Avançada pelos enfermeiros em plenário, a greve de hoje no Hospital de São João decorreu das 11h30 às 13h30, em protesto contra o agravamento das condições de trabalho. Dezenas de profissionais estiveram concentrados junto à porta, cerca do meio-dia.
O protesto é um entre vários a realizar até Junho, por todo o País, que fazem parte de um movimento lançado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), intitulado «Mais enfermeiros contra a ruptura».
Neste caso concreto, os enfermeiros do Hospital de São João afirmam que o problema reflecte-se em milhares de horas em dívida, «cerca de 60 mil horas», além de uma «carga semanal que a cada semana aumenta», impedindo o gozo dos períodos de descanso obrigatórios, além do «recurso a turnos de 12 horas, ilegais».
Em declarações ao AbrilAbril, Fátima Monteiro, do SEP, denunciou que «os horários são um caos, com reflexos evidentes na prestação de cuidados», além de «submeter estes profissionais à exaustão», com consequência directas na sua saúde e vida pessoal.
«Os colegas fazem 12 horas consecutivas, não têm folgas nem fim-de-semana e a situação está a atingir contornos insustentáveis. O conselho de administração diz que a única solução para a falta de enfermeiros, face à falta de autorização do Governo, é reduzir o número de camas. Logicamente que esta política é inaceitável», reiterou.
Quanto ao número de enfermeiros em falta, a dirigente apontou que é precisa a admissão de 158 profissionais no Centro Hospitalar de São João até ao final de Junho, tendo em conta a aplicação das 35 horas.
Por este motivo, a greve é uma «forma de chamar a atenção para as condições em que os enfermeiros estão a trabalhar», um problema que se arrasta há muito tempo por resolver, frisou, e que se vai agravar com as 35 horas.
Segundo SEP, o movimento «Mais enfermeiros contra a ruptura» pretende pressionar as administrações e o Governo de forma a serem abertas contratações, pondo um fim ao bloqueio aos novos pedidos de admissão, considerando que só isso pode solucionar problemas como a falta de enfermeiros, os longos horários e horas extraordinárias por pagar, o cansaço físico e psicológico das equipas ou a degradação dos serviços prestados.
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