dá a hipótese de se programar a discussão no tempo», afirmou à Lusa Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN.
Segundo Arménio Carlos, a questão do tempo de serviço congelado podia ter sido resolvida há muito tempo, mas o Governo «teimosamente manteve uma posição inadmissível», optando pelo conflito em vez do diálogo.
«Quanto ao futuro, parece-nos que, iniciado o processo para resolver o problema da contagem de tempo dos professores, é preciso também avançar com o princípio da igualdade de tratamento relativamente a todos os profissionais da Administração Pública», salientou.
Além disso, Arménio Carlos defendeu que o Governo deve abrir um espaço de discussão para que também os serviços de todos os trabalhadores da Administração Pública possam ser considerados e programados numa «perspectiva de futuro».
«O mesmo Governo que diz não ter dinheiro para responder a compromissos que tem com os trabalhadores da Administração Pública é o mesmo Governo que ainda recentemente disponibilizou sem pestanejar mais de mil milhões de euros para o Novo Banco, um banco privado», destacou.
De acordo com Arménio Carlos, «se tivermos em consideração o que se passou nos últimos cinco anos, o que constatamos é que os impostos pagos pelos portugueses, cerca de 20 mil milhões de euros, foram desviados para a banca privada».
«Isso é que está mal, porque estes bancos, enquanto tiveram lucros, distribuíram dividendos pelos accionistas. Quando deram prejuízos por fraudes e mau gestão acabaram por apresentar a fatura aos contribuintes», denunciou.
Segundo o secretário-geral da CGTP-IN, o Governo tem de respeitar os direitos dos trabalhadores que todos os dias zelam e trabalham para melhorar a qualidade dos serviços públicos e isso «justifica a posição, quer do princípio da igualdade de tratamento, quer da valorização e reconhecimento do seu trabalho».
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